sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A Ciência para ser Campeão Brasileiro


O Blog A Nação postou antes do início do Campeonato Brasileiro 2018 um Planejamento para o Flamengo ser Campeão Brasileiro, com metas de pontos a serem conquistados a determinados intervalos de rodadas (de cinco em cinco). As metas foram traçadas em cima do desempenho dos últimos campeões e avaliando o nível de dificuldade de cada um destes intervalos de rodadas.

A lógica por trás do Nível de Dificuldade definido: foi atribuída uma métrica associada ao desempenho (colocação na tabela) de cada um dos adversários no Campeonato Brasileiro imediatamente anterior, atribuindo-se peso dois para quando os jogos fossem na casa do adversário, e peso um e meio para clássicos contra adversários da mesma cidade.

Fazendo uma avaliação após o término do Campeonato Brasileiro de 2018, mostraremos abaixo o comparativo de desempenho de cada um dos campeões brasileiros desde 2013 frente a esta meta traçada, incluindo o do campeão do próprio campeonato de 2018. O caminho que levou cada um dos campeões ao título tem uma história própria, pois afinal não se trata de uma ciência exata, mas de uma ciência que lida com desempenho humano, capacidade técnica e física, e psicologia e liderança de grupos completamente distintos.


1. CRUZEIRO 2013

Após um início sem um arranque tão expressivo, o Cruzeiro de 2013 engatou a sequência de bons resultados entre a 11ª e a 25ª rodadas, exatamente quando o sinalizador indicou um nível de dificuldade relativamente menor. Entre a 26ª e a 30ª rodada teve uma queda de rendimento, mas entre a 31ª e a 35ª retomou a aceleração e conquistou o título.


Melhores desempenhos: 15 pontos entre a 16ª e a 20ª rodada, e 13 pontos entre a 21ª e a 25ª e entre a 31ª e a 35ª rodada.


O gráfico de dispersão mostra mais um ponto importante: entre a 6ª e a 10ª rodada, o time cruzeirense teve uma sequência com nível de dificuldade muito alto, na qual conquistou 10 pontos. Talvez aí conquistando a confiança que o levou a uma arrancada.



2. CRUZEIRO 2014

Em 2014, o Cruzeiro já largou com um arranque bem expressivo, engatando uma boa sequência de bons resultados entre a 1ª e a 20ª rodadas, novamente quando o sinalizador indicou um nível de dificuldade relativamente menor. Entre a 21ª e a 30ª rodada o time cruzeirense teve uma queda de rendimento, mas conseguiu retomar seu desempenho a partir da 31ª rodada para garantir a conquista do título.


Melhores desempenhos: 13 pontos entre a 16ª e a 20ª rodada, e entre a 31ª e a 35ª, e 12 pontos entre a 6ª e a 10ª rodada.

Foi fundamental para este título o bom desempenho frente a uma sequência mais difícil entre a 31ª e a 35ª rodadas.


O gráfico de dispersão mostra como o time cruzeirense soube tanto aproveitar para pontuar nas sequências com menor nível de dificuldade, quanto também para pontuar em sequências com nível de dificuldade mais alto. Seus piores desempenhos foram independentes ao nível de dificuldade da sequência, sendo uma instabilidade natural do grupo (jogadores e comissão técnica).



3. CORINTHIANS 2015

O Corinthians de 2015 foi um time marcado por sua regularidade, sem desempenhos espetaculares, mas sem deixar ocorrerem momentos de forte desaceleração em seu desempenho. Foi um time que soube aproveitar as sequências mais fracas para pontuar bem. Sua arrancada entre a 6ª e a 20ª rodada foi fundamental, assim como foi a retomada forte entre a 31ª e a 35ª rodada, na hora-chave de decidir o campeonato.


Melhores desempenhos: 13 pontos entre a 16ª e a 20ª rodada e entre a 31ª e a 35ª rodada, e 12 pontos entre a 6ª e a 10ª rodada.


O gráfico de dispersão mostra que o Corinthians de 2015 não teve nenhuma concentração de jogos mais difíceis em sequência, com uma tabela bem dispersa. E mostra como o time não desperdiçou a oportunidade de pontuar forte nas sequências de nível de dificuldade menor.



4. PALMEIRAS 2016

Após um início com um arranque nada expressivo nas cinco primeiras rodadas, o Palmeiras de 2016 engatou uma sequência extremamente regular, ainda que com margem para uma queda de desempenho significativa no meio do caminho, mas na hora decisiva, e exatamente quando teve uma sequência mais difícil entre a 31ª e a 35ª rodada, retomou seu bom desempenho e conquistou o título. A aderência à linha-meta planejada aqui por este blog é impressionante.


Melhores desempenhos: 13 pontos entre a 6ª e a 10ª rodada, e pontos entre a 26ª e a 30ª, com nenhuma sequência de 11 ou 12 pontos. O time ainda teve uma queda de desempenho significativa entre a 16ª e a 20ª rodada, num momento que sua sequência estava entre as mais fáceis daquele campeonato.


O gráfico de dispersão mostra a regularidade ao longo do campeonato do time palmeirense em 2016, e mostra como aquele Palmeiras só teve grandes desempenhos em sequências com nível de dificuldade menor. A regularidade foi fazer 10 pontos nas duas sequências mais difíceis que teve no campeonato.



5. CORINTHIANS 2017

Arrancada decisiva do Corinthians para o título de 2017 pelo desempenho excepcional nas 20 primeiras rodadas. A partir daí o desempenho do time caiu, mas a margem imposta sobre os adversários diretos foi suficiente para assegurar o troféu.


Melhores desempenhos: 13 pontos entre a 1ª e a 5ª rodada e entre a 6ª e a 10ª rodada, e 12 pontos entre a 31ª e a 35ª rodada, mostrando capacidade de decidir frente à sequência mais difícil. Uma tabela que ajudou ao Corinthians, com sequências mais fáceis no começo e sequências mais difíceis só na reta final, quando já havia acumulado gordura. O desempenho do elenco mostra-se quase que inversamente proporcional ao nível de dificuldade. O único ponto fora da curva é o desempenho decisivo entre a 31ª e a 35ª frente a um nível de dificuldade maior.


O gráfico de dispersão mostra como o Corinthians de 2015 soube aproveitar e pontuar forte em suas sequências mais fáceis.



6. PALMEIRAS 2018

Um início muito pouco expressivo, com o desempenho em 1º turno mais inexpressivo dentre os campeões desde 2013. O Palmeiras engatou sua sequência de bons resultados a partir do bom desempenho entre a 16ª e a 20ª rodada, e daí em diante fez um 2º turno absolutamente fora dos padrões, o qual lhe levou ao título.


Melhores desempenhos: 15 pontos entre a 26ª e a 30ª rodada, 9 pontos entre os 9 possíveis entre a 36ª e a 38ª rodada, e 13 pontos entre a 16ª e a 20ª rodada.


O gráfico de dispersão mostra como o Palmeiras de 2018 só teve grandes desempenhos em suas sequências mais fáceis durante o campeonato.



CONCLUSÃO:

Consolidando a dispersão de resultados "Pontuação vs Nível de Dificuldade" de todos os campeões brasileiros entre 2013 e 2018, chega-se às conclusões que já haviam pautado o Planejamento para o Flamengo ser Campeão Brasileiro, e que só foram reforçadas ao fim do Campeonato Brasileiro de 2018:


- Há que se fazer 13 pontos sempre que o nível de dificuldade na sequência de cinco rodadas for mais baixo. Das oportunidades em que os campeões entre 2013 e 2018 tiveram um nível de dificuldade até o "nível 14" nos critérios deste blog (explicados no começo deste texto). Se for nível 12 para baixo, então, é ainda mais importante: os campeões entre 2013 e 2018 fizeram pelo menos 13 pontos em 73% das vezes com nível de dificuldade menor ou igual a 12.

- Em níveis intermediários de dificuldade (entre os níveis 14 e 18 nos critérios aqui descrito), o desempenho dos campeões é bastante disperso. Recomenda-se uma pontuação nestes casos de pelo menos 10 pontos.

- Em níveis de dificuldade acima do nível 18, há margem para uma pontuação de pelo menos 8 pontos.



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