quinta-feira, 11 de abril de 2019

FLAMENGO: Análise dos Resultados Financeiros de 2018 - Abertura Trimestral


Seguindo o histórico de análises sempre disponibilizadas aqui no blog (histórico pode ser visto na sessão Transparência Rubro-Negra), o desempenho financeiro segue numa trilha altamente positiva, como veio sendo a tendência já apresentada nos exercícios anteriores.


1) RECEITAS

Descontados os impostos incidentes sobre a movimentação de arrecadação, a receita operacional líquida total caiu em 2018 frente a 2017. O principal motivo do volume inferior: em 2017 entraram os recursos da venda de Vinícius Júnior ao Real Madrid, uma receita pontual e extraordinária. Mas a queda ficou concentrada sobretudo no 2º trimestre, e nisto pesou muito a não utilização do Maracanã nos dois primeiros jogos da Libertadores, quando teve que atuar com portões fechados por punição imposta pela Conmebol.

O resultado do 1º trimestre foi praticamente o mesmo comparando 2017 e 2018. No 2º trimestre o resultado de 2018 foi R$ 138 milhões pior. No 3º e no 4º trimestres esta diferença foi sendo paulatinamente diminuída, ficando R$ 115mm menor no 3º Tri e R$ 107mm menor no 4º Tri. Assim fica evidente que o desempenho financeiro no 2º Semestre de 2018 foi superior ao do 2º Semestre de 2017. Abrindo e analisando as quebras de grupo de receita, identifica-se onde se concentrou esta melhora.


O carro-chefe das receitas, como sempre, e obviamente, é o futebol, que é onde reside o coração das variações também, com os resultados observados acima ratificados. A receita acumulada pelo futebol repete o comportamento da receita operacional líquida: o resultado no 1º trimestre foi praticamente igual em 2017 e 2018, e no 2º trimestre o resultado de 2018 foi bem pior: R$ 140 milhões a menos. No 2º semestre a diferença foi diminuída, ficando R$ 108mm menor no 3º Tri e R$ 110mm menor no 4º Tri, ratificando que o desempenho financeiro no 2º Semestre de 2018 foi superior ao do 2º Semestre de 2017. Detalhando as quebras de grupo de receita, identifica-se o que proporcionou a melhora.


A arrecadação dos Direitos de Transmissão da TV só melhorou na comparação entre 2017 e 2018, e nela está o centro da melhora no 2º Semestre de 2018. No 1º Tri, a arrecadação foi R$ 3mm superior à do mesmo período de 2017. No 2º Tri, a margem aumentou para R$ 8mm. No 3º Tri deu um salto expressivo, ficando R$ 22 milhões melhor do que o acumulado anual até o mesmo período do ano. No 4º Tri, a diferença marginal se manteve muito próxima a este patamar de diferença, fechando o ano R$ 23mm melhor. Foram sobretudo os diretos de transmissão da televisão que fizeram o 2º semestre de 2018 ser melhor que o de 2017.


As receitas com Patrocínio mantiveram-se praticamente as mesmas na comparação entre todos os trimestres de 2017 e 2018, mostrando a solidificação de uma capacidade de arrecadação da ordem de aproximadamente R$ 90 milhões ao ano com a exposição de marcas no uniforme rubro-negro.


As receitas obtidas diretamente com a Torcida do Flamengo (arrecadação com Bilheteria e com o Programa de Sócio-Torcedor) caíram na comparação entre 2017 e 2018 por causa da bilheteria, em função da não-arrecadação nas duas primeiras partidas da Libertadores, um prejuízo causado por sua própria torcida nos incidentes externos ao Maracanã ocorridos antes e depois da Final da Copa Sul-Americana 2017. Mas não foi só isso: a ausência em fases finais de mata-mata também puxaram a arrecadação para baixo.


A receita de Bilheteria também teve queda no 2º Semestre de 2018 frente a 2017, e neste caso a responsável foi a não participação em play-offs "mata-mata". No 2º Semestre de 2017 o Flamengo jogou as finais da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana (acabou vice-campeão em ambas, mas teve uma "arrecadação campeã"!). Ao fim do 2º Tri, a arrecadação com bilheteria em 2018 havia sido R$ 10 milhões inferior à do mesmo período em 2017. No 3º Tri esta diferença diminuiu para R$ 7mm, mas no 4º Tri voltou a crescer, fechando o ano R$ 17 milhões abaixo do arrecadado em 2017. A arrecadação com a semi-final e, sobretudo, com a final da Copa Sul-Americana diante do Independiente, geraram excepcionais resultados de bilheteria no quarto trimestre de 2017.


Com o Sócio-Torcedor, a receita só subiu! O Flamengo se desligou do Movimento por um Futebol Melhor, e o forte decremento de STs verificado no site do movimento contrasta com a expressiva melhora de arrecadação. Em resumo, a leitura foi a de que os descontos em produtos lá cadastrados eram praticamente indiferentes na capacidade de atrair STs. O Flamengo então partiu para oferecer suas próprias vantagens, e o resultado é muito bom. O aumento comparativo na arrecadação acumulada nos quatro trimestres do ano subiu na margem R$ 6 milhões, atingindo R$ 48 milhões de arrecadação no total de 2018.



2) RESULTADO FINANCEIRO

Com a queda de receitas, o resultado operacional do exercício ficou bem abaixo frente a 2017, assim como aconteceu ao se descontar as despesas financeiras e se chegar ao resultado líquido, ambos caindo, mas ainda assim terminando o ano com superávit, o que é o mais importante.


Menos exposto a dívidas, faz toda a lógica trabalhar com um superávit mais baixo, em decorrência também de um aumento na capacidade de investimentos na qualidade do time de futebol, o que naturalmente aumenta as despesas.



3) DÍVIDAS

A dívida rubro-negra depois de ter caído na comparação dos dois primeiros trimestres de 2018 frente ao mesmo período do ano anterior, passou a apontar com viés de alta a partir do 3º trimestre de 2018.


A razão Dívida / Receita Anual estabilizou-se em 0,67 vez, apontando uma boa saúde financeira frente a qualquer instituição do sistema financeiro, de qualquer segmento da economia.


O volume de Empréstimos de Curto Prazo (com vencimento inferior a um ano) manteve seu viés de queda ao longo de todo o ano de 2018 no comparativo frente ao ano anterior.





Veja histórico: Transparência Rubro-Negra



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