O Flamengo foi para sua 20ª participação - a 8ª consecutiva - mais uma vez sonhando em ser o primeiro clube brasileiro a conquistar pela 4ª vez a Copa Libertadores da América. Obteve a sua classificação por ter sido o 4º colocado do Campeonato Brasileiro de 2023.
O sorteio o colocou num grupo considerado relativamente fácil, mas com um grande complicador, pois dois dos três adversários mandavam seus jogos em altas altitudes de ar rarefeito, o time teria que ir a Bogotá, na Colômbia, e a La Paz, na Bolívia.
A Campanha:
Fase de Grupos
02/04/24 - 1 x 1 Millonarios, no Est. El Campin, Bogotá, Colômbia
10/04/24 - 2 x 0 Palestino, no Maracanã
24/04/24 - 1 x 2 Bolivar, no Est. Hernando Siles, La Paz, Bolívia
07/05/24 - 0 x 1 Palestino, no Est. Francisco Rumoroso, Coquimbo, Chile
15/05/24 - 4 x 0 Bolivar, no Maracanã
28/05/24 - 3 x 0 Millonarios, no Maracanã
Oitavas
15/08/24 - 2 x 0 Bolivar, no Maracanã
22/08/24 - 0 x 1 Bolivar, no Est. Hernando Siles, La Paz, Bolívia
Quartas
19/09/24 - 0 x 1 Peñarol, no Maracanã
26/09/24 - 0 x 0 Peñarol, no Est. Campeón del Siglo, Montevidéu
1ª Fase
Logo na 1ª rodada a estreia já foi na altitude de 2.640 metros de Bogotá. O time rubro-negro teve dificuldade para se impor, mas conseguiu sair em vantagem já no segundo tempo, e ainda viu o adversário ter um jogador expulso. Ainda assim, não conseguiu tirar proveito da vantagem numérica e cedeu um gol de empate. No outro jogo do grupo na rodada, os chilenos do Palestino receberam ao Bolivar e foram goleados por 4 a 0.
Na 2ª rodada, havia uma grande expectativa de goleada sobre o Palestino no Maracanã, já que o adversário havia sido goleado pelos bolivianos em casa na rodada inaugural. O Flamengo venceu, mas não com a facilidade esperada. Fez 2 a 0 e saltou a 4 pontos na tabela. No outro confronto, o líder Bolivar recebeu como mandante ao Millonarios e venceu apertado, por 3 a 2, mas saltou assim a 6 pontos. Com o Millonarios com 1 ponto, e o Palestino com 0, a classificação rubro-negra parecia já bem encaminhada.
Porém, o desafio pela frente, na 3ª rodada, era diante da intimidadora altitude de 3.640 metros de La Paz. O técnico rubro-negro Tite ainda decidiu poupar a maioria de seus titulares, para preservá-los do desgaste físico da viagem à Bolívia. Diante do líder do grupo, Bolivar, o time rubro-negro não conseguiu se encontrar. Tomou um gol logo no primeiro minuto, conseguiu empatar logo na sequência, mas sem se impor em campo, acabou levando um segundo gol na etapa final. Detalhe ao fato de que os dois gols do Bolivar foram marcados por brasileiros.
Com o Bolivar na liderança com 9 pontos, o Flamengo terminava os jogos de ida em 2º lugar, com 4 pontos. No outro jogo da 3ª rodada, como mandante o Palestino venceu ao Millonarios por 3 a 1 e saltou a 3 pontos. Tudo se demonstrava ainda aparentemente perfeitamente sob controle para a classificação, ainda que o 1º lugar do grupo já se mostrasse, aparentemente também, inalcançável.
Na 4ª rodada, o Palestino mudou seu mando de campo para Coquimbo, a norte do Chile. Numa noite de atuação desastrosa, os chilenos se aproveitaram da praticamente única oportunidade real de gol que tiveram em toda a partida, para marcar, vencer por 1 a 0, e assim saltar à 2ª colocação, com 7 pontos. O Flamengo terminou a rodada em 3º lugar, com 4 pontos, sem ter conseguindo vencer nenhum de seus jogos como visitante, e passando a se ver numa situação difícil para obter a classificação. Restavam dois jogos no Maracanã, e era vencer e vencer, ou um adeus prematuro. No outro jogo da rodada, Bolivar e Millonarios empataram por 1 a 1 em Bogotá.
A primeira das duas decisões para obter a vaga nas oitavas de final era contra o Bolivar. Com atitude ofensiva, o time saiu em vantagem logo com 55 segundos de bola rolando, gol de Gérson. Correu perigos, principalmente pelos pés dos dois atacantes brasileiros que vestiam a camisa adversária (Chico da Costa e Bruno Sávio), mas depois construiu gols em sequência e administrou uma goleada por 4 a 0. No outro jogo, Millonarios e Palestino empataram por 1 a 1 em Bogotá (os colombianos obtiveram o mesmo placar em seus três jogos como mandante. A uma rodada do fim, o líder ainda era o Bolivar com 10 pontos, Flamengo e Palestino tinham 7 pontos, com vantagem rubro-negra nos critérios de desempate, e o Millonarios, adversário rubro-negro na última rodada, tinha apenas 3 pontos e mais nenhuma pretensão em jogo.
A missão para a classificação rubro-negro não teve sustos na última rodada. Logo nos minutos iniciais, um recuo de bola mal feito e uma falha do goleiro colombiano permitiram que Pedro roubasse a bola e marcasse. Não muito depois e o zagueiro tenta cortar um chute despretensioso, raspa de cabeça, tia a bola das mãos do goleiro e o placar já está 2 a 0. Ainda antes do intervalo sai o terceiro. Na segunda etapa foram diversas a oportunidade de um quarto gol, que não aconteceu. Sem dificuldades nas duas últimas rodadas, o Flamengo assegurou sua classificação às oitavas de final, alcançando 10 pontos. Mas avançou em 2º lugar, já que o Bolivar bateu ao Palestino por 3 a 1 em La Paz e saltou a 13 pontos. A missão rubro-negra nas oitavas ficou bem mais dificultada. Um sorteio definiria o adversário entre os que terminaram na liderança de seus grupos: Palmeiras, Atlético Mineiro, Fluminense, São Paulo, River Plate, Bolivar ou Junior de Barranquilla. O destino rubro-negro nesta edição estava associado a duelos na altitude. O sorteio fez o Flamengo ter mais uma vez pela frente o Bolivar em La Paz.
MATA-MATA
Nas oitavas, o primeiro jogo foi no Maracanã. O time rubro-negro queria obter uma vantagem ampla para diminuir os riscos de eliminação no duelo na altitude, uma semana depois. A expectativa era pela repetição do placar elástico como mandante na fase de grupos, mas isto não se repetiu. O time controlou o jogo, pressionou bastante, conseguiu sair em vantagem ainda no 1º tempo, mas só saiu com um placar de 2 a 0, após um gol de cabeça do zagueiro Léo Pereira aos 44 minutos do 2º tempo. A quase 4 mil metros acima do nível do mar, uma derrota por dois gols levava aos pênaltis e só uma derrota por três causaria eliminação imediata. A missão não era simples. A luta em La Paz foi árdua! O time segurou o 1º tempo num empate sem gols, mas acabou sofrendo um no início da etapa final. Sofreu uma pressão gigante, quase foi vazado outras vezes, mas conseguiu administrar o resultado até final, com o goleiro argentino Agustin Rossi sendo eleito o melhor em campo. Com o 1 a 0 contra, avançou às quartas de final para enfrentar ao Peñarol, que eliminou na sua chave ao também boliviano The Strongest, também vencendo em casa e perdendo por 1 a 0 em La Paz.
O duelo das quartas de final se iniciou no Maracanã, e a largada rubro-negra foi ruim. O Peñarol conseguiu marcar um gol logo aos 13 minutos do 1º tempo e soube segurar a vantagem. O Flamengo dominou amplamente a partida, teve oportunidades de conseguir o empate, mas não conseguiu marcar um gol. Os uruguaios voltaram com uma importante vitória para o duelo seguinte em Montevidéu. a missão rubro-negra para reverter o quadro era dificílima! E o time pagou o preço pelo tropeço. Pressionou mas não conseguiu marcar um gol, sem furar a retranca uruguaia. O empate sem gols gerou a eliminação rubro-negra nas quartas de final, com o Peñarol avançando para fazer a semi-final contra o Botafogo. E o quadro ficou um tanto constrangedor para o Flamengo depois que no jogo de ida os alvi-negros aplicaram uma goleada sobre os uruguaios por 5 a 0 no Rio de Janeiro, em partida disputada no Engenhão.
Sexto confronto válido pela Copa Libertadores da América entre rubro-negros e os auri-rubros uruguaios sem que o Flamengo tivesse obtido sequer uma vitória. Em 1982, 2019 e 2024, os dois adversários se enfrentaram 6 vezes, com 4 vitórias do Peñarol, todas por 1 a 0, tendo sido três delas em pleno Maracanã e só uma em Mentevidéu. Na capital uruguaia ainda houve 2 empates sem gols.
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