Luís Carlos Nunes da Silva, o Carlinhos, foi meio-campista do Flamengo - cores que defendeu como jogador de 1959 a 1970 - e é o terceiro treinador com mais jogos a frente do futebol do clube na história. No início dos anos 80 começou a trabalhar nas divisões de base da Gávea. Em 1983, entre a saída de Carpegiani e a contratação de Carlos Alberto Torres, dirigiu o time interinamente po 5 jogos. Depois voltou para a cuidar da base, até que em 1987, entre a saída de Sebastião Lazaroni e a contratação de Antônio Lopes voltou a ser chamado para assumir o time interinamente, desta vez ficou a frente por 6 jogos. Mas Antônio Lopes só durou 5 meses no cargo, e então a diretoria decidiu efetivar Carlinhos como técnico. Deu certo, e o Flamengo ganhou o título Brasileiro.
A identidade entre Carlinhos e Flamengo foi tamanha, que entre 1987 e 2000, o Flamengo ganhou 8 títulos, sendo 6 sob o comando de Carlinhos (só na Coipa do Brasil de 1990, quando o treinador era Jair Pereira, e no Carioca de 1996, quando era Joel Santana, o time não estava sendo comandado por ele).
Carlinhos é prova viva do quão diferente é o Flamengo em relação a qualquer outro clube. A figura simples e humilde, que não construiu carreira como treinador (tentou, em passagens fracassadas por Guarani e Remo) mas conseguiu ser vitorioso e ganhar títulos, porque conhecia o Flamengo muito mais que outros.
Carreira: 1987-88 Flamengo; 1991-93 Flamengo; 1993 Guarani (SP); 1994 Flamengo; 1994 Remo (Pará); 1996 Guarani (SP); 1999 Flamengo; e 2000 Flamengo.
Campeão Brasileiro de 1987 e 1992
Campeão da Copa Mercosul de 1999
Campeão Carioca de 1991, 1999 e 2000.
Campeão da Copa Mercosul de 1999
Campeão Carioca de 1991, 1999 e 2000.
Passagens pelo Flamengo:
1987-88 - entre setembro de 1987 e junho de 1988, treinou o time por 59 jogos, com 31 vitórias, 17 empates e 11 derrotas. Sagrou-se Campeão Brasileiro de 87. A seguir, foi campeão da Taça Guanabara de 88, mas acabou perdendo o título do Campeonato Carioca para o Vasco, o que lhe custou o cargo. Nesta passagem, treinou Zico, Renato Gaúcho, Bebeto, Zinho, Andrade, Leonardo, Leandro, Edinho, Aldair e Jorginho.
1991-93 - voltou a treinar o time em agosto de 1991, e ficou até março de 1993. Foram 111 jogos, com 62 vitórias, 30 empates e 19 derrotas. Venceu o Carioca de 91 e o Brasileiro de 92. Depois perdeu o Carioca de 92 para o Vasco e foi demitido durante o Carioca de 93. Nesta estadia no banco de reservas da Gávea, treinou Júnior, Zinho, Gaúcho, Nélio, Gilmar, Wilson Gottardo, Júnior Baiano, Marcelinho Carioca, Paulo Nunes e Djalminha.
1994 - sua passagem mais rápida, durou de maio a outubro de 94, foram 37 partidas, com 13 vitórias, 14 empates e 10 derrotas. Pegou um time que mesclava garotos da base com jogadores contratados à filosofia "bom, bonito e barato". Não deu certo. Entre os principais jogadores, estavam: Sávio, Nélio, Rogério Lourenço, Boiadeiro, Valdeir e Charles Baiano.
1999 - assumiu sua quarta passagem pela Gávea em fevereiro de 1999 e ficou até dezembro daquele ano. Foi Campeão Carioca e Campeão da Copa Mercosul. Uma passagem perfeita, com 65 jogos e 37 vitórias, 10 empates e 18 derrotas. ainda assim, ao fim do ano, a diretoria o demitiu, afirmando precisar de um treinador mais experiente e contratando Carpegiani, do São Paulo, o badalado técnico da Seleção do Paraguai na Copa do Mundo de 1998. Nesta passagem dele, o time tinha Romário, Leandro Ávila, Beto, Rodrigo Mendes, Athirson e o zagueiro Juan.
2000 - Carpegiani fracassou no cargo, assim como Carlos César, treinador dos juniores que assumira para ser um "novo Carlinhos"; ele foi reconvocado e aceitou, para sua 5ª passagem como treinador efetivo do Flamengo, fora 2 vezes como interino. Voltou para ser Bi-Campeão Carioca e treinar a equipe entre maio e outubro de 2000. Treinou o time em 38 partidas, com 17 vitórias, 9 empates e 12 derrotas. Sua paciência "quase eterna" então acabou, e ele nunca mais voltou.
Ele teve capacidade profissional e discreção. Acho que poucos técnicos tiveram tantos títulos. E tem uma alma simples e modesta de um tipo carioca que já não existe mais.
ResponderExcluirNão seja tão pessimista Marcelo. Na minha opinião Jayme de Almeida tem estas mesmas qualidades que você discreveu (o mundo não está totalmente perdido!), tudo bem que ainda faltam muitos troféus na sala dele para se equiparar a Carlinhos, mas vamos dar tempo ao tempo.
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