Caros amigos do basquete do Flamengo,
Acho que a grande festa e a vitória maiúscula de sábado falam por si só. Definitivamente, a bola não entra por acaso. Fico feliz em ver que a opção profissional e cumpridora de seus deveres de clube cidadão estão sendo plenamente recompensados. E que a nossa tradição nesse esporte tão especial está sendo respeitada com o orgulho da Nação e títulos consecutivos. A maior glória de nossa história foi conquistada no sábado à noite em uma linda sinergia entre a torcida e um time muito bom dentro da quadra e com força de grupo fora dela, harmonia que conseguimos montar juntos. Verdadeiros campeões, envoltos em uma aura do Maracanãzinho e as bençãos de Gilberto Cardoso.
Em junho do ano passado, escrevi uma carta (“O Basquete do Flamengo agradece”), comemorando a grande conquista do título da NBB 5.
Sábado passado foi mais um dia de emoção única para quem ama esse esporte e para quem aprendeu a ver o Flamengo no topo em qualquer área. Jogamos oito partidas na Liga das Américas (a Libertadores do Basquete), vencemos todas, em um torneio em que participam todos os campeões e vice-campeões dos torneios nacionais da região, da Argentina ao México. Foi um sonho, do qual ainda preferimos não acordar ainda. Somos campeões das Américas, o maior título de nossa história. Em um Maracanãzinho lotado, conseguimos, todos juntos, atingir esta glória.
Cabe ressaltar que um grupo vencedor não se faz apenas com passes precisos, defesa forte e cestas de três pontos. Esse time foi extremamente profissional e comprou o nosso projeto, mesmo com as dificuldades de conhecimento público que o clube atravessou durante o ano de 2013 (por conta da alternativa de voltarmos a ser um clube cidadão e pagar R$ 120 milhões em impostos). Salários atrasados não tiraram o foco da equipe durante um dia sequer, sempre prevalecendo o respeito ao manto rubro-negro. Estamos tratando de verdadeiros campeões, no sentido mais profundo da expressão, que merecem todos os aplausos.
Hoje, com o título de campeão das Américas nas mãos e a maior parte dos compromissos atrasados (alguns de longa data, por sinal) já encaminhada e/ou resolvida, todos têm a impressão de que o caminho foi fácil. O grupo foi bravo! Jogamos, por exemplo, em lugares complicados como a altitude de Quito e a longínqua Xalapas, a cinco horas da Cidade do México. Todos jogaram, ninguém reclamou, vencemos sempre.
Parabéns aos jogadores, à competência da comissão técnica comandada pelo José Neto, ao comando do Marcelo Vido nos Esportes Olímpicos (estamos trabalhando para que todos se auto-sustentem e atinjam no futuro a excelência) e o melhor “sexto homem” do campeonato – simplesmente, a maior torcida do mundo. Obrigado a todos que acreditaram nesse sonho, sobretudo blogs e imprensa.
Muita gente ainda tem a coragem, mesmo depois de uma conquista dessa, de perder um tempo enorme discutindo se diretorias anteriores têm ou não o mérito nesse título. Esse papo é de um “anti rubro-negrismo” irritante e triste e prova que tem gente que, definitivamente, entende muito pouco de Flamengo. Sempre cito como “colaboradores permanentes”, todos que construíram esse basquete rubro-negro, figuras emblemáticas como Kanela, Algodão, Pedrinho, Almir, entre tantos outros. Mas uma menção especial para as bênçãos de Gilberto Cardoso, nosso presidente que morreu (causa mortis: excesso de paixão) após uma cesta no último segundo em 1955, que resultou em título carioca e que introduziu naquele ginásio uma grande aura rubro-negra.
O time e a diretoria atual são apenas um pequeno parágrafo nessa linda história. Esse grupo foi montado a dedo, a partir da equipe campeã do ano passado. Nosso objetivo maior dessa temporada foi atingido. Mas tenham certeza que se trata apenas do começo. Agora, vamos partir para o tricampeonato da NBB 6, competição que estamos liderando . Em outubro, o sonho continua, com a disputa do campeonato mundial, se Deus quiser no Rio de Janeiro, contra o campeão europeu. E vem mais coisa por aí!
Podem ter certeza que já ontem estávamos trabalhando visando mudar o patamar do esporte olímpico do Flamengo. Nesse país que só olha para o futebol, isso significa matar um dinossauro por dia (mesmo no basquete). O caminho é muito mais longo e difícil que a maioria imagina, mas muita coisa boa ainda está por vir, aguardem. Mas sem ufanismos bobos do tipo "Flamengo pode tudo", mas através de organização, profissionalismo, aproveitamento da marca e os preceitos de uma gestão moderna. A paixão nos empurra para frente nesse processo.
Podemos ganhar, podemos perder, mas vamos com tudo! O verdadeiro flamenguista só tem um dever básico: Pensar grande, sempre! Que consigamos transformar nosso ufanismo e megalomania saudável (de uma geração que viu Zico e cia. ganharem tudo) em planejamento, disciplina, treinamento e profissionalismo que, em sinergia com a maior torcida do mundo, vão sempre resultar em vitória.
Afinal, como canta a torcida, o “Basquete é o Orgulho da Nação”!
Saudações campeãs das Américas,
Alexandre Póvoa
Vice-Presidente de Esportes Olímpicos do C.R. Flamengo
Vice-Presidente de Esportes Olímpicos do C.R. Flamengo
Nenhum comentário:
Postar um comentário