Os pontos polêmicos, confusos e mais mal-administrados na gestão Eduardo Bandeira de Mello na Gávea foram, sem dúvida, as escolhas de treinadores. Uma das maiores bandeiras de modernização do futebol no Brasil é a estabilidade de treinadores no cargo. A diretoria 2013-15 do Flamengo sempre se declarou aliada a esta bandeira, mas na prática, acumulou trapalhadas.
A maior de todas foi, sem dúvida alguma, a demissão de Jayme de Almeida, em 12 de maio de 2014. Sem aviso prévio, e sem um contato oficial comunicando a demissão, a notícia vazou para a imprensa e Jayme de Almeida, que estava de folga na praia, recebeu 10 ligações de jornalistas no seu telefone celular avisando que ele havia sido demitido e que seu substituto já estava contratado: Ney Franco. Só às 18:30h recebeu oficialmente a notícia, através de um telefonema do vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcelos, anunciando, junto a um pedido de desculpas pela presepada e pela atabalhoada forma como aconteceu, mas que tudo que estava na imprensa era verdade.
Se um dos pilares de profissionalização defendidos pela Gestão Azul era a estabilidade de treinador, a prática estava distante da teoria, pois em 17 meses de gestão, o futebol do Flamengo ia para seu 5º técnico diferente, uma média de pouco mais de 4 meses para cada um dos que estiveram no cargo. Números distantes da revolução prometida. Nada muito diferente da média histórica de "gestão a flor da pele" da administração do futebol da Gávea.
Entre 1990 e 2013, por exemplo, foram 53 mudanças de técnico em 24 anos, média de 5 meses e meio de trabalho para cada treinador. O pior período foi, sem dúvidas, entre 2002 e 2006, no qual 17 treinadores ficaram menos de 6 meses na função, sendo inquestionavelmente o pior momento técnico e administrativo da história do Flamengo.
As coisas começaram a mudar exatamente após a passagem de Ney Franco, entre 2006 e 2007. E ele detém uma marca diferenciada em tratando-se de Flamengo, pois entre 1990 e 2014, só 4 nomes resistiram mais de 1 ano no cargo: Carlinhos (1991-93), Zagallo (2000-01), Ney Franco (2006-07) e Vanderlei Luxemburgo (2010-12).
A Gestão Azul começou com Dorival Júnior, treinador herdado da gestão Patrícia Amorim. Seus resultados não estavam ruins, mas a alegação foi de que seu salário estava acima do teto desejado. Primeira mudança: aposta num treinador emergente e com história ligada ao clube, sai Dorival e entra Jorginho. O time inicia o Brasileiro com resultados ruins e a diretoria logo muda suas convicções, decidindo então apostar num nome renomado: Jorginho é demitido e entra Mano Menezes. O discurso é que este chega para ter vida longa a frente do time do Flamengo. O intuito realmente parece que era para que tivesse. Porém, Tite balança no Corinthians e Mano Menezes é convidado para substituí-lo. Um pedido de demissão surpreendente e que pegou a todos de surpresa. Desculpas esfarrapadas ao vento, e Mano troca o Flamengo pelo Corinthians.
Emerge então o auxiliar Jayme de Almeida. Auxiliar de Vanderlei Luxemburgo, Joel Santana, Dorival Júnior, Jorginho e Mano Menezes, membro da comissão-técnica permanente, ex-jogador do Flamengo, filho de um ex-jogador e ex-treinador de mesmo nome. Jayme de Almeida Filho chegou humildemente e conquistou o impensado, foi Campeão da Copa do Brasil. Mantido para 2014, foi Campeão da Taça Guanabara e Campeão Carioca. Mas foi eliminado na primeira fase da Libertadores e nas primeiras 4 rodadas do Brasileiro só obteve uma vitória. Ficou 8 meses a frente do time do Flamengo. O treinador que até então havia ficado mais tempo com a Gestão Azul. Será superado em longevidade por Ney Franco? Repetirá Ney Franco o período de mais de um ano de sua primeira passagem?
Junto com Jayme, foi demitido o diretor de futebol Paulo Pelaipe. A alegação foi apenas de necessidade de renovação. O gaúcho, ex-dirigente do Grêmio, ficou 1 ano e 5 meses no cargo de diretor remunerado, um recorde na Gávea. Nas outras tentativas de se ter um diretor remunerado, Gilmar Rinaldi ficou 1 ano e 2 meses entre 1999 e 2000, Júnior ficou exato 1 ano no cargo, em 2004, e Zinho ficou 8 meses, em 2012. As outras tentativas: Renê Simões (em 2000), Anderson Barros (em 2005) e Zico (em 2012), duraram ainda menos.
Na imprensa falou-se na possibilidade de extinção do cargo de gestor renumerado. Cairia outra crença de símbolo de profissionalismo dos gestores da Gávea?
Muitas dúvidas e uma certeza inquestionável: todo o episódio de demissão de Jayme de Almeida foi uma imensa presepada!
E o começo de trabalho de Ney Franco foi extremamente conturbado. Nos cinco primeiros jogos antes da paralisação do campeonato para a disputa da Copa do Mundo, nenhuma vitória. O Flamengo fazia a pior campanha de sua história até então num início de Campeonato Brasileiro. Durante o período de um mês e meio sem futebol, estaria na 19ª e penúltima posição, na Zona de Rebaixamento. Numa sequência de 12 jogos - juntando Carioca, Libertadores e Brasileiro - houve apenas 1 vitória, com 6 empates e 5 derrotas.
O novo diretor de futebol foi então escolhido, e teria muito trabalho pela frente. Para o lugar do gaúcho Paulo Pelaipe, chegava o mineiro Felipe Ximenes, ex-diretor de futebol de Atlético Mineiro (2007-08), Fluminense (2008-09), Coritiba (2009-13), Fluminense de novo (2014, por apenas um mês) e Vitória (2014, por um mês e meio).
Dois dias depois da apresentação de Ximenes, Wallim Vasconcelos renunciou ao cargo de Vice-presidente de Futebol. Parecia ser o ápice da Crise da Gestão Azul.
E o começo de trabalho de Ney Franco foi extremamente conturbado. Nos cinco primeiros jogos antes da paralisação do campeonato para a disputa da Copa do Mundo, nenhuma vitória. O Flamengo fazia a pior campanha de sua história até então num início de Campeonato Brasileiro. Durante o período de um mês e meio sem futebol, estaria na 19ª e penúltima posição, na Zona de Rebaixamento. Numa sequência de 12 jogos - juntando Carioca, Libertadores e Brasileiro - houve apenas 1 vitória, com 6 empates e 5 derrotas.
O novo diretor de futebol foi então escolhido, e teria muito trabalho pela frente. Para o lugar do gaúcho Paulo Pelaipe, chegava o mineiro Felipe Ximenes, ex-diretor de futebol de Atlético Mineiro (2007-08), Fluminense (2008-09), Coritiba (2009-13), Fluminense de novo (2014, por apenas um mês) e Vitória (2014, por um mês e meio).
Dois dias depois da apresentação de Ximenes, Wallim Vasconcelos renunciou ao cargo de Vice-presidente de Futebol. Parecia ser o ápice da Crise da Gestão Azul.
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