Volto, com maior preocupação ainda, a um tema que já abordei aqui no passado: adversários sempre houve muitos, e a massa rubro-negra já está mais do que acostumada ao peso de ser a maior torcida do Brasil, o que implica num clube que é o mais amado e o mais odiado. Enquanto tudo se mantenha dentro da esfera esportiva, nenhum problema. Mas, no Brasil, viver o basquete é completamente diferente de viver o futebol. No contexto esportivo brasileiro, o maior inimigo do basquete do Flamengo é o risco de isolamento.
O Flamengo precisa de um basquete nacional forte e descentralizado para sustentar um trabalho de alto rendimento!
Um basquete concentrando suas forças exclusivamente no estado de São Paulo é uma séria e constante ameaça à continuidade em alto rendimento do time da Gávea. É muito importante para o Flamengo que haja um basquete forte fora de São Paulo, capaz de enfrentar as equipes paulistas de igual para igual. Urge uma estratégia ativa contra forças centralizadoras no basquete nacional.
O cenário atual é muito preocupante, mesmo após a criação da Liga Ouro como 2ª divisão nacional. Recentemente, Joinville e Espírito Santos se retiraram, a equipe de Goiânia, um ano após sua criação, caiu para a 2ª divisão (manterá o projeto? muito provavelmente não). E outros projetos de fora de São Paulo dão sinais de crise. O próprio Basquete Cearense, que ainda não dá sinais de crise, estará na próxima temporada em seu último ano, pendente de renovação dos patrocínios com a Prefeitura de Fortaleza e a Sky.
O NBB 2014-15 terá, a princípio, 16 equipes, sendo 10 de São Paulo e apenas 6 de fora de São Paulo: Flamengo, Macaé, Uberlândia, Minas, Brasília e Basquete Cearense.
E destes 6, as movimentações de mercado das últimas semanas sugerem que Uberlândia e Brasília poderão ter expressiva redução de investimento para a próxima temporada, além de que Minas e Macaé, que tiverem um desempenho aquém do esperado na última temporada, também não dão sinais de que se fortalecerão significativamente. O Flamengo está ficando isolado no grupo de altos investimentos fora de São Paulo, e isto é muito ruim!
Insisto na tese que defendi aqui há dois anos: seria fundamental um torneio paralelo ao Paulista entre os times dos outros estados!
E se há duas temporadas atrás dava para pensar num torneio como este com pelo menos 12 times, hoje é muito difícil chegar a esta quantidade. A próxima temporada do NBB terá 6 de fora de São Paulo, e na segunda divisão deste ano houve 2 (Campo Mourão e Sport Recife). Portanto, conseguir reunir 10 já parece um desafio enorme! Mais do que nunca, é urgente uma atitude para reverter este quadro.
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