quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Flamengo não assinará com a Rede Globo para o Estadual 2017

A entrevista do presidente Eduardo Bandeira de Melo dada para o Esporte Interativo, e reproduzida por Vítor Sérgio Rodrigues, deixa clara a manutenção das posição do Flamengo sobre o Estadual 2017. Como se sabe que a FERJ não tem condições de cumprir nenhuma das 7 exigências feitas pelo Flamengo, o que se pode concluir é que o Flamengo não assinará com a Rede Globo para o Estadual 2017.

Eis a entrevista:

Na minha avaliação, o Flamengo precisa de quatro ou cinco reforços. Na visão do departamento de futebol quantos reforços o Flamengo precisa para ser competitivo no ano que vem?

É uma prática nossa não falar de reforços, de contratações. O que posso dizer é que o futebol do Flamengo está fazendo um planejamento, vai cotejar o atual elenco, com as possibilidades de continuidade de alguns jogadores que têm contrato a se encerrar, muitos deles não dependem de nós a continuidade, e estamos sempre de olho no mercado. Em uma maneira geral, a avaliação do elenco do Flamengo neste ano foi a melhor possível, talvez precisamos trazer um ou outro nome para agregar, mas sem mudanças radicais.

Quando você diz “um ou outro”, você tem um número ou não?

Não. É um ou outro...

Ou outro podem ser dois, mas podem ser cinco?

Pode ser um também...

No almoço em que os presidentes de clubes e o presidente da federação do Rio de Janeiro se encontraram com os candidatos a prefeito da cidade, foi muito noticiado que houve uma melhora na sua relação pessoal com o Rubens Lopes (presidente da federação). Essa melhora na relação pessoal modificou alguma coisa em relação ao Flamengo assinar o contrato de transmissão do Estadual 2017 ou o clube continua exigindo aquelas demandas pedidas há alguns meses, como diminuição da cota da federação de 10% para 5%, mais transparência nas finanças da federação, entre outras?

Não mudou nada, tanto que o Flamengo não assinou esse contrato, nem vai assinar, provavelmente. O que aconteceu foi que o presidente Rubens Lopes, em uma audiência pública na Justiça, teve o ato de grandeza de reconhecer que tinha exagerado, pediu desculpas a mim e isso acho que reestabelece as relações cordiais no plano pessoal. Agora, divergências políticas e esportivas é claro que permanecem, mas, nessa nova situação, elas podem vir a ser debatidas em uma situação de cordialidade e respeito.

O fato de não assinar a transmissão do Estadual faria com que o Flamengo abrisse mão de cerca de 15 milhões de reais, o valor anual desse contrato. O orçamento do Flamengo está equacionado para abrir mão desse dinheiro e não ter seus jogos do Estadual televisionados?

Vocês podem ter certeza que o Flamengo sobreviverá sem esse contrato. Consideramos que esse contrato não é justo para o Flamengo e portanto não temos motivo para assinar. Vamos compensar isso (falta dessa receita) de outras maneiras.

É um incômodo para mim que o presidente da CBF seja alguém procurado pelo FBI. Por que os clubes brasileiros não se unem para retirar do poder alguém que é procurado pelo FBI?

Eu tenho impressão de que a Justiça Brasileira não se pronunciou com relação a isso. A investigação do FBI não é algo que seja transparente para os clubes brasileiros, que são filiados, direta e indiretamente, à CBF. Eu defendo que tudo que tiver que ser apurado seja apurado de maneira rigorosa e que os culpados sejam punidos. Eu não tenho condição de fazer um pré-julgamento. Quem teria condição de trabalho nisso seria a Justiça Brasileira, o Ministério Público... Não acho que seja justo que recaia sobre os clubes brasileiros fazer o papel da Justiça.

Nem que seja para assumir o controle do futebol brasileiro, do qual eles, clubes, são os protagonistas?

Os clubes brasileiros têm trabalhado nesse sentido. Acho que a CBF tem pontos positivos e negativos. Existe um processo de modernização, em busca da transparência, na CBF que não vemos em outras entidades. O processo de licenciamento de clubes que está em curso é uma coisa altamente positiva... Mas existe também aquele lado atrasado da CBF, que é representado basicamente pelas federações, e o Flamengo, desde a época do Profut, tem trabalhado para mudar...

(Interrupção) Esse processo não está lento demais não?

Olha, se é lento ou não, a sociedade brasileira deve tentar avaliar... Mas eu estou no futebol há três anos e pouco, tenho tentado fazer o possível. Nos 50 anos em que fui torcedor eu não vi mudança nenhuma... Pelo menos nesses três anos, eu e outros presidentes de clubes, conseguimos com o Profut colocar algumas restrições, contrapartidas que atingem sim as federações, a CBF e os clubes. Agora temos que trabalhar para aprofundar essas mudanças, inclusive no momento em que se discute a Lei Geral do Futebol, com comissões funcionando na Câmara e no Senado. Temos que estimular a participação dos clubes na busca por essas mudanças.



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