O Flamengo entrava na Libertadores 2018 fortemente pressionado, após 3 eliminações consecutivas na Fase de Grupos, em 2012, 2014 e 2017.
A Campanha:
Fase de Grupos
28/02/18 - 2 x 2 River Plate, Engenhão
14/03/18 - 2 x 1 Emelec, Est. George Capwell, Guayaquil, Equador
18/04/18 - 1 x 1 Independiente Santa Fé, Maracanã
25/04/18 - 0 x 0 Independiente Santa Fé, Est. El Campin, Bogotá, Colômbia
16/05/18 - 2 x 0 Emelec, Maracanã
23/05/18 - 0 x 0 River Plate, Monumental de Nuñez, Buenos Aires
Oitavas
08/08/18 - 0 x 2 Cruzeiro, Maracanã
29/08/18 - 1 x 0 Cruzeiro, Mineirão
29/08/18 - 1 x 0 Cruzeiro, Mineirão
1ª Fase
O Flamengo caiu mais uma vez num grupo difícil depois de se classificar à Libertadores como 6º colocado do Campeonato Brasileiro de 2017. O clube caiu no grupo D, contra o River Plate, vice-campeão argentino, o Emelec, campeão equatoriano, e o Independiente Santa Fé, 3º colocado na Colômbia, e que havia eliminado a Deportivo Táchira, da Venezuela, e Santiago Wanderers, do Chile, na fase Pré-Libertadores. Os dois primeiros colocados do grupo avançavam às oitavas de final.
Na 1ª rodada, jogando no Rio de Janeiro de portões fechados, em função da pena aplicada pela Conmebol pelos distúrbios em volta do Maracanã na final da Copa Sul-Americana 2017 entre Flamengo e Independiente, um clássico continental contra o River Plate. Já de cara, pela dificuldade do grupo, e pela experiência do ano anterior, quando o time rubro-negro não conseguiu a classificação ao vencer as três partidas em casa, mas perder as três fora, havia uma forte pressão pelos 3 pontos já no primeiro jogo. E este se arrastou truncado, com pouquíssimas chances de gol de lado a lado. Até que, já no 2º tempo, Diego foi derrubado na área e Henrique Dourado converteu o pênalti. Mas não deu tempo de comemorar, pois no minuto seguinte, em posição de impedimento após uma bola alçada na área, o time argentino empatou. O time rubro-negro, no entanto, não tardou muito, conseguiu voltar a liderar o placar, com gol de Everton. Porém, a partir daí, com o jogo já passando da metade da etapa final, o time recuou e se fechou defensivamente, despachando chutões para longe, sem conseguir segurar a bola no ataque, virando um jogo de ataque contra defesa. Estratégia arriscadíssima que cobrou seu preço. No fim, aos 41 minutos do 2º tempo, um chute de fora da área, colocou 2 x 2 no marcador. Justo castigo à apatia e ao acovardamento. No outro jogo do grupo, em Bogotá, Independiente Santa Fé e Emelec empataram em 1 x 1. Ao fim da 1ª rodada, todos empatados na largada do grupo.
Na 2ª rodada, parecia que iria se repetir o filme do ano anterior, quando no primeiro confronto fora de casa, contra o Universidad Católica, no Chile, o time dominou, criou poucas chances de gol, tomou um gol do 2º tempo e saiu derrotado. O Flamengo foi ao Equador para enfrentar ao Emelec, e o filme parecia que iria se repetir quando os equatorianos balançaram as redes já quase na metade da etapa final. O Flamengo não tinha um domínio tão amplo como aquele frente à Católica, no Chile, no ano anterior, mas tinha mais tempo com a posse de bola, e não via o adversário conseguir criar nenhuma chance de muito perigo. Isto até ver suas redes serem balançadas. Desta vez, porém, o Flamengo obteve uma virada heroica. O elemento novo, para mudar a repetição da história, entrou em campo logo após o gol do Emelec: Vinícius Júnior, 17 anos, àquele momento já vendido ao Real Madrid como maior transação de um jogador Sub-20 até então na história. O garoto fez dois golaços, aos 32 e aos 40, e garantiu uma vitória daquelas de "lavar a alma". Resultado importantíssimo para não deixar os flamenguistas abatidos e pressionados para as rodadas seguintes. O fantasma de uma eventual nova eliminação logo na Fase de Grupos atormentava a alma rubro-negra. No outro jogo do grupo na rodada, River Plate e Independiente Santa Fé empatara sem gols em Buenos Aires. Assim, ao fim da rodada, o Flamengo era o líder do grupo com 4 pontos, seguido por Santa Fé e River Plate, ambos com 2, e com o Emelec tendo apenas 1 ponto.
Frente ao cenário nas três participações anteriores em Libertadores, todas com eliminações precoces na Fase de Grupos: em 2012, após a 2ª rodada, o Flamengo também era o líder com 4 pontos, havendo dois rivais empatados com 3, e um com 1 ponto. Em 2014, o líder era o León, do México com 4, e o Flamengo estava em 2º com 3 empatado com outro adversário, havendo um clube com 1 ponto (O qual terminou como líder do grupo). Em 2017, haviam dois adversários com 4 pontos dividindo a liderança, depois o Flamengo tinha 3, e o adversário que estava em último, sem nenhum ponto, também acabou classificado. O desempenho em 2018, era portanto o melhor frente a estes três, mas o próprio histórico de adversários que estavam muito mal a esta altura, e acabaram classificados nestas edições anteriores, mostram que isto não significava tanto assim.
Na 3ª rodada, o time enfrentou ao Independiente Santa Fé, da Colômbia, num Maracanã sem público, em seu último jogo pagando a punição pelos distúrbios causados por sua torcida na final da Copa Sul-Americana de 2017. Com um técnico interino, e em crise, o time estava pressionado para que obtivesse um resultado positivo. Abriu o marcador logo no início, e na sequência teve algumas oportunidades de ampliar, obtendo total domínio sobre o adversário nos 25 minutos iniciais. Ainda no 1º tempo, porém, na única chance real de gol que o adversário teve no jogo inteiro, o time rubro-negro cedeu o empate. A maior posse de bola em todo o 2º tempo não se converteu em gol. Mais um empate em casa, levando o time a viajar sob a obrigação de vitória para a Colômbia na rodada seguinte para não correr risco de eliminação, um jogo com ar de decisão. No outro jogo do grupo, o River Plate ganhou do Emelec por 1 x 0 no Equador. Ao fim do turno, Flamengo e River Plate dividiam a liderança com 5 pontos, o Independiente Santa Fé tinha 3 pontos em 3º lugar, e o Emelec com 1 ponto era o lanterna.
Na 4ª rodada, um novo empate contra o Independiente Santa Fé, na altitude de 2.640 metros de Bogotá, na Colômbia. Um jogo no qual o Flamengo não fez mais do que lutar para manter o empate sem gols, resultado que ainda assim não lhe dava conforto na tabela de classificação. No fim do jogo, o inusitado: já nos acréscimos, quando o relógio entrava aos 50 minutos do 2º tempo, Geuvânio recuperou uma bola, driblou um adversário, entrou na área e tirou do goleiro, estufando as redes. Porém, o árbitro uruguaio apitou o fim do jogo no momento em que ele tomava a bola do zagueiro colombiano, anulando o gol. No outro jogo do grupo na rodada, o River Plate venceu por 1 x 0, assumindo a liderança.
Mais um jogo decisivo no Maracanã na 5ª rodada, desta vez com público e estádio cheio. E desta vez também com o time rubro-negro entrando em campo já tendo ciência do resultado do outro jogo do grupo: o River Plate venceu ao Santa Fé na Colômbia, garantiu sua classificação, e permitiu ao Flamengo saber que bastava a vitória em casa diante do Emelec para o clube assegurar matematicamente sua classificação à fase mata-mata. Foi sofrido, mas o time rubro-negro venceu por 2 x 0. Abriu o marcador no início do 2º tempo, correu riscos nos minutos finais, e já nos acréscimos sacramentou a vitória que matematicamente exorcizou o fantasma de três eliminações seguidas na 1ª fase. Ao fim da rodada, River Plate em 1º com 11 pontos, Flamengo em 2º com 9 pontos. Eliminados, o Independiente Santa Fé tinha 4 pontos e o Emelec apenas 1.
Na última rodada, clássico continental em Buenos Aires. Um jogo que o Flamengo não teve vontade de ganhar e o River Plate não teve vontade de perder, ficou no 0 x 0. No outro jogo, Independiente Santa Fé 3 x 0 sobre o Emelec no Equador. Classificação final: 1º River Plate com 12 pontos, 2º Flamengo com 10, 3º Independiente Santa Fe com 7, e 4º o Emelec com apenas 1 ponto. O Flamengo não perdeu nenhum dos seis jogos, mas só venceu ao Emelec. Bastou, mas a sensação era de que havia sido pouco.
MATA-MATA
O Flamengo chegou para a disputa das oitavas após um recesso durante a Copa do Mundo, e com um calendário cheio, disputando a liderança do Campeonato Brasileiro cabeça a cabeça contra o São Paulo, e disputando as quartas de final da Copa do Brasil contra o Grêmio. O ano estava em agosto e o time só havia perdido 5 partidas. No jogo anterior ao duelo contra o Cruzeiro, perdeu por 2 x 0 para o Grêmio em Porto Alegre pelo Brasileiro. Diante do Cruzeiro, num Maracanã cheio, pela partida de ida das oitavas, não jogou bem, também perdeu por 2 x 0, e ficou muito perto da eliminação.
A missão em Belo Horizonte era difícil, mas o time rubro-negro acreditou que era possível reverter. Foi pressionado no 1º tempo, mas resistiu. Na etapa final, o zagueiro Léo Duarte, de cabeça, colocou o Flamengo a frente aos 24 minutos do 2º tempo. Havia bastante tempo para tentar, ao menos, levar a disputa para os pênaltis. Fim de jogo emocionante, mas sem que o time flamenguista marcasse outro gol. A vaga nas quartas de final ficou com o Cruzeiro, que avançou para enfrentar o Boca Juniors.
A missão em Belo Horizonte era difícil, mas o time rubro-negro acreditou que era possível reverter. Foi pressionado no 1º tempo, mas resistiu. Na etapa final, o zagueiro Léo Duarte, de cabeça, colocou o Flamengo a frente aos 24 minutos do 2º tempo. Havia bastante tempo para tentar, ao menos, levar a disputa para os pênaltis. Fim de jogo emocionante, mas sem que o time flamenguista marcasse outro gol. A vaga nas quartas de final ficou com o Cruzeiro, que avançou para enfrentar o Boca Juniors.
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