BEBETO: o Garoto Franzino
Carreira: 1982-1983 Vitória (BA); 1983-1989 Flamengo; 1989-1992 Vasco; 1992-1996 Deportivo La Coruña (Espanha); 1996 Flamengo; 1997 Sevilla (Espanha); 1997 Vitória (BA); 1997 Cruzeiro; 1998 Botafogo; 1999 Toros Neza (México); 2000 Kashima Antlers (Japão); 2001 Vasco; 2002 Al Ittihad (Arábia Saudita)
Um dos maiores goleadores da história do clube em todos os tempos. Foi o artilheiro do Flamengo por 5 temporadas consecutivas: 1985, 1986, 1987, 1988 e 1989. Foi artilheiro do Campeonato Carioca em duas ocasiões: 1988 e 1989, marcando 17 e 18 gols, respectivamente.
Como jogador do Flamengo, ele fez 307 jogos, e marcou 151 gols.
Abaixo, o texto sobre a carreira do jogador escrito por André Felipe de Lima para o site "Museu da Pelada":
José Roberto Gama de Oliveira nasceu em Salvador, na Bahia, no dia 16 de fevereiro de 1964. O menino que nascera em Salvador não teve uma infância abastada. Viera de uma família com 9 irmãos. Jamais teve bicicleta, nem bola, como ele mesmo chegou a declarar à imprensa quando chegou ao Flamengo. Presente de Natal? Segundo ele, ganhou um bonequinho do ratinho Topo Gigio quando tinha 7 anos. Foi nas peladas do Colégio Estadual da Bahia que descobriam o futebol incomum do garoto. Não tardou para que olheiros o levassem para um grande time da cidade: o Bahia largou na frente. E lá estava Bebeto no infanto-juvenil do tricolor baiano. A cada jogo preliminar dos profissionais do Bahia, os jogadores mais velhos chegavam cedo ao estádio para vê-lo jogar. O garoto era indiscutivelmente um espetáculo que, por incompetência dos cartolas do Bahia, acabou migrando para o rival. Tudo porque a política do clube não permitia ajuda de custo a jogadores de divisões inferiores. Bebeto arrumou as malas e partiu para o Vitória, levado pelo amigo Edi, um ex-meia direita. O treinador Pinguela olhou o adolescente muito magrinho e quase o dispensou, mas Edi insistiu para que desse uma oportunidade para Bebeto mostrar o que sabia. E, em dez minutos, Pinguela decidiu que o garoto já era do Vitória, e mais: titular absoluto do time de juniores. Contou o jogador: "Fiz um gol e já saí de campo com um papel cor-de-rosa para meu pai assinar".
Mas algo precisava ser feito para que o menino ganhasse mais corpo. Magrinho, daquele jeito, não daria pé. Sendo assim, os cartolas levaram-no, em 1981, a Belo Horizonte, para uma consulta com o doutor Neylor Lasmar, médico do Atlético Mineiro e da Seleção Brasileira. Lasmar foi enfático: talvez não precisasse submeter Bebeto a rigoroso tratamento idêntico ao de Zico. Bastaria muito exercício físico para que o garoto explodisse em vigor. Em 82 ele fez sua estreia no time profissional do Vitória.
Chegou então o Campeonato Mundial de futebol de juniores (sub-20) e o primeiro título do Brasil na categoria, em 1983, num time que revelou uma geração extraordinária de jogadores, que tinha como destaques ao volante Dunga, ao meia Geovani, ao ponta-direita Mauricinho, ao lateral-direito Jorginho e ao meia-atacante José Roberto Gama de Oliveira, o Bebeto, que, nas divisões de base do Vitória, mostrava um futebol incomparável. A saída de Salvador era uma questão de tempo...
O curioso é que um ano antes do título mundial, o Vasco da Gama, que já contratara Geovani, foi o primeiro clube a almejar o passe de Bebeto. O Vitória botou preço: 20 milhões de cruzeiros; mas o destino do craque magrinho, porém, seria outro. Com o título do Mundial Sub-20 de 83, o passe do jovem atleta subiu e foi disputado por alguns dos principais clubes do país. O Palmeiras ofereceu 80 milhões de cruzeiros, e o Flamengo ofereceu quantia menor (56,8 milhões)... ambos deixaram o Vasco da Gama para trás. O pai de Bebeto, o corretor de imóveis Wilson de Oliveira, não pensou na maior cifra e optou pelo clube da Gávea. Afinal, naquela época, o rubro-negro era insuperável, com Zico, Júnior, Leandro, Andrade, Adílio, Tita, Nunes.
Concluíra o pai, torcedor do Flamengo, como toda a família Gama, exceto o menino Bebeto, que desde pequeno gostava do Vasco da Gama por conta do avô materno, que se chamava Vasco Nogueira da Gama: "o garoto tem de ir para lá mesmo". E, no dia 23 de março de 1983, sob o comando do treinador Paulo César Carpegiani, Bebeto estreava com a camisa do Flamengo durante a vitória por 2 a 0 contra o Tiradentes, do Piauí.
Famoso pelo olhar aguçado para gênios da bola, o treinador Aymoré Moreira, técnico da Seleção Brasileira Bi-campeã Mundial em 1962, foi categórico: "O Flamengo fez o maior negócio da década. Acabou de comprar o Dida ou o Zico do futuro". Humilde, o garoto respondia às comparações afirmando que jamais outro craque teria o mesmo nível de Zico.
Embora franzino – quando aportou na Gávea, em 1983, pesava apenas 55 quilos – Bebeto encantava pelo futebol de dribles precisos e passes rápidos. Na Gávea, Bebeto logo cresceu cerca de 7 centímetros e aumentou o peso em mais 13 quilos. Os cartolas rubro-negros, a torcida e a imprensa viam-no como o substituto de Zico. Afinal, ambos foram submetidos a um intenso trabalho de preparação física e se tornaram ídolos. O passe do jovem saltou, em um ano, de 56 milhões de cruzeiros para 400 milhões. Mas logo após o "Galinho de Quintino" passar o cetro a Bebeto, uma tragédia abalou o jovem, no dia 20 de dezembro de 1984, seu irmão Nilton e Figueiredo, zagueiro do Flamengo, morreram em um acidente aéreo em Nova Friburgo. Foi um trauma na vida do jovem atacante, então com 20 anos.
Certa vez, em 1984, Bebeto foi afastado do time pelo técnico Cláudio Garcia. Deveria ficar no Rio de Janeiro treinando, enquanto o time viajava para Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Mas Bebeto não obedeceu às ordens do treinador, e seguiu para Salvador. Quando retornou à Gávea, alegou ter ido ver a mãe, que estaria doente. Foi o preparador-físico Francalacci quem livrou sua barra com a diretoria do Flamengo: "Sei que ele fez aquilo em represália por não estar jogando, mas nós precisamos ganhar sua confiança e não é com castigo que se consegue isso".
Não foi fácil amenizar o perfil rebelde de Bebeto – e até indolente nos exercícios físicos –. Em meados de 1984, o Flamengo enfrentava o Botafogo, quando Zagallo decidiu tirá-lo de campo para que desse lugar a Nunes. Bebeto deixou o gramado correndo e desviando dos microfones dos repórteres. Fosse pouco o gesto, tratou de piorá-lo ao empurrar o supervisor Américo Faria e chutar a porta do vestiário. Esbravejou aos microfones: "é uma injustiça, o Zagallo está querendo me queimar com a torcida". No dia seguinte, o pai o acordou com uma sonora bronca pelo telefone, cobrando-lhe que lesse novamente a carta que lhe dera quando trocou Salvador pelo Rio. Na missiva, constava: "quando estiver com 30 anos, quero que você seja o maior do mundo, embora pense que eu não chegarei até lá. Quero que você siga o exemplo do Pelé e do Zico, que nunca entram nessa de amigos falsos, de noites perdidas e, hoje, sem problemas financeiros, podem ir para onde quiser, pois não precisam de mais ninguém". Zagallo, apesar de tudo, foi paciente com o garoto, chamou-o para um papo e aconselhou: "Menino, fui campeão do mundo em 1958 e, no mesmo ano, fui escalado num time de aspirantes do Botafogo. Não reclamei e acabei campeão da categoria, antes de recuperar a posição de titular. Voltei a ganhar a Copa do Mundo em 1962. Seja paciente e espere a sua hora".
Mas o que Bebeto não tinha era paciência. Até que o irmão Nilton viesse morar com ele no Rio de Janeiro, o jovem craque alojara-se na concentração dos amadores, que ficava em Jacarepaguá. De lá até a Gávea, demorava uma hora e meia, invariavelmente de pé em um ônibus. Com dificuldades de engrenar no time, por ser sacado na maioria dos jogos, passou a temer pelo futuro da carreira. Foi nesse período que o zeloso Nilton chegou para orientá-lo e encorajá-lo. Bebeto transformara-se. O menino recordou a carta do pai e passou a agir como homem. Mas quando começou efetivamente a crescer, perdeu o irmão, morto no acidente aéreo. Deprimido, Bebeto perdeu cerca de seis quilos, e uma instabilidade emocional afetou seu desempenho nos gramados. Quando conseguia marcar um gol, a comemoração era contida: ajoelhava-se, olhava para o alto e abria os braços.
Em 1986, bem mais maduro e resignado com a perda do irmão, Bebeto finalmente cresceu e pôde sentir o gosto de ser campeão com a camisa do Flamengo. E logo contra o Vasco da Gama, que tinha a Roberto Dinamite em forma estupenda e lançava um promissor garoto - Romário - com quem Bebeto formaria anos mais tarde uma das maiores duplas de ataque da Seleção Brasileira em todos os tempos. Para cima do Vasco, o baianinho levantou o seu primeiro troféu: Campeão Carioca de 1986. Com jogadas e gols inesquecíveis, firmara-se no panteão de heróis rubro-negros.
O final daquele ano lhe reservou, contudo, uma surpresa desagradável. Em jogo contra o Atlético Goianiense, Bebeto chocou-se com o lateral Dick, levou a pior e quebrou o braço. No ano seguinte, a glória maior com a camisa vermelha e preta: o Tetra-campeonato Brasileiro, com um time que já passava por profundas transformações. Nas semi-finais e na final da competição, o baiano deixou sua marca de goleador: marcou nos dois jogos contra o Atlético Mineiro pela semi-final, e nos dois jogos contra o Internacional na finalíssima. Aliás, um dos gols mais importantes de sua carreira. Um gol que garantiu o placar de 1 a 0, o gol do título do Flamengo: Campeão Brasileiro de 1987. Após o apito do árbitro, o jovem ídolo chorou, chorou muito, o ano era seu! Enfim, o desfecho de 87 foi de muita festa para Bebeto, que, além de campeão brasileiro, casou-se com Denise - jogadora do time de vôlei do Flamengo, a quem conhecera na Gávea - no dia 13 de novembro de 1987.
Com a Seleção Brasileira Olímpica, Bebeto foi Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis em 1987, nos Estados Unidos. Teve que contentar-se com a Medalha de Prata nas Olimpíadas de Seul em 1988, participando de um time formado por um misto das seleções campeãs mundiais sub-20 em 1983 e 1985, com Taffarel, Muller, Dunga e Geovani. A União Soviética ficou com a medalha de ouro.
Em 1989, Bebeto quase foi para a Europa. O Bayern de Munique desembolsaria impressionantes US$ 2 milhões para tê-lo. Roma, Juventus e Olympique de Marselha também correram por fora no páreo por Bebeto, que àquela altura já era o melhor jogador brasileiro, ao lado de Romário. A trajetória na Gávea se aproximava do fim. Mas terminaria de uma forma que nenhum rubro-negro imaginava.
O futebol europeu seria o destino mais provável naquela época. Mas, por incrível que pareça, os cartolas do Flamengo brigaram com ele e se recusaram a renovar seu contrato, nas bases que Bebeto desejava. Em julho de 1989, o passe do atacante foi parar na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro. Quem depositasse mais, levaria o craque. E não foi nenhum clube europeu o autor da milionária proeza. Foi o Vasco da Gama, por meio de um grupo de empresários e de uma vultosa quantia oriunda das vendas dos passes de Romário, ao PSV Eindhoven, e de Geovani, ao Bologna. Bebeto trocou a Gávea por São Januário.
A torcida rubro-negra, obviamente, definiu Bebeto como um "traidor". Bebeto entristeceu-se. A situação era constrangedora. E ficou ainda mais quando ele revelou que durante a infância era um apaixonado torcedor do Vasco da Gama e que o seu avô se chamava Vasco da Gama. Polêmica, portanto, instaurada. O craque alegava à imprensa que jamais desejou abandonar o Flamengo e que o clube não lhe dera o valor necessário, já que o definiam como o sucessor de Zico: "Todo mundo falava nisso, mas nunca me deram valor. Na hora de renovação de contrato era uma briga pra renovar. Passei seis anos no Flamengo e nunca fiz um contrato à minha altura".
Antonio Soares Calçada, então presidente do Vasco, sabendo da situação, começou, no dia 1º de julho, a assediar José de Moraes, procurador de Bebeto. No dia 4, Gilberto Cardoso, George Helal (vice de futebol do Flamengo) e Josef Berensztein (vice de finanças) oferecem US$ 150 mil para a renovação de contrato. E, enfaticamente, nenhum centavo a mais. No dia 9, José de Moraes procurou Antonio Soares Calçada, que pediu para ele entrar em contato com Eurico Miranda. No dia 14, Moraes afirma a Helal que há um grupo de empresários querendo levar o passe de Bebeto e que, depois do negócio fechado, emprestaria o craque para um grande clube brasileiro. A intransigência dos cartolas do Flamengo chegou ao ápice com o passe de Bebeto fixado na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro em 7,5 milhões de cruzados novos, moeda da época. No dia 19, Bebeto e o Vasco já haviam acertado as bases do milionário contrato. A única condição era que a contratação só fosse anunciada no dia 27, após o depósito do dinheiro na conta da Federação. Então a bomba explodiu! Os desesperados cartolas rubro-negros trataram de arrumar um "judas" para o imbróglio: José de Moraes. Só no dia 24 é que a turma da Gávea se deu conta de que quem estava por trás de toda a operação era o Vasco. Diante de muita pressão da torcida do Flamengo, a cúpula do clube jantou com Moraes e igualou a proposta do rival. No dia seguinte, Michel Assef (advogado do Flamengo) e Márcio Braga (no papel de conselheiro do clube) encontraram Moraes e Bebeto na Granja Comary, em Teresópolis, concentração da Seleção Brasileira. Bebeto disse a eles que já havia firmado acordo com o Vasco da Gama e que nada mais poderia fazer. No dia 26, os dirigentes do Flamengo tentaram falar de novo com Bebeto em Teresópolis, sem sucesso. O contrato com o Vasco já estava assinado. O jogador declarou que o único culpado por ele deixar o clube era o presidente Gilberto Cardoso Filho. À noite, o Flamengo conseguiu uma liminar na 27ª Vara Cível para impedir o depósito do dinheiro na Federação. No dia 27, os desesperados cartolas rubro-negros conseguiram falar com Bebeto. Ouviram dele o que não queriam: "Não queria mais ficar na Gávea. Ele (Gilberto Cardoso) disse que eu não estava com essa bola toda". No dia 28, enfim, o Vasco derrubou a liminar e depositou o dinheiro na Federação. Bebeto vestiria dali em diante a camisa cruzmaltina.
O ano de 1989 acabaria sendo inesquecível para ele. Formou uma dupla fenomenal com Romário na Seleção Brasileira e foi Campeão da Copa América de 1989, título que o Brasil não conquistava havia 40 anos. Logo no primeiro ano pelo Vasco, sagrou-se Campeão Brasileiro de 1989. Foi escolhido pela crônica esportiva sul-americana como o melhor jogador do continente em 89. Mas no primeiro confronto diante do Flamengo, o Vasco chegava invicto no campeonato diante de um time rubro-negro que vinha muito mal na tabela. A torcida rubro-negra, num Maracanã lotado, não o perdoou, perseguindo-o o jogo inteiro. O Flamengo venceu por 2 a 0, com dois gols do garoto do time sub-20 Bujica. Após o segundo gol, o goleiro rubro-negro Zé Carlos foi até o meio de campo provocá-lo, os dois trocaram empurrões e acabaram expulsos. Bebeto saiu de campo chorando, e a torcida flamenga não o perdoou, gritando "chorão! chorão!".
Curiosamente Bebeto não conseguiu conquistar nenhum Campeonato Carioca com o Vasco. Foram três temporadas – 60 gols em 116 jogos – e após cair perante o Flamengo na fase semi-final do Campeonato Brasileiro de 92, Bebeto decidiu respirar ares europeus. Mais uma vez, ele surpreenderia com sua escolha, transferindo-se para um clube espanhol sem nenhuma tradição. Vestiria a camisa azul e branca do Deportivo de La Coruña. Ao lado de Romário, que brilhava no Barcelona, o craque se tornou um dos maiores nomes do futebol espanhol. O Deportivo disputou os títulos de 1993 e 1994, e por muito pouco não levantou o título espanhol. Bebeto se tornou o recordista de gols do Deportivo em uma temporada (29 tentos marcados) e foi decisivo para a conquista da Copa da Espanha de 1995, tornando-se, sem dúvida, um dos maiores ídolos da história do La Coruña.
Sua grande frustração na Espanha foi não conseguir o título espanhol para o clube, na temporada de 1993/94. O Deportivo La Coruña liderara a competição até a última rodada, mas, no fatídico dia 14 de maio de 1994, quando se realizara a última rodada, o clube precisava de uma simples vitória sobre o Valência para levantar a taça. Aos 44 da segunda etapa, quando o placar estava 0 a 0, o árbitro marcou pênalti para o La Coruña. Bebeto, que era o cobrador oficial junto com outro brasileiro, Donato (que já havia sido substituído) não quis cobrar e deixou a bola para o zagueiro Djukic, que bateu mal e perdeu. Bebeto esquivou-se do pênalti alegando estar sentindo dores na coxa. O jogo terminou sem gols e o Barça, que foi alcançando o time do Bebeto rodada a rodada, acabou campeão por ter vencido sua peleja derradeira na tabela.
Com a Seleção Brasileira, ele havia assistido à Copa do Mundo de 1990 na Itália do banco de reservas, com a dupla de ataque titular formada por Muller e Careca. Em 1993 foi titular absoluto com a camisa amarelinha nas Eliminatórias. No auge de ambos na Espanha, Bebeto e Romário chegaram como a dupla de ataque titular da Seleção Brasileira para o Mundial dos Estados Unidos em 94. Ele marcou o seu gol mais importante com a camisa amarelinha na vitória por 1 a 0 sobre os EUA nas oitavas de final. Nas quartas, diante da Holanda, voltou a balançar às redes com um dos gols da vitória por 3 a 2. A inesquecível campanha do Tetra culminou na vitória sobre a Itália, em uma das finais mais dramáticas da história do futebol, marcada por uma longa cobrança de pênaltis após um empate sem gols no tempo normal e na prorrogação: Campeão da Copa do Mundo de 1994.
Ainda conquistaria a Medalha de Bronze com a Seleção Brasileira nos Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta, também nos EUA. Foi Campeão da Copa das Confederações de 1997, mas na reserva, pois a dupla de ataque titular era formada por Ronaldo e Romário. Formou a dupla de ataque titular com Ronaldo na Copa do Mundo de 1998, chegando novamente a uma final, mas perdendo-a por 3 a 0 para a França de Zinedine Zidane.
Em 1996, Bebeto estava em ótima fase na Espanha quando, do Japão, chegou uma proposta milionária (US$ 7,5 milhões) do então Yomiuri Verdy (a partir de 2001 passou a ser Tokyo Verdy). Ele recusou, queria retornar ao Brasil. No jogo de despedida, as arquibancadas de La Coruña estendiam a faixa "Deus Bebeto", aclamado como o maior herói do clube galego em todos os tempos. O então Presidente do Flamengo, Kléber Leite, chegava para repatriá-lo. O plano era ter a 2ª edição do "Ataque dos Sonhos", formada por Bebeto, Romário e Sávio (a 1ª edição em 1995, com Edmundo, Romário e Sávio havia sido um rotundo fracasso!). Mas não deu certo, pois a dupla Bebeto e Romário só jogou uma partida em vermelho e preto, e então Romário anunciou que estava indo jogar pelo Valência. A campanha rubro-negra no Brasileiro de 96 foi igualmente um fracasso, e ao fim do torneio, Kléber Leite anunciou a venda do passe de Bebeto para o Sevilla, o que o deixou muito desapontado.
Ficou pouco tempo na Espanha e regressou em 1997 a Salvador para defender ao Vitória. Foi Campeão Baiano e da Copa Nordeste em 1997. No fim do ano foi contratado pelo Cruzeiro exclusivamente para disputar ao Mundial Interclubes. No ano seguinte, transferiu-se então para o Botafogo, onde foi Campeão do Torneio Rio–São Paulo de 1998. Deixou o alvi-negro carioca em 99 para fazer dólares no exterior. Jogou no México pelo Toros Neza em 1999 (clube que pela primeira vez na história chegava à Primeira Divisão do Campeonato Mexicano) onde sem receber salários ameaçou ao clube com uma greve particular. Virou ídolo dos companheiros, que entraram em campo com a seguinte frase na camisa: "Bebeto, estamos com você". O craque jogou apenas 8 partidas e marcou 1 gol. Do México saiu sem receber cerca de dois milhões dólares. Da aventura mexicana para uma aventura britânica. Bebeto submeteu-se a um estranho teste no Sunderland, mas o que o ofereceram era muito pouco para seu perfil de craque campeão mundial. Sem negócio na Inglaterra, partiu, após ouvir atentamente o conselho do ídolo Zico, para o japonês Kashima Antlers, onde chegou em março de 2000, onde disputou apenas 8 jogos oficiais e marcou apenas 1 gol. Em agosto do mesmo ao voltou ao Brasil, mais uma vez para defender ao Vitória, onde entrou em campo apenas 3 vezes. Bateu no Flamengo, pedindo uma oportunidade. Fecharam-lhe a porta. Ressurgiu no Vasco da Gama, em agosto de 2001, para a disputa do Campeonato Brasileiro. Estava há oito meses sem participar de um jogo oficial. Bebeto estava fora de forma e passou a maior parte do tempo no banco de reservas. Em 2002 o último capítulo como jogador foi ao se arriscar no futebol árabe. Deu-se mal. Jogou apenas 5 vezes, com 1 gol marcado, e teve o contrato rescindido por deficiência técnica, como alegaram os árabes. Tal como os mexicanos do Toros, o Al-Ittihad ficou devendo ao craque uma parruda grana.
Após o fim da carreira, teve uma breve experiência como treinador na Segunda Divisão do Campeonato Carioca de 2009 a frente do América. Depois dedicou-se à carreira do filho Mattheus, que teve passagem pela Seleção Brasileira Sub-20 e jogou sem sucesso no profissional do Flamengo. Em 2010 decidiu aventurar-se na política e se elegeu Deputado Estadual pelo Rio de Janeiro por dois mandatos consecutivos, pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT).
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