quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Algodão

Zenny de Azevedo foi um craque, um ícone de uma geração. Nasceu em Realengo e ainda garoto sua família se mudou para Campo Grande, e foi lá que ele recebeu o apelido que carregou por toda sua vida: Algodão. Conheceu o basquete no Clube dos Aliados, de Campo Grande, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Chegou ao Flamengo jovem e não demorou muito para alçar para a Seleção Brasileira, convocado pelo técnico paulista Moacyr Daiuto.

Algodão teve fama? Sim, sem dúvida teve. Mas deveria ter tido muito mais. Mas ele tinha o jeito humilde e simples que carregava de suas raízes e de sua formação, longe das badalações da Zona Sul, ainda que fosse jogador do Flamengo. Também pagou o preço de um reconhecimento abaixo do que realmente merecia por ter brilhado numa cidade em que o basquete jamais pôde concorrer com o futebol nos corações populares. E também porque não jogava no Estado de São Paulo, onde a imprensa ainda dá um pouco mais de exaltação ao basquete. Talvez também porque já era um veterano em meio à geração que mais brilhou na Seleção Brasileira, a geração de Amaury Pasos e Wlamir Marques.

Na Seleção Brasileira, ele começou a brilhar nas Olimpíadas de Londres, em 1948, na primeira conquista internacional expressiva do basquetebol brasileiro, que voltou ao país com a Medalha de Bronze. Com a camiseta verde e amarela do Brasil, ele jogou as Olimpíadas de Londres 1948 (Bronze), 1952 (6º lugar), 1956 (6º lugar) e 1960 (Bronze). A estréia na Seleção foi logo na histórica campanha de 1948, em que formou o quinteto titular ao lado de Ruy de Freitas, Alfredo da Motta, Bráz e Nilton. Jogou os Campeonato Mundiais de 1950 (4º lugar), 1954 (Vice-campeão) e 1959 (Campeão). Em 54, no Rio, era titular ao lado de Wlamir Marques, Angelim, Mayr Facci e Amaury Pasos. Em 59, foi campeão e titular, ao lado de Wlamir Marques, Amaury Pasos, Édson Bispo e Waldemar Blatskauskas. Disputou ainda os Jogos Pan-Americanos de 1951 (Bronze), 1955 (Bronze) e 1959 (Bronze).

No Campeonato Mundial de 1954, jogado no Rio de Janeiro, o Brasil acabou vice-campeão e Algodão fez parte do quinteto ideal eleito pela Confederação Internacional. O quinteto ideal eleito foi: Algodão, Wlamir Marques, o uruguaio Oscar Moglia, o norte-americano Kirby Minter e o filipino Carlos Loyzaga.

Com o Flamengo, um histórico fantástico: entre 1948 e 1964, disputou 17 edições do Campeonato Carioca, sagrando-se 14 vezes campeão. Ainda vestiu a camisa rubro-negra até 1970, quando já bem veterano, despediu-se das quadras de basquete.




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