segunda-feira, 4 de junho de 2012

ZICO: um Menino Prodígio

Carreira: 1971-1983 Flamengo; 1983-1985 Udinese (Itália); 1985-1989 Flamengo; 1991-1992 Sumitomo Metals (Japão); 1992-1994 Kashima Anthlers (Japão).

Pelo Flamengo foram 721 jogos e 502 gols.


Pela Seleção Brasileira foram 72 jogos e 52 gols.

"O refinamento de sua habilidade para o futebol se deu nas estreitas quadras do futebol de salão, esporte cujo principal reduto na cidade, naqueles tempos, era a Zona Norte. Depois de se destacar nas peladas de rua em seu bairro natal, Quintino, o garoto Arthurzico foi levado para o River Futebol Clube, do bairro da Piedade, onde treinou e jogou por três anos. Arthur Antunes Coimbra, o Zico, era irmão de dois ex-jogadores de futebol, e sua técnica, logo cedo, chamou a atenção dos que o viram jogar amadoramente". (A NAÇÃO, pg. 100)

"Um fato curioso e quase que esquecido é que o primeiro gol do Flamengo em Campeonatos Brasileiros foi feito na segunda rodada do campeonato daquele ano, sobre o Bahia, na Fonte Nova, num empate por 1 a 1 (na estreia, o time fora derrotado por 1 a 0 pelo Sport Recife, na Ilha do Retiro). O autor desse gol foi um garoto franzino e aloirado, de 18 anos, que fazia apenas a sua quarta partida no time profissional: Zico". (A NAÇÃO, pg. 102)

"Na temporada de 1974, a sua segunda como titular do Flamengo, Zico já mostrou o quanto era diferenciado. Bateu uma marca histórica, superando os 46 gols de Dida na temporada de 1959. Ele fez 49 gols naquele ano, a maior marca já vista na Gávea até aquele momento da história do clube. Por isso, entre outras razões, caiu de imediato nas graças da torcida". (A NAÇÃO, pg. 111)

"Se em 1974, com 21 anos apenas, Zico já conseguira bater a marca histórica de 49 gols em um ano (superando a marca anterior de Dida, com 46), sua segunda temporada como titular absoluto foi para bater seu próprio recorde. Ele fez 51 gols ao longo do ano de 1975, e, com apenas 22 anos, superava a marca de cem gols com a camisa do Flamengo, feito que, até aquele momento, somente doze jogadores haviam conseguido na história do clube. Ele não pararia mais de bater recordes. Na temporada de 1976, ele fez 56 gols, voltando a bater sua marca, e tornou-se, ainda jovem, com 23 anos, o quarto maior artilheiro da história do clube, atrás somente de Dida, Henrique e Pirilo". (A NAÇÃO, pg. 114)

"Naquela temporada (1979), Zico estava endiabrado. Só até aquele dia, já eram 28 gols em apenas três meses. Só na vitória de 7 a 1 sobre o Goytacaz foram seis. Pouco depois, desta vitória por 5 a 1 no Atlético (MG), na qual fez três, ainda houve um 7 a 1 no ADN, de Niterói, em que foram outros seis gols. Em 11 de julho, numa vitória por 4 a 3 sobre o Goytacaz, Zico fez os quatro. Chegou a sessenta gols naquela temporada ainda na metade do ano, superando seu próprio recorde de gols numa temporada. Dois jogos depois, na vitória sobre o Olaria, ele já era o primeiro jogador a superar a marca de trezentos gols pelo Flamengo. Terminou o ano tendo feito 81 gols só naquela temporada.

Zico não cansava de quebrar recordes no Flamengo. Com 22 anos, já tinha feito mais de cem gols. Com 24, já era o segundo maior artilheiro da história do Flamengo. Em 1979, com 26 anos, bateu vários recordes: superou Dida e tornou-se o maior artilheiro da história rubro-negra, superou os trezentos gols (ele viria a superar os quinhentos) e, além do mais, com 81 gols, tornou-se o recordista máximo de gols numa única temporada. E, naquele ano, houve mais um recorde: a sexta temporada consecutiva como artilheiro rubro-negro no ano. Cinco vezes consecutivas como artilheiro do Flamengo na temporada, só Nonô, entre 1921 e 1925, e Pirilo, entre 1941 e 1945, haviam conseguido. Silvio Pirilo chegou a uma sexta vez, em 1947 (em 1946, Perácio fez mais que ele). Leônidas da Silva fora por quatro, entre 1937 e 1940. E Dida, apesar de segundo maior artilheiro da história, foi por três, em 1958, 1959 e 1962 (Henrique e Gérson foram, respectivamente, os goleadores máximos em 1959 e 1960). Zico chegou à sua 6ª vez consecutiva, de 1974 a 1979, algo que ninguém havia conseguido na Gávea.

Ele poderia se dar por satisfeito, mas, para felicidade rubro-negra, os tempos áureos sequer haviam começado, e ele não parou por aí... como o próprio Zico afirmou em sua biografia, era preciso matar um leão por domingo. Nestes tempos, havia quem afirmasse que ele era craque de laboratório (em alusão ao tratamento para que ele ganhasse massa muscular, feito pelo departamento médico do Flamengo). A imprensa de São Paulo contestava sua presença na seleção brasileira, Zico seria apenas jogador de Maracanã. Só quando ele foi três vezes campeão brasileiro, uma vez da Libertadores e uma vez do Intercontinental, é que estes argumentos foram sendo derrubados. Na Copa do Mundo de 1982, formou um dos maiores meios de campo da história do futebol mundial – Toninho Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico – mas não conquistou o Mundial pela seleção. Ele era um craque completo. Os números só confirmam aquilo que os olhos contemporâneos a seus dias de glória tiveram a felicidade de ver ao vivo". (A NAÇÃO, pgs. 124-125)



Foi diretor, técnico e conselheiro do Kashima Anthlers. No Rio de Janeiro, fundou e administrou o CFZ (Centro de Futebol Zico), que disputou a Segunda Divisão do Campeonato Carioca nos Anos 90. Trabalhou com diretor de futebol do Flamengo em 2011. Como treinador trabalhou em: 1999-2001 Kashima Anthlers (Japão); 2002-2006 Seleção do Japão; 2006-2008 Fenerbahce (Turquia); 2008-09 Bunyodkor (Uzbequistão); 2009 CSKA Moscou (Rússia); 2009-10 Olimpiakos (Grécia); 2011-12 Seleção do Iraque.

Nenhum comentário:

Postar um comentário