Dois textos sobre as polêmicas envolvendo a final do Carioca 2014, ao final dos quais aponto os respectivos autores:
"Quando eu digo que a imprensa joga ao seu bel prazer, ou para faturar algum a mais usando o Flamengo, eu não estou errado.
No mesmo domingo da "polêmica final", em Minas acontecia a decisão entre Cruzeiro e Atlético, onde foi tirado do Galo a oportunidade de ser campeão, pois o lance do pênalti não marcado ocorreu após a marcação de um impedimento que não ocorreu. Mas a imprensa do Brasil inteiro só fala da Final do Carioca 2014.
Pior: pegaram uma frase do Felipe, goleiro do Flamengo, e distorceram, criando uma polêmica enorme sobre ética e caráter, onde o espirito do brasileiro foi encarnado nesta frase. Inverdade criada pela imprensa para vender polêmica. E hipócrita. Muito hipócrita, com sempre foi.
A imprensa faz seus heróis e seus vilões, com eu disse ao seu bel prazer ou conveniência.
A foto deste post personifica isso tudo e não preciso nem mais escrever uma linha sobre este assunto. O que me assusta são uns “profissionais da imprensa em geral vomitando comentários completamente sem embasamento técnico, contando apenas com paixão clubística ou bairrista.
Os de São Paulo então são os mais revoltados e incorporando o mais vistoso espirito da moral e da ética esportiva, por puro, como eu disse, bairrismo.
Estou ficando enojado com tudo isso. O Flamengo não cometeu nenhum crime. Felipe não cometeu nenhum crime. Sinto saudades da época do Deputado Federal Romário, do Edmundo, do Túlio, do Paulo Nunes, entre outros, onde as frases ditas nos finais de semana após jogos e conquistas de títulos era estimulo para as estripulias dos torcedores e alimento para as zoações das segundas. Hoje qualquer frasezinha dita politicamente incorreta, é tratada como se fosse um crime hediondo".
Fonte: Lance!
Capa da Revista Placar
depois de Brasil 2 x 1 Turquia pela Copa 2002
"O absurdo erro da arbitragem que decidiu o campeonato carioca a favor do Flamengo e a desastrada (para evitar um adjetivo mais pesado) declaração do goleiro Felipe, após a conquista do título, deflagraram uma onda de indignação. Composta quase que exclusivamente por torcedores adversários do Flamengo, naturalmente. Todo mundo falando em falta de lisura da Federação, desonestidade do árbitro e comportamento inadequado do jogador rubro-negro, que achou legal “ganhar roubado”.
Longe, mas bem longe mesmo de considerar correto os fatos citados anteriormente, faço um pequeno desafio aos torcedores de todos os times, não apenas do Flamengo, a recordar episódios cuja ética esteve esquecida. Será que alguém que ler a pequena lista abaixo não vai se lembrar de uma gargalhada de felicidade, uma frase irônica ou mesmo debochada que legitimava os fatos que serão relatados? Desconfio que 99,9% daqueles que protestam contra a honestidade do título do Flamengo já curtiram (para usar um termo da moda nas redes sociais) uma destas historinhas. Claro, afinal de contas beneficiou seu time ou a seleção brasileira.
1962 – O magistral Nilton Santos faz falta dentro da área na partida contra a Espanha, na Copa. Quem perdesse estava fora. Nilton dá dois passinhos à frente e induz a arbitragem a acreditar que a falta fora feita fora da área. “Um lance que mostrou toda a picardia do jogador brasileiro”.
1970 – Pelé acerta uma cotovelada no rosto de um uruguaio maldoso que teimava em lhe chutar os tornozelos durante um jogo duríssimo da copa de 1970. O árbitro ainda marca falta a favor do Brasil. “Pelé era mesmo genial. Sabia bater sem o juiz ver”.
1973 – Armando Marques erra nas contas na decisão por pênaltis entre Santos e Portuguesa, final do Campeonato Paulista, e proclama o Santos campeão numa decisão por pênaltis com a Portuguesa. Ciente de que o equívoco do árbitro poderia beneficiar seu time, Oto Glória, técnico da Portuguesa, retira seus jogadores do Morumbi às pressas. Descoberto o erro, não havia mais como cobrar novamente os pênaltis. Portuguesa e Santos são declarados campeões. “Oto Glória, velha raposa do futebol”.
1974 – A CBD, dirigida pelo vascaíno Heleno Nunes, traz para o Maracanã a final do Campeonato Brasileiro que deveria ser realizada no Mineirão, mas foi transferida sumariamente após um torcedor invadir o gramado na semifinal. No jogo decisivo, Armando Marques valida um gol irregular de Jorginho Carvoeiro e anula um legal de Zé Carlos, armador do Cruzeiro. Vasco campeão. “Erros de arbitragem acontecem”.
1981 – José Roberto Wrigth expulsa meio time do Atlético-MG numa partida decisiva da Libertadores de
1981. O Flamengo, beneficiado com o acesso de fúria do árbitro com menos de meia hora de jogo, acha tudo “natural”. Daquele jogo, o Flamengo parte para a inesquecível conquista da América.
1985 – O mesmo Wrigth não marca um pênalti do zagueiro Vica sobre Cláudio Adão, do Bangu, no último minuto da final do Campeonato Carioca. Felizes, os tricolores saem do Maracanã aos gritos de “Tricampeão!”
1986 – Imprensa denuncia um esquema denominado “Papeletas Amarelas”, que põe em dúvida a lisura do Campeonato Carioca conquistado pelo Flamengo. Fica por isso mesmo.
1995 – Túlio faz um gol em impedimento na final do Brasileiro. Gol confirmado, título conquistado. E tome festa. “Túlio Maravilha, maior ídolo alvinegro dos últimos 30 anos”.
1997 – Vasco consegue efeito suspensivo e escala Edmundo, melhor jogador do Campeonato Brasileiro, na final contra o Palmeiras. Edmundo fora expulso na primeira partida. Vascaínos em êxtase, vibram com a conquista de seu terceiro título nacional. “Eurico deu nó em todo mundo”, numa alusão à manobra do então presidente vascaíno, Eurico Miranda.
2005 - Tinga invade a área do Corinthians, dribla Fábio Costa e é derrubado. O árbitro Márcio Resende de Freitas entende que não houve o pênalti e que Tinga simulou a falta. Expulsa o jogador do Inter, que se vê privado da possibilidade de vencer o jogo. O Corinthians acabaria campeão e o Inter em segundo lugar.
Há dezenas de histórias parecidas, ouse já, polêmicas. Questões que deixaram de cabelo em pé os prejudicados e sorridentes os beneficiados. No futebol funciona assim. E sabemos disso.
Mudar é preciso, claro. Mas num país onde falcatruas, corrupções aparecem em ações do Congresso ou no sinal de trânsito, querer corrigir os defeitos da sociedade a partir do futebol é hipocrisia. Todos, como cidadãos, precisamos melhorar. Desde os valores que saem de casa, ao comportamento dentro do ônibus, na fila do banco, no trânsito, no trato com superiores e subordinados. A melhoria no futebol virá como consequência de uma sociedade mais vigilante e respeitosa consigo mesmo.
Não crucifiquemos os rubro-negros que festejam seu título, fruto de um gol irregular sim, mas também de uma campanha melhor em toda a competição. Não joguemos pedras para o alto. Porque o telhado de todos é de vidro".
Fonte: Blog do Paulo Júlio Clement (Fox Sports)
Muito do que escreveu PJ Clement, é respondido pelas palavras escritas no texto anterior, do Lance!, veículo de mídia por sinal que costuma estar no pelotão de frente dos que costumam fuzilar o Flamengo.
O pelotão de fuzilamento Top 5, no entanto, continua sendo o mesmo: Milton Neves, Mauro Cézar Pereira, Marcondes Brito, Flávio Gomes e Neto. O veículo campeão no fuzilamento também segue o mesmo: Rede Bandeirantes. O argumento semeado por estes também segue o mesmo: "em toda a história o Flamengo só ganhou roubando". O objetivo é claro: tirar do Flamengo o posto de "Mais Querido do Brasil". Mas perante as inquestionáveis imagens de televisão, não há o que dizer, só escutar a choradeira.
Mas nós rubro-negros, estamos acostumados. Sabemos que Flamengo é Flamengo. Que isto aqui não é Vasco, nem Corinthians nem São Paulo. Isto aqui é Flamengo. Isto aqui vende jornal, isto aqui "dá Ibope", isto aqui gera cliques e melhora as estatísticas de visitação de sites, aumenta a audiência de TV, rádio, internet. Há um preço por ser a maior torcida do Brasil. O Arco-Íris pira! E continuará sendo assim sempre... para a raiva e o ódio deles.
Nenhum comentário:
Postar um comentário