Informa o GloboEsporte.com: Arena do Flamengo depende apenas do aval do Meio Ambiente Municipal (matéria de Marcello Pires, publicada na manhã de 23 de junho de 2016)
Vice-presidente de esportes olímpicos do clube rubro-negro garante parceria com o McDonald's e afirma que questões envolvendo a CET-Rio e Iphan estão resolvidas
A novela envolvendo a Arena Multiuso do Flamengo que era encarada até com certo bom humor pela diretoria do clube acabou se transformando num série que se arrasta há exatos cinco anos e parece não ter fim. Se ao assumir a vice-presidência de esportes olímpicos em dezembro de 2012, Alexandre Póvoa tinha esperanças de ver as obras começarem em 2015 e ver o ginásio de pé a tempo de ser a casa do basquete rubro-negro na segunda metade do NBB 8, o antigo sonho de o clube da Gávea ter sua própria casa vem sendo adiado por questões burocráticas desde estão e na melhor das hipóteses talvez só se realizado a tempo de receber jogos do NBB 10. Pelo menos esse é o novo prazo estipulado pelo dirigente rubro-negro.
Não que o fim dos trâmites burocráticos ou a decisão do início das obras seja de sua responsabilidade. Muito pelo contrário. De acordo com Póvoa, com as questões envolvendo a CET-Rio e o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) resolvidas, o último capítulo dessa longa e arrastada história agora depende exclusivamente do Meio Ambiente Municipal.
- Infelizmente eles têm uma tramitação própria, o chamado custo Brasil está embutido e aconteceram todos esses problemas. O que aconteceu foi que fizemos toda uma tramitação e a CET-Rio, que era o mais complicado, pediu algumas modificações no projeto para atender distância, trânsito, calçada e uma série de coisas. O Iphan tinha demorado muito e quando o projeto foi para a CET-RIO, eles pediram uma notificação e tiveram que recuar a arena cinco metros para trás, dois metros para o lado, e quando isso acontece é preciso retornar ao Iphan, porque apesar de não ter mudado nada que seja importante para eles, têm que revisar. Por isso voltou e demorou mais tempo. Ao mesmo tempo estava tramitando a última fase na Prefeitura. As pessoas confundem muito as coisas e na verdade o Corpo de Bombeiros não precisa dar autorização para começar a obra, e sim uma orientação. Ele só vai autorizar o início das obras no final da história. O que na verdade falta hoje é o aval do Meio Ambiente Municipal. Aí volta para o urbanismo, que é uma espécie de relator do processo e vai pegar todas as autorizações dadas desde o começo, há cinco anos, e verificar se está tudo certo para dar o alvará liberando o começo das obras. Todas as questões envolvendo o Iphan e a CET-Rio estão resolvidas. A autorização do Iphan saiu na semana passada, a volta né!. Já tinha ido e voltou, e as coisas não andavam dentro do Meio Ambiente Municipal sem o Iphan dar a segunda assinatura. É um jogo de xadrez, uma coisa sequencial que vai indo e estamos nessa há alguns anos - explicou o vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo.
Apesar dos muitos entraves e do desgaste que se arrasta há cerca de três anos, Alexandre Póvoa tranquiliza o torcedor do Flamengo e garante que a parceira com o McDonald's, verdadeiro idealizador do projeto da Arena Multiuso, não corre nem tipo de risco de ser desfeita. De acordo com o dirigente rubro-negro, a empresa de fast food, inclusive, foi quem abriu os cofres para solucionar a parte burocrática.
- Difícil falar alguma coisa, é uma decepção muito grande que tem acontecido. Pelo menos de dois ou três anos para cá o Flamengo fez uma esforço enorme para isso, e o McDonald's também. Inclusive, eles já gastaram muito dinheiro nessa história e colocaram uma quantia razoável nessa parte burocrática. É triste que uma cidade olímpica com todos os problemas que tem dificulte um projeto como esse que é 100% privado. Vamos sentar novamente com eles depois que tudo for aprovado para acertar algumas coisas ligadas à parte financeira, fluxo de caixa e questão de quantos anos. O projeto na verdade é do McDonald's e não do Flamengo, eles já gastaram um dinheirão e confirmaram que continuam totalmente dentro da história. Tive uma reunião terça-feira com eles e com o pessoal da Prefeitura, porque agora tem uma série de trâmites burocráticos finais que o urbanismo vai exigir também, coisas de órgão público, de atualizar número e cadastro, e esperamos que nos próximos dois, três meses nós tenhamos o ok final para começar a construir a Arena até o fim do ano - prevê Alexandre Póvoa, que não se opõe em ver a futura casa do Flamengo sendo usada por seus dois maiores rivais.
- O Rio em termos de Arena vai ficar muito bem servido após a Olimpíada, mas faltava um equipamento de 4 mil pessoas e nós poderíamos ceder a Arena do Flamengo para o time do Bernardinho, para o Fluminense jogar a Superliga ou para o Vasco no NBB e acabar com essas besteiras de não ceder para o Vasco, pelo menos no esporte olímpico e por mim pessoalmente, pode ser que seja por outro. Enfim, acho que será uma ótima opção para os jogos regulares, mas para finais não vão faltar opções. É um grito de independência ter uma Arena de esporte olímpico, é um sonho que nós temos, com muitas dificuldades, mas vamos conseguir.
A expectativa e ansiedade do dirigente rubro-negro em finalmente ter a aprovação para o começo das obras é tanta, que nem o fato de a capacidade prevista para 3.600 torcedores ser menor que a mínima permitida pela Liga Nacional de Basquete, que é de 5 mil, para receber jogos de finais do NBB incomoda Alexandre Póvoa.
- Não atrapalha não. É ótimo jogador uma final em ginásios com capacidade de 8 mil, como a Arena Carioca 2, 11 mil, como o Maracanãzinho, ou 15, como a Arena da Barra e a que será usada pelo basquete na Olimpíada. Apesar de termos gasto um dinheiro enorme na final do NBB, já que o ginásio não tinha nada, como segurança, parte de limpeza e de alimentação, todos os ingressos foram vendidos nos três jogos, deu dinheiro e tivemos lucro. Ou seja, zero problema, minha preocupação é em relação ao ano inteiro.
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