terça-feira, 10 de novembro de 2020

Passo a passo da caminhada do Flamengo no Brasileirão 2020: da 16ª à 20ª rodada

 

PARA SER CAMPEÃO: o Flamengo cumpriu um bom papel nas 15 primeiras rodadas, ainda que tenha ficado devendo 3 pontos frente à meta original aqui desenhada no início da competição. Depois de ficar devendo 8 pontos na meta das Rodadas 1 à 5, e de compensar isto superando em 2 pontos à meta original das Rodadas 6 à 10, e de superar em 3 pontos à meta original das Rodadas 11 à 15, o time chegava à sequência mais difícil do campeonato. Já tendo previsto este nível de dificuldade desde o início, a projeção para atingir à meta previa que o time fizesse o menos número de de cada intervalo projetado.

A META para o intervalo da Rodada 16 à 20 era de marcar 8 pontos! O time tinha pela frente jogos fora de casa contra Corinthians, e contra dois adversários diretos na luta pelo título - Internacional e Atlético Mineiro - e ainda outro confronto contra um adversário direto, este no Maracanã, onde tinha pela frente ao São Paulo.

Tendo feito apenas 5 pontos nas 4 primeiras rodadas do intervalo (das rodadas 16 à 19, as quatro últimas do 1º turno, só uma vitória como visitante sobre o Atlético Mineiro, em Belo Horizonte, permitiria que o time atingisse esta meta. Era uma missão dificílima. Não conseguiu, e pior terminou esta sequência tendo levado duas goleadas consecutivas, caindo por 4 a 1 para o São Paulo no Maracanã e por 4 x 0 para o Atlético no Mineirão.


O TIME AO FIM DA 20ª RODADA ESTAVA DEVENDO 6 PONTOS

FRENTE À META PARA SER CAMPEÃO 



DESEMPENHO RUBRO-NEGRO NAS 20 PRIMEIRAS RODADAS DE 2020 FOI BEM INFERIOR AO OBTIDO NAS TEMPORADAS 2018 E 2019



A HISTÓRIA NO BRASILEIRÃO 2020


Passo a passo da 1ª à 5ª Rodada


Passo a passo da 6ª à 10ª Rodada


Passo a passo da 11ª à 15ª Rodada


16ª Rodada - 15/10/2020 - Flamengo 1 x 1 Red Bull Bragantino

Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Claudinho (12''2T) e Lincoln (24'2T)

Exatamente quarenta e oito horas após sair de campo da partida contra o Goiás, o time do Flamengo entrava em campo para enfrentar ao Red Bull Bragantino, outro adversário que estava na Zona de Rebaixamento. Entrava em campo sabendo que na noite anterior o Atlético Mineiro havia empatado com o Fluminense em Belo Horizonte, e que o Internacional havia vencido ao Sport, em Recife, estando ambos com 31 pontos. Se vencesse, o time rubro-negro alcançaria os 33 pontos e assumiria a liderança (ainda que com uma partida a mais do que o Atlético).

O técnico Domenec Torrent mudou toda a linha defensiva, mas optou por lançar o cansado lateral-direito Isla, que quarenta e oito horas antes havia jogado todos os noventa minutos da partida do Chile contra a Colômbia, e que vinte e quatro horas antes havia enfrentado quatro horas de vôo entre Santiago e Rio de Janeiro. Não teria sido mais prudente lançar Renê na direita e o garoto Ramon na esquerda, para ter duas peças mais descansadas? No meio, optou por poupar Gérson, mas lançou Arão e o exausto Thiago Maia, a quem também poderia haver poupado e dado chance ao garoto João Gomes. Atendeu ao pedido de Éverton Ribeiro, que havia jogado quinze minutos no jogo da Seleção Brasileira contra o Peru, em Lima, quarenta e oito horas antes. E decidiu manter Pedro, que vivia uma grande fase artilheira, mas entrava em campo pela nona partida consecutiva e também dava sinais de exaustão física. Também foi um erro assumir o risco de sua escalação, tanto que o treinador foi forçado a substituí-lo por Vitinho no intervalo.

Com um time basicamente reserva e cansado, muito pouco se pode ser feito em termos de avaliação tática. O time atuou de forma confusa e muito mal, num 1º tempo que foi muito ruim, e que na prática só teve uma chance real de gol, criada pelo Red Bull Bragantino e salva mais uma vez por uma boa atuação do jovem goleiro Hugo Souza (que daria a vez para Diego Alves, mas este mais uma vez sentiu o joelho na véspera de entrar em campo).

Como já dito, no intervalo saiu o cansado Pedro e entrou Vitinho, e a escalação inicial que em teoria manteria um 4-2-3-1, mas que na prática foi um 4-4-2, passou a ser um efetivo 4-2-3-1, com Lincoln passando a ser o centroavante fixo, e a linha de três na armação tendo Éverton pela direita, Diego centralizado e Vitinho pela esquerda. Não deu qualquer de se perceber uma mudança, pois com 12 segundos de bola rolando, o Red Bull se aproveitou da ausência do cansado Isla na recomposição, e de uma marcação frívola de Thuler para encontrar Claudinho entrando pela área para encher o pé e marcar um golaço, sem chance para o goleiro rubro-negro.

Tendo Dome lançado Bruno Henrique no lugar de Arão, para aumentar a pressão ofensiva, foi na base da força de vontade, mas muito cansado, que o time partiu para cima e conseguiu o empate vinte e quatro minutos depois, numa assistência de Isla muito mal cebeceada por Lincoln, mas sendo o suficiente para vencer ao goleiro e decretar a igualdade no placar. O Flamengo até poderia ter conseguido virar, mas jogava muito mal, e não merecia um resultado melhor do que um empate. Perdeu a oportunidade de assumir a liderança, terminando a rodada com um tríplice empate entre Atlético Mineiro, Internacional e Flamengo com 31 pontos. O São Paulo aparecia cinco pontos atrás, mas tinha dois jogos a menos para cumprir. O campeonato estreitava-se entre estes quatro aspirantes ao título. O líder do segundo pelotão era o Fluminense, que aparecia com 25 pontos na tabela. Psicologicamente seria importante ter assumido a liderança? Sim, sempre contribui para a moral e a autoconfiança. Porém é muito complicado qualquer avaliação mais exigente num período no qual o time entrou em campo quatro vezes num intervalo de oito dias. E a esta altura do campeonato - uma reta final de 1º turno - o mais importante é se manter vivo na luta pelo título. E o Flamengo estava vivíssimo! Restava saber em condições físicas se apresentaria para o duelo contra o Corinthians três dias depois na capital paulista.

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla, Thuler, Léo Pereira e Renê; Willian Arão (Bruno Henrique), Thiago Maia, Diego e Éverton Ribeiro (Gérson); Lincoln e Pedro (Vitinho).

Téc: Domenec Torrent

Red Bull: Cleiton, Aderlan, Léo Realpe (Léo Ortiz), Ligger e Wéverson; Ricardo Ryller, Raul e Claudinho (Jan Hurtado); Leandrinho (Morato (Tomás Cuello)), Ýtalo e Bruno Tubarão (Edimar).

Téc: Maurício Barbieri


17ª Rodada - 18/10/2020 - Flamengo 5 x 1 Corinthians

Local: Neo Quimica Arena do Corinthians (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Éverton Ribeiro (31'1T), Vitinho (6'2T), Natan (12'2T), Gil (18'2T), Bruno Henrique (26'2T) e Diego (40'2T)

Sem poder contar com Rodrigo Caio e Arrascaeta, que voltaram lesionados das partidas pelas Eliminatórias, o time rubro-negro foi a São Paulo para fechar a difícil semana com maratona de jogos. E a impressão nos primeiros dez minutos de jogo foi a de que o cansaço físico e psicológico da difícil sequência pesaria sobre a equipe, que não viu a cor da bola, tendo o alvi-negro paulista tido quase 90% de posse de bola nos minutos iniciais. Passado o momento difícil, o Flamengo cresceu e passou a tomar conta da partida, chegando logo ao primeiro gol, num contra-golpe puxado por Vitinho que encontrou Pedro por trás da zaga para escorar para as redes. O gol, no entanto, foi corretamente anulado pela arbitragem de vídeo, que constatou que a bola havia saído pela lateral no início da jogada. O time manteve o ritmo, e aos 31 minutos Filipe Luís foi ao fundo e cruzou, Éverton Ribeiro subiu mais que Lucas Piton e tocou de cabeça no contra-pé do goleiro Cássio para abrir a contagem. Apesar de se manter superior, impondo-se na troca de passes eficiente, que mal deixava o Corinthians respirar, antes do intervalo o alvi-negro quase empatou, na única chance de perigo que teve na primeira etapa, quando Camacho chutou de fora da área e acertou o travessão. O time rubro-negro teve uma baixa na primeira etapa, precisando substituir Gustavo Henrique, que teve uma lesão no testículo e sangramento, pelo jovem Gabriel Noga, que é sempre bom lembrar que havia sido o titular do time campeão brasileiro sub-17 no ano anterior, entrando para formar a zaga com Natan, titular do time campeão brasileiro sub-20 de 2019, ano no qual o Flamengo conseguiu o feio inédito de ter sido campeão nacional nas três principais categorias.

No 2º tempo, o Flamengo manteve sua caraterística mais forte no Brasileirão 2020, marcando muitos gols nos primeiros 15 minutos do 2º tempo. Primeiro numa jogada iniciada por Isla, que, com muita garra, salvou de carrinho uma bola que estava saindo pela lateral. Ele acionou a Éverton Ribeiro, que conduziu para o meio e serviu a Vitinho na entrada da área, que teve tranquilidade para ajeitar e bater no canto para ampliar. Vitinho já tinha feito um excelente primeiro tempo, fazendo a função centralizada da linha de três do 4-2-3-1 de Domenec, ele se movimentava bastante, caindo ora pela direita e pela esquerda, e fazendo assim que o time sempre impusesse uma superioridade numérica ao atacar pelos flancos.

Pouco depois, foi a vez de Natan marcar de cabeça e ampliar o marcador. Acuado, o Corinthians reagiu. Quatro minutos depois, bola cruzada na área e o zagueiro Gil marcou de cabeça, porém o gol foi anulado pela arbitragem de vídeo por um impedimento milimétrico. Dois minutos depois, no entanto, em jogada quase igual, Gil subiu de novo e testou um novo cruzamento para as redes diminuindo. Os oito minutos seguintes foram de grande pressão corinthiana, com Hugo Souza fazendo duas grandes defesas e sendo crucial para manter o placar inalterado até que Bruno Henrique aproveitasse um contra-ataque para fechar a vitória aos 26 minutos. A partir de então o Corinthians se abateu e nada mais conseguiu fazer. Ainda houve tempo, nos minutos finais, para que Diego fizesse uma maravilhosa jogada individual para passar no meio de três e tocar na saída de Cássio: 5 a 1! Goleada grandiosa!

Vitória importantíssima! Goleada para inflar a moral e a autoestima. Entre os rivais na luta pelo título, o São Paulo empatou em casa com o Grêmio, o Atlético Mineiro perdeu de virada por 3 x 1 para o Bahia, em Salvador, e o Internacional venceu ao Vasco em Porto Alegre, igualando-se ao Flamengo com 34 pontos. E na rodada seguinte, os dois se enfrentariam na capital gaúcha. Antes, porém, o Flamengo tinha compromisso pela Libertadores no meio de semana no Rio de Janeiro.

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla, Gustavo Henrique (Gabriel Noga), Natan e Filipe Luís; Thiago Maia (Willian Arão), Gérson, Vitinho (Diego) e Éverton Ribeiro (Ramon); Bruno Henrique e Pedro (Lincoln).

Téc: Domenec Torrent

Corinthians: Cássio, Fágner, Gil, Marllon e Lucas Piton; Xavier, Camacho (Gabriel) e Mateus Vital (Gustavo Mantuan) e Rómulo Otero (Luan); Everaldo (Gustavo Mosquito) e Mauro Boselli (Juan Cazares).

Téc: Vágner Mancini


18ª Rodada - 25/10/2020 - Flamengo 2 x 2 Internacional

Local: Estádio Beira-Rio, Porto Alegre (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Abel Hernández (6'1T), Pedro (10'1T), Thiago Galhardo (24'1T) e Éverton Ribeiro (45+5'2T)

Resultado maiúsculo do Flamengo em Porto Alegre, atuação de quem parecia, naquele momento, caminhar a passos largos para voltar a ser campeão (as duas rodadas seguintes, no entanto, logo tratariam de destruir esta impressão). Os dois times, que dividiam a liderança com 34 pontos, entraram em campo sabendo que na véspera o terceiro colocado, o Atlético Mineiro, havia tropeçado e empatado sem gols no Mineirão com o Sport Recife. Era encontro que valia a ponta na penúltima rodada do primeiro turno! Todo o time havia sido poupado no meio de semana no duelo pela Libertadores contra o Junior de Barranquilla no Maracanã, visando dar mais gás. E este fôlego extra foi fundamental em Porto Alegre!

O começo de jogo foi eletrizante, sobretudo pelo intenso ritmo físico e de pressão na saída de bola imposto pelo time colorado, comandado pelo argentino Eduardo Coudet. A defesa rubro-negra cometeu dois erros graves forçados por esta pressão de seis, às vezes sete jogadores, que pressionavam cada vez que o Flamengo precisava recolocar a bola em jogo. Logo aos seis minutos, o primeiro erro, cometido pelo chileno Mauricio Isla, que entregou a bola de presente para Patrick, que tocou no meio para que o uruguaio Abel Hernández escorasse livre de marcação e com o gol vazio para abrir o marcador. Porém, quatro minutos depois, Pedro, em jogada individual, conduziu desde o meio de campo e, de longe, chutou colocado para bater a Marcelo Lomba e empatar o jogo. Entretanto, justamente quando a pressão física dos colorados começava a ceder, e o time rubro-negro começava a ter domínio sobre as ações da partida, um outro erro forçado, desta vez cometido pelo zagueiro Gustavo Henrique, que presenteou o artilheiro do campeonato Thiago Galhardo, deixando-o frente a frente a Hugo Souza, e ele não perdoou, colocando o Inter de novo a frente.

Era tudo que o estilo de jogo colorado pedia, tendo a partir de então o time se fechado numa retranca, dedicando-se a um futebolzinho bastante medíocre, com uma cara bem de futebol argentino - mostrando o selo de seu treinador - com muita catimba para travar o jogo, muito jogador caindo em campo para travar a dinâmica da partida, com os gandulas desaparecendo da beira do campo para retardar a reposição de bola, e taticamente restrito a explorar os contra-ataques, nos quais tiveram sim algumas oportunidades claras, e não aproveitadas, para fazer o terceiro gol e matar o jogo.

Ainda sofrendo com muitos desfalques e com a ausência de alguns de seus principais jogadores - Rodrigo Caio, Arrascaeta e Gabigol seguiam machucados, e Bruno Henrique estava suspenso por três cartões amarelos, além do goleiro Diego Alves em meio a um imbróglio de não renovação de contrato, e de Diego, que havia sentido fadiga muscular - o time entrou em campo com a linha ofensiva de três que deveria suprir o centroavante Pedro, formada por Vitinho centralizado, Éverton Ribeiro aberto pela direita e Gérson pela esquerda. Diferentemente da última vez na qual jogou centralizado, e que se movia em campo de uma ponta a outra, fazendo com que a equipe tivesse superioridade numérica sempre que atacava pelos lados, desta vez Vitinho não conseguia fazer este papel - talvez atrapalhado pelos dois laterais, que viviam uma tarde bastante infeliz, Isla e Filipe Luís não atuavam bem. O fato é que o time rubro-negro passou a ter mais volume, mas estava em campo bastante engessado, sem conseguir levar real perigo ao gol adversário.

O técnico Domenec Torrent viu esta ineficiência posicional e mudou as posições no intervalo, passando a colocar o time com Gérson centralizado e Vitinho pela esquerda. A atitude da equipe em campo mudou por completo no 2º tempo, vendo-se um Flamengo com dominância avassaladora e um Internacional acuado e cada vez mais apelando para o anti-jogo. Foram inúmeras as chances desperdiçadas pela equipe rubro-negra, tendo na mais clara delas, Filipe Luís acertado um forte chute de fora da área que explodiu no travessão. Dome demorou muito para fazer a primeira substituição, e quando fez, aos 42 minutos do 2º tempo, partiu para um desesperado abafa final, lançando Michael no lugar de Vitinho na ponta-esquerda, e o centroavante Lincoln no lugar de Arão. Àquela altura, parecia que a derrota já era inevitável. Mas este time do Flamengo não desiste nunca! E ressuscitou mais uma vez à sua inquestionável marca da campanha histórica de 2019. E o Internacional foi penalizado por todo o joguinho covarde de seu 2º tempo que tanto travou a partida com anti-jogo e catimba. Se Gérson havia melhorado a atuação rubro-negro quando passou a jogar centralizado, foi por ironia quando caiu pela ponta-esquerda, com o relógio a segundos de indicar 50 minutos dos 2º tempo, que ele cruzou e encontrou Éverton Ribeiro, que tinha tido uma péssima atuação, para escorar de cabeça e decretar o heroico empate. A dominância rubro-negra foi tanta no 2º tempo de jogo, que o duelo terminou com 72% de posse de bola rubro-negra no total, o que deve ter representado quase 90% de posse na etapa final para matematicamente viabilizar estes 72.

Flamengo e Internacional terminaram a rodada com 35 pontos, seguidos pelo Atlético Mineiro, que tinha um jogo a menos e 32 pontos, e pelo São Paulo com 27 pontos, mas com três jogos a menos na tabela. A disputa estava acirrada pela ponta. E nas duas rodadas seguintes, o Flamengo enfrentava ao São Paulo em casa e ao Atlético fora: duas decisões. E antes ainda tinha um duelo contra o Athlético Paranaense pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla, Gustavo Henrique, Natan e Filipe Luís; Willian Arão (Lincoln), Thiago Maia, Gérson e Vitinho (Michael); Éverton Ribeiro e Pedro.

Téc: Domenec Torrent

Inter: Marcelo Lomba, Heitor, Rodrigo Moledo, Zé Gabriel e Uendel (Moisés); Rodrigo Lindoso (Damián Musto), Edenílson, Marcos Guilherme (Rodrigo Dourado) e Patrick; Thiago Galhardo (William Pottker) e Abel Hernández (Andrés D'Alessandro).

Téc: Eduardo Coudet

 

19ª Rodada - 01/11/2020 - Flamengo 1 x 4 São Paulo

Local: Maracanã (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Pedro (5'1T), Tchê Tchê (12'1T), Brenner (45'1T), Reinaldo (13'2T) e Luciano (37'2T)

A última rodada do 1º turno teve os três primeiros colocados enfrentando os três grandes da cidade de São Paulo. Internacional e Atlético Mineiro enfrentavam como visitantes a Corinthians e Palmeiras, respectivamente, e o Flamengo, como mandante, recebia ao São Paulo no Rio de Janeiro. Quando entrou em campo, o time rubro-negro já sabia que no dia anterior o líder Internacional havia perdido para o alvi-negro paulista por 1 x 0. Para conquistar matematicamente o título simbólico do turno, era preciso vencer aos sãopaulinos e torcer para que o Galo perdesse pontos diante do alvi-verde.

O departamento médico seguia cheio, sem que o time pudesse contar com Rodrigo Caio, Diego, Arrascaeta, Pedro Rocha e Gabigol (à exceção de Diego, todos os demais havendo mais de um mês que estavam fora da equipe). E o técnico ainda não tinha aos suspensos Willian Arão e Thiago Maia. E durante a semana, Domenec não quis saber de poupar o time (poupou apenas a Gérson) no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil contra o Athlético Paranaense, em Curitiba. Partida na qual o time jogou bem mal, mas venceu por 1 a 0.

A missão rubro-negro parecia bem encaminhada quando logo aos 5 minutos de jogo, Pedro dominou na intermediária, penetrou e tocou com categoria, longe do alcance do goleiro, abrindo o placar. Porém, sete minutos depois, como sempre por uma falha do lado direito, na qual Isla não recompôs a marcação, forçando a que Gustavo Henrique saísse na cobertura, e num efeito em cascata, Natan cobrisse sua posição e Filipe Luís centralizasse para não deixar um buraco no meio da zaga. O cruzamento atravessou e encontrou Tchê Tchê livre na posição onde Filipe Luís estaria e ele não vacilou. Teve tempo de ajeitar com calma e colocar com precisão no ângulo oposto do goleiro rubro-negro, empatando a partida.

Dali em diante, o jogo seguiu aguerrido e equilibrado. Aos 29 minutos, no entanto, Éverton Ribeiro foi derrubado e o Flamengo teve a oportunidade de voltar a frente do marcador na cobrança de pênalti. Porém, Bruno Henrique cobrou no canto direito do goleiro Tiago Volpi, que voou e defendeu. A partir deste momento, o time rubro-negro ficou mais apático e o São Paulo cresceu. E conseguiu desempatar o jogo antes do intervalo, aos 45, de novo em jogada pelo lado direito, desta vez, entretanto, com falha de Gustavo Henrique, que ao tentar fazer o corte, "ajeitou" para Brenner encher o pé a queima roupa.

Na volta do intervalo, a partida mostrava-se equilibrada até Gustavo Henrique falhar novamente e cometer um pênalti infantil, que o lateral-esquerdo Reinaldo não desperdiçou. O Flamengo ensaiou uma reação logo depois de ter sofrido o terceiro gol, quando Gérson foi derrubado dentro da área por Daniel Alves. Mais um pênalti, desta vez cobrado por Pedro, e muito mal batido, fazendo com que Tiago Volpi defendesse o segundo pênalti no jogo.

Deste momento em diante, o São Paulo abdicou da posse de bola e deixou-a com o Flamengo, que desordenadamente tinha a posse, mas não conseguia criar chances reais de gol. Criou apenas uma, na qual o garoto João Gomes acertou o travessão. O tricolor paulista esperava para explorar os contra-ataques, e aos 37 minutos, num lançamento que partiu dos pós do goleiro Tiago Volpi, Luciano penetrou sem conseguir ser contido por Natan e transformou a vitória paulista em goleada.

Se houvesse vencido, o Flamengo teria garantido matematicamente o título simbólico do 1º turno, pois o Atlético perdeu por 3 a 0 para os palmeirenses. Com o tropeço dos três líderes, a tabela embolou. Internacional e Flamengo seguiam empatados com 35 pontos, seguidos pelo Atlético Mineiro com 32 e um jogo a menos por disputar. O São Paulo tinha 30 pontos, porém tinha três jogos a menos, e bastaria vencer duas destas três partidas, para ser o campeão simbólico do turno. Vivos na briga, também apareciam o surpreendente Fluminense, com 32 pontos, e o Santos com 30. O Flamengo fez apenas 5 pontos numa sequência de 4 jogos, e teria pela frente, na 1ª rodada do 2º turno, ao Atlético Mineiro em Belo Horizonte. Momento bem crítico para o time rubro-negro no campeonato.

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla, Gustavo Henrique, Natan (Léo Pereira) e Filipe Luís; João Gomes, Gérson, Vitinho (Michael) e Éverton Ribeiro (Lincoln); Bruno Henrique e Pedro.

Téc: Domenec Torrent

São Paulo: Tiago Volpi, Tchê Tchê, Diego Costa, Bruno Alves e Reinaldo (Léo); Luan, Daniel Alves, Gabriel Sara e Igor Gomes (Vitor Bueno); Brenner (Pablo) e Luciano.

Téc: Fernando Diniz


20ª Rodada - 08/11/2020 - Flamengo 0 x 4 Atlético Mineiro

Local: Mineirão, Belo Horizonte (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Eduardo Sasha (3'1T), Keno (7'1T), Eduardo Sasha (13'2T) e Matías Zaracho (37'2T)

No meio de semana, Dome só poupou a defesa no jogo de volta pelas oitavas de final da Copa do Brasil, no qual voltou a jogar muito mal, mas voltou a vencer ao Athlético Paranaense, avançando para enfrentar ao São Paulo pelas quartas de final.

Voltou a campo pelo Brasileiro num duelo bastante difícil contra o Atlético no Mineirão. Se o Flamengo vinha de apenas 5 pontos nas 4 rodadas anteriores, os atleticanos vinham de apenas 5 pontos em 6 rodadas, um desempenho ainda pior! E quando entrou em campo, já sabia que o Internacional havia empatado em casa contra o Coritiba, ou seja, se vencesse, assumiria a liderança. Era a quarta vez no turno que o time entrava em campo sabendo que sairia de campo líder caso fosse o vencedor. Não conseguiu aproveitar nenhuma. Chegou a ter uma boa chance de gol nos minutos iniciais - num chute de fora da área dado por Éverton Ribeiro que passou muito rente à trave do goleiro do Galo - mas a fragilidade defensiva da equipe fez logo ruir por terra as chances rubro-negras na partida: com menos de oito minutos de jogo, os atleticanos já venciam por 2 a 0. Primeiro com o time de Sampaoli explorando a linha alta de marcação, roubando a bola e colocando em velocidade nas costas de Filipe Luís, o cruzamento encontrou Sasha, que ganhou na corrida e tomou a frente de Gustavo Henrique, para escorar e abrir o marcador. Quatro minutos depois, numa jogada novamente iniciada em cima de Filipe Luís, a bola foi invertida e encontrou Keno livre no outro extremo, em posição descoberta por Isla, que atravessava a linha acompanhando o atacante adversário. Keno arrumou com calma, sem marcação, e colocou no canto oposto de Hugo.

Daí para frente, o alvi-negro mineiro fechou ainda mais a marcação, deixando a bola com o time rubro-negro, e buscando explorar os contra-ataques. O Flamengo teve chances para diminuir, especialmente uma numa cabeçada de Natan, mas não conseguiu marcar. No 2º tempo, logo com 1 minuto, Pedro cabeceou para grande defesa de Éverson, e no rebote, Bruno Henrique, sozinho, acertou o travessão.

A fragilidade defensiva do Flamengo logo acabou com qualquer esperança de reação. Aos 13, Arana foi ao fundo e cruzou na cabeça de Sasha, que testou baixo, metendo a bola entre as pernas do goleiro rubro-negro. Para fechar, na reta final, o argentino Zaracho foi lançado em velocidade e marcou o quarto gol.

Domenec Torrent, outra vez, demorou uma eternidade para mexer no time no 2º tempo. Tendo a volta de Gabigol após um mês de ausência por lesão, o mínimo que se podia esperar era que com o jogo já perdido, ele fosse lançado logo, ao menos para ganhar ritmo. Nem isso... Quando mexeu, fez as mesmas alterações infrutíferas tentadas nas partidas anteriores, lançando uma linha de quatro atacantes. O time parecia regredir ao invés de evoluir, tinha um sistema defensivo extremamente frágil, tendo a segunda defesa mais vazada do campeonato, perdendo apenas para o último colocado Goiás. Já parecia que seria questão de tempo para que optassem pela subsituição do espanhol Domenec Torrent, e de fato aconteceu.

Pela segunda rodada consecutiva, o Flamengo caiu de quatro. Pela terceira vez na história, o técnico argentino Jorge Sampaoli venceu ao Flamengo por 4 x 0 (também o fez com a Universidad de Chile na Copa Sul-Americana de 2011, e com o Santos na última rodada do Brasileiro de 2019), e pela 5ª vez em 11 anos o Atlético metia quatro gols numa partida contra o Flamengo (4 a 1 em 2010, um 4 a 1 e um 4 a 0 em 2014, um 4 a 1 em 2015, e este 4 a 1 em 2020).

Apesar da sequência horrorosa, o time ainda se mantinha próximo à ponta da tabela. Se tivesse cumprido as metas traçadas aqui no blog, seria o líder, com folga, com 41 pontos! Na liderança, o Internacional tinha 36 pontos, seguido pelo Atlético Mineiro com 35 pontos e um jogo a menos, pelo Flamengo com os mesmos 35 pontos, pelo São Paulo, com 33 pontos e três jogos a menos (uma espécie de líder virtual), pelo Fluminense com 32 pontos, e por Palmeiras e Santos com 31. No outro extremo, a rodada terminou com Vasco e Botafogo dentro da Zona de Rebaixamento.

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla, Gustavo Henrique, Natan e Filipe Luís (Renê); Willian Arão, Thiago Maia (Michael), Gérson e Éverton Ribeiro (Lincoln); Bruno Henrique e Pedro (Gabriel Barbosa).

Téc: Domenec Torrent

Atlético: Éverson, Guga (Matías Zaracho), Réver (Gabriel), Igor Rabello, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan (Dylan Borrero), Alan Franco e Jéfferson Savarino; Keno (Marrony) e Eduardo Sasha (Bueno).

Técnico: Jorge Sampaoli



No dia 09/11 foi anunciada a demissão de Domenec Torrent, e no dia 10/11 foi anunciado a Rogério Ceni como novo treinador do Flamengo, ele deixava o Fortaleza, que naquele momento era o 11º colocado do Campeonato Brasileiro. 



Veja mais: METAS PARA o BI... METAS PARA O OCTA... o caminho para o Flamengo ser o Campeão Brasileiro de 2020


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