A Nação: Flamengo: Tri-Campeão das Américas de Basquete

Na Temporada 2024/2025, o basquete do Flamengo voltou a fazer história no cenário internacional. Pela terceira vez, o clube brasileiro se tornou campeão da América na modalidade. O primeiro clube a obter três títulos se considerado o acumulado entre as Liga das Américas, competição que teve 12 edições disputadas entre as Temporadas 2007/2008 e 2018/2019, e a Basketball Champions League Américas - BCLA (Liga dos Campeões das Américas), que a sucedeu em novos moldes, chegando à 6ª edição entre as Temporadas 2019/2020 e 2024/2025.

Da Liga das Américas, o Flamengo foi Campeão em 2014. Nas 12 edições, três agremiações tinha conseguido conquistar 2 títulos, o Peñarol de Mar Del Plata, que sob o comando do técnico Sergio Hernández, foi campeão em 2008 e em 2010, o venezuelano Guaros de Lara, campeão em 2016 e 2017, e o San Lorenzo de Almagro, campeão em 2018 e 2019. Nas 12 edições, foram 5 títulos do Brasil, 4 da Argentina, 2 da Venezuela e 1 do México. Nas 6 edições da BCLA, o Flamengo chegou à final pela 5ª vez, tinha sido o Campeão em 2021, vencendo ao Real Esteli, da Nicarágua, na final disputada em solo nicaraguense. O Flamengo perdeu a final duas vezes para o Quimsa, da cidade argentina Santiago del Estero, que foi o outro a obteve dois títulos da competição, tendo superado ao Flamengo em 2020 e em 2024. O Flamengo também havia ficado com o Vice-campeonato em 2023, quando perdeu a final para Franca. Em 6 edições da BCLA, foram 4 títulos do Brasil e 2 da Argentina.

Sergio Hernández, "El Oveja"

Assim, no acumulado dos dois modelos de competição, 18 edições, com 9 títulos do Brasil, 6 da Argentina, 2 da Venezuela e 1 do México. Entre as agremiações, o Flamengo foi o único a ser 3 vezes campeão, com os argentinos Peñarol de Mar Del Plata, San Lorenzo e Quimsa tendo sido 2 vezes campeões cada um, assim como o Guaros de Lara. Resultados que colocaram o Flamengo no topo do continente no basquete. O 5º título sul-americano de basquete masculino da história do Flamengo, Campeão do Sul-Americano de Clubes em 1953 e da Liga Sul-Americana em 2009.

A conquista rubro-negra colocou o clube para disputar a Copa Intercontinental da FIBA pela 4ª vez na história, desta vez jogará em Singapura. Em 2014, foi Campeão no Rio de Janeiro ao vencer ao Maccabi Tel Aviv, de Israel, Campeão da EuroLiga. Em 2019 disputou novamente, como campeão nacional, quando o Rio de Janeiro foi sede do Quadrangular Final no novo formato, quando o representante europeu passou a ser o Campeão da Basketball Champions League da Europa. Em 2019, o Flamengo perdeu a final para o AEK Athenas, da Grécia. Em 2022, em Cairo, no Egito, bateu ao San Pablo Burgos, da Espanha, na final, e foi Campeão pela 2ª vez. Em 2025, o título da BCLA lhe deu a oportunidade de lutar por conquistar o título pela 3ª vez.

A campanha rubro-negra na BCLA 2024/25 foi praticamente perfeita, com apenas 1 derrota em 10 partida. O único revés foi justamente para o Boca Juniors, rival na decisão, que estava no mesmo grupo rubro-negro na 1ª Fase. Era um grupo de três, com três triangulares, uma vez na casa de cada um dos três que faziam parte do grupo. O Flamengo superou ao Boca no Rio de Janeiro, e no Panamá, mas perdeu em Buenos Aires. Após ter sido o líder do seu certame na fase inicial, o Flamengo despachou ao Paisas, da Colômbia, com muita facilidade nas quartas de final.

O clube conseguiu vencer a concorrência e fazer com que o Final Four fosse disputado no Rio de Janeiro. Eram duas equipes brasileiras e duas argentinas, e o sorteio colocou as equipes de cada país se enfrentando na semifinal: Flamengo vs Franca, e Boca Juniors vs Instituto de Córdoba. E a vaga na finalíssima foi obtida após uma atuação gigante na semifinal no Ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Sem dar chances ao Franca, numa reedição da decisão da edição da BCLA de 2023, o Flamengo triunfou por 91 a 67, uma vantagem de 24 pontos, e assim obteve o direito de disputar o título contra o Boca Juniors, da Argentina. O FlaBasquete praticamente definiu o duelo nos dois quartos do meio, quando saiu de uma vantagem de 4 pontos para uma dianteira de 25 ao final de 30 minutos (65 a 40). O Franca não teve forças para reagir. O grande destaque rubro-negro na vitória foi o armador Alexey Borges, jogador revelado em Franca, que anotou 24 pontos e deu 9 assistências.

Flamengo vs Franca, na semi-final

Na final, contando com boa presença da torcida, parte dela que havia acabado de ver um empate sem gols entre Flamengo e Vasco no Maracanã em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. A final da Champions League das Américas do Basquete (BCLA) foi marcada pelo domínio do FlaBasquete dos dois lados da quadra, no Maracanãzinho, sobre os argentinos, com placar final de 83 a 57.

No 1º Quarto, o jogo começou com as duas equipes ansiosas, sem conseguir converter seus primeiros ataques. A partida se iniciou com o grande destaque da temporada rubro-negra aparecendo: Alexey Borges converteu uma bola tripla do topo do garrafão e inaugurou o placar. A partir daí, o Flamengo repetiu a história de jogos anteriores e impôs o ritmo da partida. Seguidas bolas do norte-americano Shaq Johnson, outra de Alexey, e mais uma com Kayo Gonçalves, e de três em três o time forçou o técnico adversário a pedir tempo. O placar apontava impressionantes 14 a 2 Flamengo logo na largada do jogo. A arquibancada, cheia, incendiou de energia! Apesar da movimentação intensa, o ritmo estava na mão do Flamengo. Por outro lado, as quatro tentativas do perímetro dos argentinos não foram convertidas. Além do aproveitamento, a movimentação do time no ataque era um dos grandes destaques do quarto. O jogo de transição do Flamengo dificultava o espaço do Boca na área pintada, o que se tornou um grande problema para os argentinos, que não acertaram nenhuma bola da linha de três pontos. Como no primeiro jogo, Alexey Borges foi o grande destaque no período, com 9 pontos, 2 rebotes e 4 assistências. Soberano na defesa, em transição e no rebote ofensivo, o Flamengo não dava espaços para o Boca Juniors no Maracanãzinho: incríveis 25 a 4 na parcial. O Boca cresceu de produção nos minutos finais, mas no geral, o domínio foi rubro-negro, com o quarto fechando com 30 a 13 a favor do Flamengo no placar, uma importante vantagem de 17 pontos.

No 2º Quarto, o técnico argentino do Flamengo, Sergio Hernández, começou utilizando sua segunda rotação em quadra. As equipes trocavam cestas. A diferença no placar se mantinha pelo mau aproveitamento dos argentinos, que até aquele momento estavam com 1/11 de acerto do perímetro. Num quarto mais truncado, o Flamengo conseguiu se sobressair: 19 a 16 na parcial, ampliando a vantagem para 20 pontos do fim do 1º tempo de jogo. As equipes foram para os vestiários com uma vitória parcial de 49 a 29 para o "Mais Querido do Brasil". A equipe ainda se destacou nas infiltrações criadas e os arremessos de meia distância. O ataque dos xeinezes parecia mais conectado do que primeiro período e o poder ofensivo, muitas vezes, chegou mais rápido que a defesa rubro-negra. A velocidade, no entanto, não ajudou os argentinos na criação de jogadas aproveitando os "espaços vazios". Assim, a bola de três continuou sendo um grande problema para o Boca Juniors, que acertou apenas duas de 14 tentativas até o intervalo.

Na volta do intervalo, a partida não foi o que os torcedores do Flamengo esperavam que continuasse sendo. Destaque para o armador José Vildoza, ex-jogador do Flamengo, e para a mão certeira de Sebastián Vega, que assumiram a liderança do ataque xeineze para converterem juntos 11 pontos somados. O Flamengo teve momentos de apagão, marcando apenas seis pontos na primeira metade do terceiro período. Os arremessos de dentro da área pintada começaram a cair para os argentinos, que venceram o quarto por 16 a 11. Em todo o Final Four, o 3º Quarto foi o único momento em que o Flamengo não esteve em total controle das ações. Mas mesmo abaixo, o "Orgulho da Nação" não deixava o Boca Juniors ganhar fôlego. A vantagem rubro-negra chegou a ser reduzida para 10 pontos. As coisas voltaram ao controle quando o treinador voltou a trocar o quinteto, com a experiência do armador argentino Franco Balbi, e a mão certeira da linha de três pontos de Gui Deodato, voltando a reequilibrar as ações na reta final do quarto. Apesar de uma parcial tímida de 11 pontos de ataque, o Flamengo levou o jogo para os 10 minutos finais com vantagem considerável: 60 a 45. A vantagem entrava com confortáveis 15 pontos de dianteira para os 10 minutos finais de partida.

No 4º Quarto, logo nos primeiros minutos, uma corrida de 8 a 2 para o time rubro-negro foi um balde de água fria para a tentativa de reação do adversário. Foi a vez de Gui Deodato liderar o ataque do Flamengo, com duas bolas de três já nos minutos iniciais do último período. Para abrir ainda mais a vantagem, Gui esquentou de vez: mais duas bolas de três para o ala rubro-negro. O time argentino, percebendo que a "vaca estava deitando", começou a arremessar desesperadamente de três pontos, errando mais do que acertando. O placar voltou a abrir. Eram mais de 20 pontos de frente e pouquíssimo tempo restante. Se a moral argentina já não era das melhores, Gui Deodato matou linda bola do perímetro para o "Mais Querido" abrir 25 pontos de frente no placar: 74 a 49. Dali em diante, era questão de contar os minutos. Outro ex-jogador do Flamengo, o ala Martin Cuello, ainda acertou alguns arremessos da linha de três na reta final, mas nada que pudesse mudar o que já estava definido. Quando o relógio marcou zero, a festa foi rubro-negra. Vitória por 83 a 57 e tricampeonato da América! A ampla vantagem na decisão (83 a 57, incríveis 26 pontos de vantagem) só mostrava como o time rubro-negro estava muito à frente dos seus adversários.

Eleito MVP da competição, Alexey Borges foi o principal nome do Flamengo, terminando o jogo decisivo com 15 pontos, 6 assistências e 4 rebotes, obtendo 18 de índice de eficiência. Mas, desta vez, foi o coletivo que prevaleceu, com destaque também para Gui Deodato, maior pontuador da equipe com 16 pontos, e Shaquille Johnson, que anotou 15. "Fizemos um Final Four muito consistente, de muita entrega de todos em quadra. Estamos de parabéns pela atuação nas duas partidas. Agora é comemorar", foram as palavras de "El Mago", o capitão Franco Balbi.

Ficha do Jogo

19/04/2025 - Flamengo 83 x 57 Boca Juniors (Argentina)

Local: Maracanãzinho, Rio de Janeiro

Parciais: 30 x 13 / 19 x 16 (49 x 29) / 11 x 16 (60 x 45) / 23 x 12 (83 x 57)

Flamengo: Alexey Borges (15), Shaquille Johnson (15), Jordan Williams (4), Kayo Gonçalves (3) e Ruan Miranda (11). Téc: Sergio Hernández. Banco: Franco Balbi (7), Matheus Gueiros (0), Gui Deodato (16), Jhonatan Luz (0), Luan Rodrigues (0), Lucas Siewert (8) e Tayavek Gallizzi (4).

Boca: Jose "Pepe" Vildoza (9), Santiago Scala (4), Sebastian Vega (7), Franco Giorgetti (9) e Marcos Delia (2). Téc: Gonzalo Pérez. Banco: Juan Guerrero (0), Martin Cuello (16), Thomas Cooper (3), Facundo Piñero (5) e Andrés Ibarguen (2).

Estatísticas da Final entre Flamengo x Boca Juniors: em lances livres o rubro-negro teve 7/9 (78%) e os xeinezes 7/11 (64%), em jogadas de dois pontos, os rubro-negros 17/32 (53%) e os xeinezes 16/30 (53%), e de três pontos, o Flamengo teve 14/33 (42%) e o Boca teve 6/28 (21%). Em rebotes defensivos, o Fla venceu por 26 x 23, e nos ofensivos foi empate: 12 x 12. Um jogo, portanto, muito equilibrado dentro do garrafão. O time rubro-negro se manteve na liderança por todos os minutos da partida.

Entre os destaques do Flamengo na final, Gui Deodato teve 16 pontos, 2 rebotes e 1 assistência, Alexey Borges teve 15 pontos, 4 rebotes e 6 assistências, Shaq Johnson com 15 pontos, 2 rebotes e 1 assistência, e o pivô Ruan Miranda teve 11 pontos e 9 rebotes. Do lado do Boca Juniors, Martín Cuello teve 16 pontos, 3 rebotes e 2 assistências, José Vildoza teve 9 pontos, 4 rebotes e 5 assistências, tendo os dois ex-jogadores do Flamengo sido os melhores xeinezes em quadra. Além deles, Franco Giorgetti teve 9 pontos e 4 rebotes, e Sebastián Vega teve 7 pontos, 4 rebotes e 2 assistências.