segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Flamengo na Libertadores de 2025


Foi a 21ª participação do Flamengo - a 9ª consecutiva - e mais uma vez sonhando em ser o primeiro clube brasileiro a conquistar pela 4ª vez a Copa Libertadores da América. Obteve a sua classificação por ter sido o 3º colocado do Campeonato Brasileiro de 2024.

O sorteio foi favorável, tendo o clube caído num grupo considerado relativamente fácil, embora mais uma vez tendo que fazer uma partida na altitude, desta vez em Quito, no Equador. Embora o grupo tenha tido um clube da Argentina, o adversário era o Central Córdoba, que disputaria a competição pela primeira vez na história, após ter sido o Campeão da Copa Argentina 2024.


A Campanha:
Fase de Grupos
03/04/25 - 1 x 0 Deportivo Táchira, em San Cristóbal, Venezuela
09/04/25 - 1 x 2 Central Córdoba, no Maracanã
22/04/25 - 0 x 0 LDU, em Quito, Equador
07/05/25 - 1 x 1 Central Córdoba, em Santiago Del Estero, Argentina
15/05/25 - 2 x 0 LDU, no Maracanã
28/05/25 - 1 x 0 Deportivo Táchira, no Maracanã
Oitavas
13/08/25 - 1 x 0 Internacional, no Maracanã
20/08/25 - 2 x 0 Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre
Quartas
18/09/25 - 2 x 1 Estudiantes, no Maracanã
26/09/25 - 0 x 1 Estudiantes, em La Plata, Argentina (pen: 4 x 2)
Semi
22/10/25 - 1 x 0 Racing, no Maracanã
29/10/25 - 0 x 0 Racing, em Buenos Aires, Argentina
Final
29/11/25 - 1 x 0 Palmeiras, em Lima, no Peru




1ª Fase

Na 1ª rodada, a estreia foi com um longo deslocamento até San Cristóbal, na Venezuela, cidade próxima à fronteira com a Colômbia. O Flamengo não vencia na Libertadores como visitante desde a semifinal de 2022, sobre o Vélez Sarsfield, na Argentina. Nas edições de 2023 e 2024 tinham sido 9 partidas como visitante, com 5 derrotas e 4 empates. Outra marca histórica, é que o Flamengo nunca havia sequer perdido ponto contra adversário venezuelano na história da Libertadores, com 10 jogos e 10 vitórias. Diante do Táchira, o jogo foi duro, com o time rubro-negra saindo dele com uma magra vitória por 1 a 0. Um resultado importante para encaminhar a classificação. No outro jogo do grupo na rodada, em solo argentino, Central Córdoba e LDU empataram sem gols.

Na 2ª rodada, a estreia no Maracanã era diante dos argentinos, o Flamengo jamais havia sido derrotado por uma equipe da Argentina jogando como mandante na história da Libertadores. Tinham sido 11 jogos, com 8 vitórias e 3 empates. O Central Córdoba, estreante e tendo ficado num empate sem gols na estreia, nunca tinha jogado como visitante nem marcado um gol em Libertadores. E sua primeira vez era diante de 56 mil pessoas no Maracanã. Pois conseguiram um gol de pênalti após um toque na mão dentro da área, e ainda ampliaram de cabeça numa cobrança de escanteio no fim da etapa inicial, indo para o intervalo com dois gols de vantagem. O time rubro-negro diminui no 2º tempo, pressionou, mas não empatou, acabando por sofrer a sua primeira derrota para argentinos na história numa partida como mandante. No outro jogo, a LDU venceu ao Táchira por 2 a 0 em Quito. Assim, o Flamengo terminava a rodada em 3º lugar, um ponto atrás dos dois adversários.

E a terceira partida era a mais difícil de todas, subindo a montanha para enfrentar a LDU na altitude de Quito. O time voltou de lá com 1 ponto na bagagem, após um insosso empate sem gols. No outro jogo, o Central Córdoba venceu por 2 x 1, mantendo Flamengo na 3º colocação. O duelo rubro-negro pela rodada seguinte era na pequena Santiago Del Estero, no interior da Argentina, e ganhou ares de decisão. Ainda mais porque antes de entrar em campo, o time já sabia que a LDU havia vencido ao Tachira por 3 x 2 na Venezuela. Se perdesse para o Córdoba, os argentinos iriam a 10 pontos, os equatorianos ficariam com 8 e o Flamengo com 4. Ainda que restasse dois jogos no Maracanã, a distância dificilmente seria reversível, e o clube estaria praticamente eliminado já na 1ª Fase.

O time rubro-negro saiu em vantagem com um gol do uruguaio Giorgian De Arrascaeta logo aos 9 minutos do 1º tempo, tranquilizando em parte a sua situação. Porém, não conseguia se impor em campo, sendo pressionado, e acabando por levar o gol de empate no meio do 2º tempo. O resultado deixava a classificação ainda ao alcance, mas a situação não era confortável. Central Córdoba e LDU tinham 8 pontos, o Flamengo tinha 5 e o Deportivo Tachira não tinha nenhum ponto conquistado. O jogo seguinte era contra a LDU no Maracanã. Os equatorianos tinham saldo positivo de 3 gols, enquanto o saldo rubro-negro era zero. Uma vitória por 2 gols de diferença colocaria o Flamengo a frente da LDU ao fim da 5ª rodada, e então restaria a partida derradeira contra os venezuelanos também no Maracanã, na qual uma vitória simples já seria suficiente para fazer o clube estar matematicamente classificado. Situação desconfortável, mas resultados bem plausíveis.

Noite de quinta-feira de decisão no Maracanã. Casa cheia. Festa montada. E o time correspondeu dentro de campo. Abriu o marcador logo com 9 minutos de bola rolando, com gol de cabeça do zagueiro Léo Ortiz após cobrança de escanteio. Dominou o jogo, com amplo domínio da posse de bola. No início do segundo tempo, conseguiu o segundo gol, que o fazia ultrapassar à própria LDU, pelo saldo de gols, na tabela de classificação. E assim fechou o jogo, com os 2 a 0 que necessitava no placar. A uma rodada do fim, o líder era o Central Córdoba com 11 pontos, que enfrentaria à LDU em Quito na última rodada. Os equatorianos, com 8 pontos, precisavam de uma vitória por dois gols de diferença para ultrapassar aos argentinos na classificação. O Flamengo, que enfrentaria ao Táchira no Maracanã, só dependia de si, obtendo a classificação com qualquer vitória. Os venezuelanos tinham perdido todos os seus 5 jogos até então. Para terminar em 1º lugar no grupo, só se o Córdoba fosse derrotado no Equador, e desde que a LDU mão vencesse por uma diferença de gols superior à do Flamengo sobre os venezuelanos.

Mais uma noite de decisão no Maracanã, com casa cheia e festa montada. E de muita angústia. Enquanto os gols da LDU saíam um atrás do outro em Quito, a rede não era balançada no Maracanã. O 1º lugar ia ficando cada vez mais distante, mas bastava um gol rubro-negro para selar o avanço às oitavas de final. E o gol só saiu aos 20 minutos do 2º tempo, quando Luiz Araújo cobrou falta na área e o zagueiro Léo Pereira, penetrando de trás, completou de primeira. Foi o suficiente para uma classificação suada e tensa, com direito a ter sofrido pressão nos minutos finais, e ao goleiro Rossi ter feito grande defesa na última bola do jogo, em chute a queima-roupa dentro da pequena área. No outro jogo, a LDU venceu na altitude por 3 a 0, fechando o grupo na liderança e eliminando aos argentinos. Tríplice empate com 11 pontos, e o Flamengo avançando em 2º lugar no saldo de gols. Uma campanha bem fraca, mas com a classificação assegurada.


Mata-Mata

A competição só foi retomada dois meses e meio depois, tendo havido no calendário, neste meio tempo, a 1ª Copa do Mundo de Clubes. O adversário rubro-negro, designado por sorteio, pelas oitavas de final foi o Internacional, de Porto Alegre. A disputa se iniciou com um confronto no Maracanã, onde o Flamengo obteve uma vitória magra por 1 a 0, com gol de Bruno Henrique de cabeça no 1º tempo. O duelo seguinte foi no Estádio Beira-Rio. E dominante, o time rubro-negro saiu na frente no 1º tempo, abrindo enorme vantagem. Na etapa final administro a vantagem, e nos minutos finais ampliou, garantindo a classificação às quartas para enfrentar ao Estudiantes de La Plata, que havia eliminado ao Cerro Porteño, do Paraguai. A chave rubro-negra até a final só tinha argentinos, pois se avançasse à semi-final o adversário sairia do confronto entre Racing e Vélez Sarsfield.

A trajetória nas quartas, no Maracanã, foi iniciada com um gol marcado só com 15 segundos de bola rolando. Aos 8 minutos do 1º tempo já tinha marcado 2 a 0. Uma partida que estava sob controle, mas o Flamengo não a liquidou, e acabou castigado. Primeiro com uma expulsão esdrúxula e absurda de Gonzalo Plata, e depois sofrendo um gol já nos acréscimos que deteriorava as condições para a partida de volta em La Plata, dois pênaltis mão marcados e sem intervenção da arbitragem de vídeo, e um episódio lastimável com o quarto árbitro falando para o técnico adversário substituir ao zagueiro, que já tinha cartão amarelo, ou ele seria expulso. Na Argentina, condições adversas tradicionais, um adversário que teve grande atuação, marcou um gol nos acréscimos da primeira etapa, e que com um 1 a 0 sustentado até do fim, levou a disputa aos pênaltis. Quando então apareceu um herói com a camisa 1 rubro-negra, o argentino Agustin Rossi defendeu dois pênaltis, o Flamengo converteu todos os seus, venceu por 4 a 2, e avançou à semifinal para enfrentar ao Racing.

O primeiro encontro da semifinal foi disputado no Rio de Janeiro, no Maracanã. E foi uma partida duríssima. Um jogo de poucas oportunidades de gol, no qual o time rubro-negro pressionou muito no final. Teve um gol corretamente anulado por impedimento, mas pouco depois, já aos 42 minutos, conseguiu marcar o tento que lhe deu uma magra vitória por 1 a 0. Um gol chorado, após muito bate e rebate dentro da área, com o colombiano Carrascal chutando, a bola desviando num zagueiro e enganando assim a outro. Vantagem magra mas importante, pois em Avellaneda seria uma batalha duríssima no Estádio El Cilindro. Não poderia ter sido diferente. Um jogo dificílimo, em que o herói rubro-negro foi o goleiro Agustin Rossi. Classificação ainda mais dramática depois que o árbitro chileno inventou uma expulsão de Gonzalo Plata na metade do segundo tempo. Zero a zero até o fim e a quarta final num intervalo de sete anos!

Uma final simbólica. O adversário que se classificou foi o Palmeiras, que após perder por 3 a 0 para a LDU na altitude de Quito, no Equador, no jogo de ida, reverteu e venceu por 4 a 0 em São Paulo. Se o Flamengo fazia a sua 4ª final em 7 anos, os palmeirenses chegavam à sua 3ª em 6 anos. Entre 2019 e 2025, em sete edições, em nada menos do que cinco ou Flamengo ou Palmeias tinham estado presentes, tem as exceções sido em 2023 e 2024. Os dois clubes se reencontravam numa final após ter decidido a edição de 2021, quando Andreas Pereira escorregou, o Palmeiras aproveitou, e venceu por 2 a 1 na prorrogação. Desta vez, Andreas ao invés de vestir rubro-negro, vestia alvi-verde. Uma final simbólica! Tempo de reencontros. E quem dos dois clubes saísse vencedor, tornar-se-ia o primeiro clube brasileira a conquistas à Copa Libertadores pela 4ª vez na história! Um jogo épico!

O time rubro-negro que chegou à final de 2025 chegava com uma presença de estrangeiros como nunca antes. Destaque especial para a presença deles no meio de campo, que tinha ao chileno Erick Pulgar, ao espanhol Saúl Ñíguez, aos uruguaios Nico De La Cruz e Giorgian De Arrascaeta, e ao colombiano Jorge Carrascal. Além destes cinco meio-campistas, o elenco ainda tinha o goleiro argentino Agustin Rossi, os laterais uruguaios Guillermo Varela pela direita e Matias Viña pela esquerda, e o atacante equatoriano Gonzalo Plata. Um elenco com nove estrangeiros.

Em 29 de novembro, Flamengo e Palmeiras entraram em campo no Estádio Monumental de Lima, palco da histórica vitória rubro-negra sobre o River Plate em 2019. Uma final histórica e épica! Do lado do Flamengo, lesões tiraram dois jogadores que tinham sido titulares importantíssimos na campanha, o zagueiro Léo Ortiz e o centroavante Pedro ficaram fora do time na reta final. E foi o substituto de um deles que se tornou o herói da final. Aos 16 minutos do 2º tempo, escanteio pelo lado direito de ataque cobrado por Arrascaeta, a bola encontrou o zagueiro Danilo, o camisa 13 subiu mais alto que todos, testou firme, a bola acertou a trave e estufou as redes. Dali em diante foi segurar a pressão. Aos 43 minutos do 2º tempo, o atacante palmeirense Vítor Roque teve a oportunidade do empate dentro da pequena área, e foi novamente Danilo quem deu o bote, com a bola resvalando na perna dele e saindo por cima do gol. Vitória consumada! A final de 2021 estava vingada! Ninguém morre devendo ao Flamengo... o primeiro brasileiro Tetra-campeão da Libertadores na história. Somente Peñarol, com 5, Boca Juniors, com 6, e Independiente, com 7, tinham conquistado mais títulos sul-americanos do que o Flamengo até ali na história! Uma campanha com um detalhe em especial: em nenhum dos 13 jogos disputados, o time do Flamengo marcou mais do que 2 gols. Perfeito defensivamente, e eficiente ofensivamente.






Fichas Técnicas: Flamengo na Libertadores de 2022



Fotogaleria: 29 de novembro de 2025 - Flamengo 1 x 0 Palmeiras



Veja mais: #AceitaOuSurta Parte 3 - Flamengo é sempre um outro patamar






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