Os primeiros importados no basquete da Gávea
Na América Hispânica, no basquete o termo usado para jogadores estrangeiros é "importados". O primeiro estrangeiro a vestir a camisa de basquete rubro-negra foi o francês Robert Zagury em 1957 e 1958 (jogou o Campeonato Carioca de 1957, que se encerrou somente em março de 1958). De nacionalidade francesa, ele nasceu em Casablanca, no Marrocos, e foi titular da Seleção da França que jogou o Campeonato Mundial de 1954 no Rio de Janeiro. Envolveu-se num relacionamento amoroso com uma brasileira, o que lhe encurtou caminhos para que voltasse ao Rio em 1957, desta vez para vestir vermelho e preto.
Na última página do Jornal dos Sports (a de nº 12) em 1º de outubro de 1957 - a página onde sempre saíam as notícias do basquete do Rio de Janeiro - estava a manchete "Francês no Flamengo: Bob Zagury transferiu-se do Paris Universite Club", estando assim narrado: "Robert Zagury com 27 anos de idade e natural de Paris (...) já deu entrada na FMB (Federação Metropolitana de Basketball) a favor do Hexacampeão (Carioca) (...) segundo opinião de quem já o viu atuar, o novo elemento rubro-negro tem qualidades para brilhar".
Narrava a edição do Jornal dos Sports de 27 de outubro sob o título "Com uma vitória do Flamengo, o reinício do certame, apenas um jogo completando a sexta rodada do turno": "derrotado o Tijuca por 75 x 47, com a estreia do scratchman francês Robert Zagury", após 35-19 no 1º tempo, estando assim descrita a pontuação rubro-negra no jogo: Algodão (10), Otto (29), Willi (12), Godinho (10), Wálter (2), Fernando (6), Alfredo (0), Roberto (6) e Zeca (0).
Em 15 de março de 1958 estava na página 12 do Jornal dos Sports: "Vitória de Campeão a do Flamengo, a brilhante campanha dos basketballers rubro-negros, consagrando-se como Heptacampeões da cidade; o Vasco da Gama não conseguiu evitar a derrota pelo marcador de 83 x 66 (...) estiveram em noite inspirada, principalmente o gigantesco pivot Otto. Também Algodão, Fernando e Willy repetiram as suas destacadas e habituais performances, bem coadjuvadas por Coqueiro, Godinho, o francês Zagury, Válter e Zeca".
Para fechar, o Jornal dos Sports narrava que dos 17 jogadores que atuaram, somente 9 iriam ser considerados campeões pela FMB, por terem participado de pelo menos a metade dos jogos da campanha: Otto, Algodão, Godinho, Zé Coqueiro, Willi, Wálter, Fernando, Zeca e Alfredo. Zagury atuou em apenas 4 partidas, não entrando na lista de campeões oficiais considerada pela Federação Metropolitana.
Apesar desta história, o investimento mais agressivo em "importados", no entanto, só aconteceu depois que o Flamengo viveu o seu maior jejum de títulos em sua história no basquete carioca, ao ficar sem ser campeão entre 1964 e 1975 (a série mais longa da história do clube sem títulos nesta modalidade). Frente a isso, no início dos Anos 1970 o Flamengo tentou pela primeira vez importar norte-americanos.
Abaixo, um registro fotográfico da passagem dos primeiros americanos pela Gávea. Na foto abaixo, de 1974, aparecem o supervisor Kanela, o técnico Marcelo Cocada, e os norte-americanos - com seus cabelos “black powers” - estão de pé ao lado deles. Da esquerda para a direita: George Thompson é o primeiro, com a camisa 8, depois com a camisa 11 está Erick McWilliams, e com o camisa 9 está James Lee.
São muito raros os registros da passagem destes estrangeiros. Paulo Murilo, em artigo publicado em 14 de setembro de 2004 em seu blog “Basquete Brasil”, sob o título “Vícios de nosso cotidiano", narra uma interessantíssima história desta experiência. Ele, Paulo Murilo, era então técnico do time juvenil do Flamengo. Eis a história: "Quando treinava a grande equipe juvenil do Flamengo, com Peixotinho, Gabriel, Pedrinho, Robertinho, todos com passagem posterior pela Seleção Brasileira, o grande Togo Renan Soares, Kanela, fazia questão que após o treino de sua categoria participassem também do treino da primeira divisão, preparando-os para assumirem a equipe no futuro. Nesta equipe havia dois norte-americanos, que pouco ou nada entendiam do português. Num destes treinos comandado pelo assistente do velho Togo, eu me deparei, vindo do vestiário, com a seguinte cena: pedia-se ao Pedrinho ou ao Peixotinho que comandasse as jogadas com ordens em inglês para o entendimento dos norte-americanos. Intervi de imediato, já que eram jogadores da minha equipe, e fiz ver a todos que o correto era que eles, os norte-americanos, procurassem entender o nosso idioma pois estavam participando de uma equipe brasileira. Após um breve mal-entendido com o assistente, eis que um dos norte-americanos se aproximou e disse arrastando nossa língua: ‘Coach, o senhor ter razão!’, e nada mais foi discutido".
A primeira tentativa no Flamengo com norte-americanos foi em 1973, no mesmo ano no qual, no primeiro semestre, durante a Taça Brasil que acabou sendo conquistada pelo Vila Nova, houve uma enorme polêmica com a utilização de estrangeiros pelo time do Palmeiras, que contou nesta competição com dois norte-americanos e dois argentinos, para protestos generalizados dos adversários.
A moda chegou rápido à Gávea. No mesmo ano de 1973 o Flamengo aderiu a ela. Naquela temporada, o clube tentava quebrar seu jejum de títulos, e queria se reforçar depois de ter perdido a Gabriel, que era o principal nome do basquete rubro-negro em fins dos Anos 1960 e começo dos Anos 1970. Foi contratado para ser o principal nome do time a Fioravante, um dos destaques da equipe então campeã carioca e hegemônica no basquete do Rio de Janeiro, o Fluminense. Adicionalmente, contratou também ao norte-americano Charles Bush. Ambos chegavam para rechear um time que tinha a Pedrinho Ferrer, Montenegro e Érico. Ainda assim, mais uma vez o título escapou, seguindo de novo para as Laranjeiras.
Em 1974, a aposta foi ainda mais ousada, com a contratação de três norte-americanos de uma vez, os já citados Thompson, Lee e McWilliams. A Confederação Brasileira de Desportos decidiu então intervir e definir que cada equipe não poderia ter mais do que um jogador estrangeiro. Com isso, decidiu-se que apenas Thompson continuaria na Gávea, tendo Erick McWilliams regressado aos EUA, e James Lee ido defender às cores da camisa do clube Mackenzie, do Méier, com quem disputou o Campeonato Carioca. Só George Thompson seguiu, e por alguns anos, na Gávea, onde permaneceu até o fim de 1978, tendo depois seguido carreira então no Clube Municipal, da Tijuca, ao qual defendeu no Carioca de 1979. Thompson foi um dos destaques do time rubro-negro quando o Flamengo conseguiu voltar a levantar um troféu, no Carioca de 1975, quando só então deu fim a seu jejum de títulos.
No Carioca de 75, o Flamengo venceu os dois turnos, conquistando automaticamente o título do Carioca. Em ambos os turnos venceu ao Vasco nas partidas decisivas disputadas no Maracanãzinho. No 1º turno, com uma vitória por 84 x 81, e no 2º turno superando ao Vasco por 74 x 66. Depois de 11 anos, diante de um público de 2.482 pagantes no ginásio, o Flamengo foi novamente o Campeão Carioca de Basquete. Sérgio Macarrão, com 18 pontos, e George Thompson, com 17 tentos, lideraram a conquista em quadra. Dois anos depois, o time rubro-negro voltaria a se sagrar campeão sobre o Vasco, desta vez com uma vitória por 78 x 68 no Maracanãzinho, mas sem que o norte-americano ainda tivesse energia para estar entre os líderes da pontuação rubro-negra (ainda que tenha marcado 11 pontos naquela noite decisiva).
1975 - Campeão Carioca
Time: Peixotinho, Pedrinho Ferrer, George Thompson, Rogério e Sérgio Macarrão
Téc: Tude Sobrinho
Banco: Alberto Bial e Jorge Maravilha
1977 - Campeão Carioca
Time: Peixotinho, Zezé, George Thompson, Charuto e Paulão Abdalla
Time: Peixotinho, Zezé, George Thompson, Charuto e Paulão Abdalla
Téc: Waldyr Boccardo
Banco: Márvio, Pedrinho Ferrer e Rogério
Buscando reerguer a força de seu basquete, o Flamengo aderia à nova tendência. O processo de contar com jogadores norte-americanos ou de outras nacionalidades era ainda incipiente no Brasil. A nível nacional mesmo, as experiências com "importados" ainda eram pontuais. O primeiro estrangeiro a se sagrar campeão nacional foi o norte-americano Albert de Witt, com o time do Palmeiras em 1977, exatamente em cima do Flamengo. Nos campeonatos seguintes, quando o Sírio sagrou-se bi-campeão brasileiro em 1978 e 79, sua equipe também tinha importados, a dupla Larry Dyal e Mike Daugherty. Daí para frente a quantidade de estrangeiros cresceu. E a porta se abriu não só para jogadores vindos dos Estados Unidos. Nos anos 80, jogaram por equipes brasileiras os argentinos Germán Filloy (por Sirio e Flamengo), Camissasa (pelo Corinthians), Aguirre (pelo Palmeiras) e Luis González (por Franca), além do panamenho Mario Butler, que jogou no Corinthians. E da República Dominicana, primeiro no Flamengo, e depois no Vasco da Gama, também chegaram nomes que marcaram uma época.
As primeiras participações na Taça Brasil
Após dominar o cenário basquetebolístico do Rio de Janeiro entre 1948 e 1964, intervalo no qual foi campeão de 14 das 17 edições do Campeonato Carioca disputadas, o basquete do clube viveu um jejum de 10 anos sem conquistar o título estadual, tendo neste período sido campeão apenas da Taça Gerdal Boscoli de 1969, com uma equipe jovem, cuja formação titular, comandada por Kanela, tinha a Montenegro, Gabriel, Pedrinho Ferrer, Waldyr Boccardo e Robertão.
Em 1973, o técnico Kanela foi para o Vila Nova, com quem se sagrou campeão da Taça Brasil, numa equipe que tinha no banco aos ex-rubro-negros Doinha e Goiano. Depois do título nacional, o primeiro conquistado por uma equipe fora do eixo "Rio-São Paulo", Kanela voltou à Gávea como Supervisor do basquete rubro-negro, ficando a função de técnico com Marcelo Cocada. Porém, foi só dois anos depois que o clube voltou a ter uma competitividade efetiva dentro de quadra.
Decidido a recuperar a hegemonia carioca, o Flamengo se reforçou para a temporada de 1975 do basquete com a contratação do técnico Tude Sobrinho, penta-campeão carioca com o Fluminense. Pouco depois, o time foi reforçado com três jogadores também campeões no tricolor das Laranjeiras: Alberto Bial, Sérgio Macarrão, e o recontratado Gabriel, jogador formado nas divisões de base da Gávea.
O clube contratou ainda a três norte-americanos, só não contava com a mudança de legislação que passou a proibir a utilização de mais de um estrangeiro por equipe. Com esta novidade, teve que se desfazer de dois de seus norte-americanos, escolhendo ficar com George Thompson (que esteve bem próximo de ser contratado pelo Vasco naquela temporada). Com um desempenho aquém do esperado no returno da 1ª fase do campeonato, o time foi reforçado com a contratação de mais um jogador ex-Fluminense: Peixotinho.
O projeto visava também reconquistar um protagonismo a nível nacional. Nos Anos 1950, a única competição nacional era o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais. O time do Flamengo era a base quase completa da Seleção Carioca que venceu três títulos sobre a Seleção Paulista, em 1949, 1951 e 1953. Depois disto, a hegemonia foi totalmente do estado de São Paulo.
Com seu jejum de títulos estaduais, o Flamengo não participou de nenhuma das 10 primeiras edições da Taça Brasil, competição nacional de clubes implementada a partir de 1965. E foi justamente em 1975, quando o basquete rubro-negro voltou a se fortalecer, que foi tentado um novo modelo de competição, com a realização do 1º Campeonato Nacional de Basquete, que historicamente veio a ser a 11ª Taça Brasil. Foi uma tentativa de criação de um campeonato novo.
De 1965 a 1974, a Taça Brasil foi na maioria das vezes um hexagonal (por desistências, houve anos que foi pentagonal ou até um quadrangular), disputada sempre numa mesma cidade-sede durante uma semana. Em 1975 se tentou copiar o modelo do Campeonato Brasileiro de Futebol, tendo a competição reunido 10 clubes e sem sede fixa. Os dez participantes foram dois da cidade de São Paulo (Sírio e Palmeiras), dois do interior de São Paulo (Franca e Campinas Tênis Clube), dois do Rio de Janeiro (Flamengo e Vasco), dois de Minas Gerais (Minas Tênis Clube e Círculo Militar), e dois de Goiânia (Goiás e Jóquei Clube). O modelo só foi usado naquele ano, já que impeditivos financeiros não viabilizaram uma segunda edição, em 1976, ano que o basquete brasileiro não teve campeão, tendo a partir de 1977 o torneio voltado a ser num molde similar ao das primeiras edições da Taça Brasil.
Na Taça Brasil de 75, logo na largada, desfalcado de Thompson e Fioravante, o Flamengo sentiu o peso do basquete paulista, e jogando duas vezes em casa, perdeu para Sírio (67 x 90) e Palmeiras (94 x 104). Entretanto, posteriormente conseguiria nos tribunais os pontos do confronto contra o Sírio, que havia inscrito e posto em quadra irregularmente ao pivô Marquinhos Abdalla. Depois obteve vitórias fora e em casa sobre o Jóquei Clube, de Goiás, e o Minas Tênis Clube, e voltou a cair como visitante perante Sírio e Palmeiras. Dois se classificavam, e a vitória rubro-negra no tribunal eliminou ao Sírio, levando o Flamengo ao Quadrangular Final, jogado no Maracanãzinho. O time rubro-negro perdeu para Palmeiras (78 x 97) e Franca (63 x 82), ficando fora da disputa. O Vasco também perdeu para os dois paulistas, e na última rodada ainda superou à equipe rubro-negra. Assim foi a história da 1ª participação do Flamengo na Taça Brasil de Basquete, terminando em 4º lugar.
1975 - 4º lugar na Taça Brasil
Time: Alberto Bial, Pedrinho Ferrer, George Thompson, Fioravante e Sérgio Macarrão
Téc: Tude Sobrinho
Banco: Peixotinho, Gabriel, Rogério e Jorge Maravilha
Campanha: 67 x 90 Sírio (SP) / 94 x 104 Palmeiras (SP) / 76 x 73 Minas (MG) / 76 x 91 Jóquei Clube (GO) / 81 x 94 Palmeiras (SP) / 91 x 87 Jóquei Clube (GO) / 89 x 77 Minas (MG) / 82 x 94 Sírio (SP) / 78 x 97 Palmeiras (SP) / 63 x 82 Franca (SP) / 55 x 58 Vasco (RJ)
O investimento rubro-negro lhe deu ao menos o título de Campeão Carioca de 1975, interrompendo um jejum de dez anos sem o título. Em 1976, não houve competição nacional, que voltou a ser realizada em 1977. O Flamengo manteve o investimento no time de basquete e fez uma campanha histórica, terminando com o vice-campeonato.
Todo o torneio de 77 foi disputado em Belo Horizonte, no Ginásio do Minas Tênis Clube, tendo sido realizado de 29 de junho a 3 de julho daquele ano. Na 1ª fase eram dois grupos de quatro clubes, com os dois primeiros de cada grupo avançando para fazer a semi-final e a decisão também em sede única. Na 1ª fase, o Flamengo venceu ao Palmeiras por 94 x 77, e aos mineiros Olympico (95 x 60) e Ginástico (94 x 81), avançando em 1º lugar do grupo para a semi-final, evitando assim um confronto contra a forte equipe do Amazonas, de Franca (bi-campeã brasileira em 1974 e 1975), que liderou o outro grupo, no qual o Vasco ficou em segundo, e Minas Tênis Clube, e Jóquei Clube, de Goiás, acabaram eliminados. Assim a semi-final foi entre Flamengo e Vasco, com uma fácil vitória rubro-negra por 96 x 69. Na outra semi-final, o Palmeiras venceu ao Franca por 80 x 74, reencontrando o quinteto da Gávea na partida decisiva.
Foi um jogo duríssimo. Na sua segunda participação, o Flamengo esteve bem perto de conseguir seu primeiro título nacional de basquete, mas o forte quinteto palmeirense, formado por Carioquinha, Albert de Witt, Oscar Schmidt, Gílson Trindade e Ubiratan Maciel, com o argentino González como sexto jogador, e treinado por Cláudio Mortari, derrotou ao time rubro-negro por apertados 66 x 62, ficando com o título.
1977 - Vice-campeão da Taça Brasil
Peixotinho, Pedrinho Ferrer, Zezé, George Thompson e Paulão Abdalla
Téc: Waldyr Boccardo
Banco: Rogério e Sapatão
Campanha: 94 x 77 Palmeiras (SP) / 95 x 60 Olympico (MG) / 94 x 81 Ginástico (MG) / Semi-final: 96 x 69 Vasco (RJ) / Final: 62 x 66 Palmeiras (SP)
Depois da temporada de 1977, na qual foi campeão carioca e vice-campeão brasileiro, o time não teve um bom desempenho no Carioca de 78. Assim, acabou havendo a saída de vários jogadores. George Thompson foi defender ao Clube Municipal, junto com outro norte-americano que havia sido importado pelo Flamengo para o Carioca de 78, Larry Hutch. Junto a eles, o Municipal montou uma forte equipe, com Alberto Bial, Zezé, Fioravante e Sérgio Macarrão, equipe que acabou perdendo o título estadual para o Vasco, de Bira Belo, Manteiga, Luís Brasília e Paulão Abdalla. Para este Carioca de 79, o Flamengo também tentou ousar, contratando Carioquinha, armador da Seleção Brasileira. O time do técnico Waldyr Boccardo montou um quinteto titular com Carioquinha, Bigu, Pedrinho Ferrer, Tocantins e Carlão.
No entanto, após as duas participações nas Taças Brasil de 1975 e 1977, o Flamengo só conseguiu voltar a disputar o torneio em 1982, ano no qual também voltou a conquistar o Campeonato Carioca. Mas a participação na competição nacional foi muito ruim. A 1ª fase foi disputada no Ginásio Nilton Silva, em Salvador. O time começou vencendo à A.A. Bahia e ao Minas Tênis Clube, garantindo o avanço à 2ª fase. No último jogou perdeu por 93 x 100 para o favorito Sírio, do técnico Cláudio Mortari, que jogava com o quinteto titular formado por Maury, Carioquinha, Marcel, Germán Filloy e Marquinhos Abdalla, e tinha a Paulinho Villas-Boas como sexto jogador.
Na 2ª Fase, no Ginásio do Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte, o time rubro-negro não venceu nenhuma vez, perdendo logo na estreia o jogo teoricamente mais fácil, caindo por 78 x 99 para o Ginástico. Daí em diante a missão era dificílima, e não houve jeito, caindo por 65 x 73 para o Monte Líbano, que viria a ser o campeão desta edição da Taça Brasil, e por 80 x 96 para a Francana. A fase final foi um quadrangular paulista, reunindo Monte Líbano, Franca, Sírio e São José.
1982 - 8º lugar na Taça Brasil
Time: Alberto Bial, Bigu, Pedrinho Ferrer, Mauro e Paulão Abdalla
Téc: Marcus Vasconcellos (Pingo)
Banco: Manteiga, André Guimarães, Lelo e Afonso
Campanha: 96 x 81 A.A. da Bahia (BA) / 78 x 75 Minas Tênis Clube (MG) / 93 x 100 Sírio (SP) / 78 x 99 Ginástico (MG) / 65 x 73 Monte Líbano (SP) / 80 x 96 Franca (SP)
No ano seguinte, o Flamengo voltou a participar da Taça Brasil e fez uma campanha praticamente igual. Jogou a 1ª fase em São José dos Campos, no interior de São Paulo, aonde novamente, pelo segundo ano consecutivo, garantiu a classificação automática à fase seguinte ao vencer os dois primeiros jogos, passando por 96 x 60 pelo Unicap, de Pernambuco, e por 115 x 64 pelo Minas Tênis Clube. No terceiro jogo, enfrentou ao anfitrião, por quem foi derrotado por 81 x 88.
Na 2ª fase, repetiu o desempenho do ano anterior. A diferença é que enfrentou aos dois adversários mais difíceis logo nos dois primeiros confrontos, perdendo por 88 x 101 para o Sírio, e por 80 x 92 para o Corinthians. Com as duas derrotas, não tinha mais chances de avançar ao quadrangular final. No terceiro jogo, acabou derrotado por 86 x 87 para o Ginástico, de Minas Gerais. A fase final foi mais uma vez um quadrangular todo ele paulista, reunindo Monte Líbano, Sírio, Corinthians e São José.
1983 - 7º lugar na Taça Brasil
Time: Bigu, Almir Gerônimo, Zezé, Carlão Ostermann e Paulão Abdalla
Téc: Marcus Vasconcellos (Pingo)
Banco: Pedrinho Ferrer, André Guimarães e Lelo
Campanha: 96 x 60 Unicap (PE) / 115 x 64 Minas Tênis Clube (MG) / 81 x 88 São José (SP) / 88 x 101 Sírio (SP) / 80 x 92 Corinthians (SP) / 86 x 87 Ginástico (MG)
As participações rubro-negras na Taça Brasil passaram a ser mais constantes a partir de então, tendo o clube voltado a disputar as edições de 1984, 1985, 1986, 1987 e 1988-89. Em 1984, tendo inclusive montado um supertime e entrado na briga pelo título, "furando" e sendo penetra nas fases finais que vinham sendo disputadas exclusivamente por equipes paulistas. Repetiu a estratégia de montagem de um supertime para a edição que se iniciou em 1988 e terminou em 1989, na qual chegou à fase final, um hexagonal, novamente como a única equipe que não era do estado de São Paulo. Nestas duas oportunidades esteve bem próximo de conquistar o título, mas sempre faltou algum pouquinho a mais.
A partir de 1990, foi organizado o 1º Campeonato Nacional, abandonando-se o modelo de "ilhas" (grupos disputados em sede única durante uma semana) e passando a um modelo de enfrentamento todos contra todos em turno e returno. O Flamengo também marcou presença neste campeonato de 1990. Em Taças Brasil, das 17 edições disputadas entre 1965 e 1981, foram apenas 2 participações rubro-negras, em 1975 e em 1977. A presença do clube foi constante a partir de 1982, tendo havido presença rubro-negra em todas as 7 edições do torneio disputadas dali até 1989.
Pedrinho Ferrer, ícone rubro-negro nos 1970's e 1980's
Pedrinho chegou à Gávea em 1967, e só deixou o basquete do clube em 1988. É o jogador a ter defendido o Flamengo por mais tempo na história do basquete do clube. Foi Campeão Carioca em 1975, 1977, 1982, 1984, 1985 e 1986.
Ele também defendeu o Brasil. Sua primeira convocação para a Seleção Brasileira foi para o Mundial de 1970, em Ljubljana, na Iugoslávia. Pedrinho era reserva, numa equipe que tinha como titulares a Hélio Rubens, Edvar Simões, Wlamir Marques, Menon e Ubiratan, comandados por Kanela. No banco, ao lado de Pedrinho, estavam Neto, Rosa Branca, Mosquito, José Aparecido, Sérgio Macarrão e Marquinhos Abdalla. Depois esteve na Seleção que conquistou o Campeonato Sul-Americano de 1971, equipe em que também jogava Gabriel, companheiro de Pedrinho no Flamengo. Foi a última participação de Kanela a frente do selecionado nacional, e seria também a segunda e última participação de Pedrinho.
"Entre 1965 e 1974, o Flamengo passou pelo maior jejum de títulos de sua história no basquetebol não conquistando nenhum título em dez edições do Campeonato Carioca. Nos anos 70, o ápice do Flamengo no basquete foi em 1977, quando, além de campeão carioca, o time de basquete foi vice-campeão da Taça Brasil. Mas a equipe perdeu o título nacional para o Palmeiras, de Carioquinha, Oscar Schimdt, Ubiratan e do técnico Cláudio Mortari. No Rio de Janeiro, durante esta década, o Fluminense venceu cinco campeonatos, o Vasco venceu três e o Flamengo dois, em 1975 e 1977. A hegemonia tricolor durou cinco anos consecutivos, com a conquista de um pentacampeonato (1970-1974). A base que conquistou estes títulos cariocas para o Fluminense tinha: Alberto Bial, Peixotinho, René Machado, Sérgio Macarrão e Paulão Abdalla. (...) O Vasco, que até então só tinha conquistado quatro títulos cariocas de basquete, entre 1976 e 1983 em oito campeonatos venceu seis vezes, com direito a um tetracampeonato entre 1978 e 1981. O time vascaíno contava com nomes como Manteiga, Byra Belo, Felinto, Boleta, Fernando Lima e Luís Brasília. Nos dois anos em que não foi campeão, perdeu o título para o Flamengo". (A NAÇÃO, pg. 183)
Ele estava também em 1977 quando, com Pedrinho no time, e tendo em Zezé a seu principal jogador, o Flamengo surpreendeu na Taça Brasil e venceu ao Palmeiras na primeira fase por 94 a 77 e ficou em primeiro lugar em seu grupo, o que forçou uma semi-final entre os favoritos Franca e Palmeiras. O jogo acabou vencido pelo time da capital que foi para a final contra a aguerrida turma da Gávea. O quinteto palmeirense venceu a final por 66 a 62 a assegurou o título nacional, com o Flamengo ficando com o vice-campeonato da Taça Brasil. Depois de ter sido Campeão Carioca em 1975 e 1977, Pedrinho voltou a levantar um troféu com a equipe montada para o Carioca de 82, num presságio de que o Flamengo estava prestes a voltar a aumentar seu investimento no basquete.
1982 - Campeão Carioca
Time: Alberto Bial, Bigu, Pedrinho Ferrer, Mauro e Paulão Abdalla
Time: Alberto Bial, Bigu, Pedrinho Ferrer, Mauro e Paulão Abdalla
Téc: Marcus Vasconcellos (Pingo)
Banco: Manteiga, Lelo e Carlão Ostermann
Ele também fez história na Gávea depois de abandonar as quadras: Pedrinho concorreu à Presidência do Flamengo em 2009, nas eleições mais disputadas da história do clube e que elegeram Patrícia Amorim como a primeira mulher para presidir o clube mais popular do Brasil. A eleição naquela oportunidade teve 7 candidatos: Patrícia Amorim, Delair Dumbrosck, Plinio Serpa Pinto, Lysias Itapicurú, Clóvis Sayone, Pedrinho Ferrer e João Henrique Areias.



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