Tri-Campeão Carioca de 1994-1995-1996
Depois de passar alguns anos com um volume de investimento bem baixo no time de basquete, o Flamengo voltou a apostar na montagem de um projeto maior a partir de 1994, o qual seria capitaneado por Miguel Ângelo da Luz, treinador que havia sido Campeão Mundial com a Seleção Brasileira Feminina naquele ano de 1994. O ex-jogador do Vasco em fins dos Anos 1970 e início dos Anos 1980 estava trabalhando no Olaria quando foi convidado para assumir à Seleção Feminina. Era uma história no mínimo curiosa, porque na História da Seleção Brasileira Masculina todos os grandes títulos haviam sido conquistados sobre o comando de técnicos de basquete do Rio de Janeiro, como foi com Kanela quando o Brasil foi Campeão Mundial de 1959 e 1963, assim como foi Vice-campeão Mundial em 1970, e nas Medalhas de Bronze nas Olimpíadas de 1960 e 1964; e com Ary Vidal na conquista da Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1987 (a exceção, é justo mencionar, foi a conquista da Medalha de Bronze nas Olimpíadas de 1948, quando o técnico era o paulista Moacyr Daiuto). Pois bem, no basquete feminino, a Seleção Brasileira vinha desde os Anos 1980 com uma geração fantástica, com Hortência Marcari, Magic Paula e Janeth Arcain, mas que sob treinadores paulistas não conquistava grandes títulos (embora tenha sido Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1991, não tinha grande sorte em Mundiais e Olimpíadas). Pois bem, quando foi anunciado o pouco conhecido Miguel Ângelo como novo treinador, a gritaria foi enorme, um nome sem experiência no feminino e oriundo do menos desenvolvido basquete carioca. Mas não é que foi sob seu comando que aquele fantástico time de mulheres foi Campeão Mundial em 1994 e Medalha de Prata nas Olimpíadas de 1996 (eternamente, sempre foi minimizada a sua importância nestas conquistas, pois "a geração já estava madura", mas o fato é que mundialmente não havia conseguido nenhum resultado expressivo até então).
Isto tudo para introduzir o nome em torno do qual giraria o novo projeto de basquete rubro-negro, e com um treinador que até então não tinha laços fortes na Gávea. A montagem do elenco girou em volta de uma geração de jovens que havia despontado na base rubro-negra na segunda metade da década de 80, que contava para o jogo de perímetro com Alberto, Bento e Marx, e para o jogo de garrafão com Marcelão e Gema, este último o único deles que havia conseguido projeção no basquete paulista, e que acumulava convocação para disputar Campeonato Sul-Americano pela Seleção Brasileira. Para fortalecer ao projeto, foi contratado também Carlos Henrique Nascimento, o Olívia, irmão mais velho de Carlos Alexandre Nascimento, o Olivinha, o "Deus da Raça", jogador que viria a ser um ícone do basquete rubro-negro nos Anos 2010. O pivô Olívia havia sido formado pelo Sírio, clube da capital paulista, de onde migrou para a Gávea, e já acumulava passagens pela Seleção Brasileira junto a Gema na disputa do Campeonato Sul-Americano. Outro nome que regressava à Gávea era o ala Almir Gerônimo, um jogador que tinha grande identidade com a torcida pela raça e pela entrega dentro de quadra. Após passagem de sucesso pelo Rio Claro, do interior paulista, junto a Ary Vidal e a outro velho conhecido dos flamenguistas, o armador João Baptista, havia sido campeão brasileiro em 1994 com o time do Corinthians de Santa Cruz do Sul. Complementarmente a isto, para dar mais poder ao time, a cada temporada foram contratados alguns norte-americanos. Este era o projeto do FlaBasquete para voltar a crescer.
Nos três anos do Tri-campeonato Carioca conquistado em 1994-1995-1996, o adversário na final foi o Tijuca Tênis Clube. Em 1994, a série final, jogada no Ginásio do Grajaú Country Clube, foi vencida pelo Flamengo por 3-0, com vitórias por 98 x 93, 102 x 91 e 105 x 80. A equipe tijucana tinha aos norte-americanos Devon Lake e Anthony White, a três jogadores que tinham passado pela Gávea (Mauro, Carlão Ostermann e Zé Mauro) e mais a principal estrela do basquete carioca na primeira metade dos Anos 1990, o ala Alexey Carvalho, revelado pelo Vasco.
Em 1995, o time rubro-negro ficou ainda mais dominante no basquete da cidade quando contratou como reforço justamente a Alexey, que era o melhor jogador carioca de basquete naquela geração. A final foi novamente contra o Tijuca Tênis Clube, e mais uma vez disputada no Ginásio do Grajaú Country Clube. No time tijucano, agora treinado por Emmanuel Bonfim, estavam os jovens Marcelinho Machado e Léo Figueiró, além de nomes experientes no cenário carioca, como André Guimarães, Carlão Ostermann e Orelha. O time rubro-negro fechou a série vencendo por 3-0 com uma vitória por 69 x 66.
Para o Campeonato Carioca de 1996 o investimento aumentou, com um garrafão formado por Olívia e Gema, e com a contratação de dois norte-americanos que tinham tido maior destaque no cenário nacional. Um deles, contratado ao Corinthians de Santa Cruz do Sul (onde foi campeão brasileiro de 94) regressava à Gávea, onde já havia estado naquele mesmo ano de 1994: Alvin Fredericks. O outro era Brent Merrit, que havia se destacado no Campeonato Paulista com o time do Guaru, da cidade de Guarulhos, na região metropolitana da capital paulista.
Após passar pelo Fluminense, do técnico Alberto Bial, na semi-final por 3-1 - com Brent fazendo 38 pontos na primeira partida, 36 na segunda, 22 na terceira, e 29 na última - o time voltou a enfrentar na decisão do campeonato, pelo terceiro ano consecutivo, ao Tijuca Tênis Clube - de Marcelinho Machado, Espiga e Marcionílio, e do técnico Emmanuel Bonfim -. A série final foi disputada no Maracanãzinho e atraiu bons públicos. O Flamengo venceu por 3-0, com vitórias por 96 x 87 (28 pontos de Brent e 22 de Alvin), 85 x 72 (31 pontos de Alvin, e só 10 de Brent), e 96 x 95 (partida na qual só conseguiu passar a frente no marcador quando faltavam 1 minuto e 45 segundos para o fim do jogo, e com Alvin marcando 31 pontos e Brent anotando 28, de forma que os dois norte-americanos somaram 59 dos 96 pontos rubro-negros na noite). Mengão Tri-Campeão Carioca!
1994 - Campeão Carioca
Time: Alberto, Almir Gerônimo, Alvin Fredericks, Johnny Walker e Marcelão
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Sexto jogador: Marx
1995 - Bi-campeão Carioca
Time: Alberto, Bento, Derrick Johnson, Alexey Carvalho e Leon Jones
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Sexto jogador: Olívia
1996 - Tri-campeão Carioca
Time: Alberto, Brent Merrit, Alvin Fredericks, Gema e Olívia
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Sexto jogador: Bento
Foi com estas equipes que o Flamengo voltou ao cenário nacional do basquete. Regressou para a disputa do Campeonato de 1995. Naquele ano o torneio foi disputado por 21 clubes, que foram divididos em dois grupos, um com 10 e outro com 11 (o rubro-negro). Todos se enfrentavam em turno e returno, com os oito primeiros colocados avançando à fase de mata-mata a partir das oitavas de final. O time terminou em 5º lugar, avançando atrás dos quatro paulistas mais fortes do grupo - CESP/Rio Claro, Palmeiras, SABESP/Franca e Nosso Clube de Limeira - e a frente dos também paulistas Sírio e Telesp, e do Akros/Joinville, de Santa Catarina, do Tijuca Tênis Clube, do Ponta Grossa, do Paraná, e do Uberlândia, de Minas Gerais. Na 1ª fase, em 20 jogos, venceu 11 e perdeu 9. Nas oitavas, acabou eliminado pelo gaúcho Corinthians de Santa Cruz do Sul. Depois de perder a primeira partida no Rio por 106 x 110, não teve forçar para reagir, perdendo a série por 3-0.
1995 - 12º lugar na Liga Nacional
Time: Alberto, Almir Gerônimo, Alvin Fredericks, Johnny Walker e Marcelão
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Banco: Bento
Para a temporada de 1996 o time chegou mais fortalecido, e fez uma campanha melhor. O modelo de disputa mudou, e o torneio reuniu a 12 clubes na Fase Regular, sem divisão de grupos e se enfrentando em ida e volta para definir os oito classificados que avançavam às quartas de final. Entre os oito primeiros colocados ao fim da 1ª fase, apenas dois não eram paulistas: o Corinthians de Santa Cruz do Sul, que terminou em 3º lugar, e o Flamengo, que terminou em 5º lugar. Em 22 jogos, obteve 13 vitórias e 9 derrotas, tendo o time rubro-negro terminado atrás também do Corinthians paulista, de Oscar Schmidt, do Rio Claro, e do Franca, e conseguindo ficar a frente de Mogi, Guaru e Nosso Clube de Limeira. Foram eliminados nesta primeira fase as equipes mineiras do Ginástico e do Minas Tênis Clube, a catarinense do Joinville, e a paranaense do Ponta Grossa. A maior atuação rubro-negra nesta primeira fase foi na vitória, em casa, por 96 x 90 sobre o Corinthians, de Oscar, que viria a ser o campeão daquela edição. A missão rubro-negra nas quartas de final, em melhor de três jogos, era dificílima, contra a equipe da COSESP/Franca. Com muito suor, o time rubro-negro conseguiu superar aos francanos no primeiro jogo no Rio de Janeiro, vencendo por 91 x 90, mas depois foi duas vezes derrotado no Ginásio Pedrocão, por 97 x 106 e 106 x 111, dando adeus à competição, mas no saldo com uma muito boa participação.
1996 - 5º lugar na Liga Nacional
Time: Alberto, Anray Stewart, Alexey Carvalho, Olívia e Leon Jones
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Banco: Bento, Joel Vicari e Marcelão
A partir deste trabalho, o Flamengo engrenou a uma sequência de boas participações visando uma evolução que o permitisse aspirar ao título brasileiro de basquete, figurando na parte de cima da tabela constantemente entre 1997 e 2004.
A Ambição com a Liga Nacional
A obsessão do basquete na Gávea nos Anos 1990 era obter o título da Liga Nacional. O Flamengo havia sido vice-campeão da Taça Brasil primeiro em 1977 e depois na temporada 1984/85, e esteve na luta pelo título da temporada 1988/89. Depois de haver participado da 1ª edição da Liga Nacional, em 1990, o Flamengo ficou de fora do cenário nacional de 1991 até 1994. Quando retornou, em 1995, terminou o torneio em 12º lugar, na participação menos significativa em competições nacionais em toda a história do clube.
O projeto de retomada do basquete rubro-negro começou com a aposta no time montado e comandado por Miguel Ângelo da Luz, que foi Tri-campeão Carioca em 1994-1995-1996. Foi uma evolução gradativa em cada um destes três anos, alcançando o melhor deste período no último ano, com um grande time cujas grandes estrelas eram os norte-americanos Alvin e Brent. Mas na Liga Nacional de 1997, esta equipe repetiu o patamar do ano anterior ao ir apenas até as quartas de final, terminando em 7º lugar (na edição de 96 havia terminado em 5º). Nos 22 jogos disputados na Fase Regular, venceu 12 e perdeu 10. Se no ano anterior seu algoz nesta fase havia sido o Corinthians gaúcho, desta vez a queda seria perante o original, o Corinthians paulista, de Oscar Schmidt, Paulinho Villas-Boas e Gérson Victalino. O time rubro-negro venceu a primeira partida, no Rio de Janeiro, por 116 x 114. Depois perdeu as duas disputadas na capital paulista, por 84 x 104 e por 101 x 107. As quartas de final eram o paradigma a ser superado, já que o Flamengo só conseguiria chegar até esta fase nas edições de 1996, 1997, 1998 e 1999.
1997 - 6º lugar na Liga Nacional
Time: Alberto, Brent Merrit, Alvin Fredericks, Olivia e Gema
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Time: Alberto, Brent Merrit, Alvin Fredericks, Olivia e Gema
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Sexto jogador: Efigênio
Para a temporada de 1998, a aposta da diretoria rubro-negra foi um degrau mais alto, com as contratações do técnico Ary Vidal, com sua vasta experiência de Seleção Brasileira, e do norte-americano Marc Brown. A dupla tinha sido vice-campeã da Liga Nacional com o Corinthians de Santa Cruz do Sul nas temporadas de 1996 e 1997. E junto a eles, mostrando o quanto o Flamengo estava disposto a ver seu basquete mais perto da ponta a nível nacional, foi contratado o ala Fernando Minucci, principal pontuador do Franca e da Seleção Brasileira naquele momento. Além deles, foi mantida a dupla de pivôs - Olívia e Gema - e foi guardada uma vaga no elenco para um outro norte-americano. Com Ken Redfield na ala, aquele time foi vice-campeão carioca, superando ao Fluminense, do técnico Miguel Ângelo da Luz, de Marcelinho Machado, e dos norte-americanos Shanderic Downs e Cliff Morgan, mas perdeu a final para o Vasco, do técnico Alberto Bial, do norte-americano Charles Byrd, e de Alexey e João Baptista. Perdeu a série final por 3-2, vencendo o primeiro e o quarto jogos da série, mas caindo no derradeiro por 88 x 94.
Para a disputa do campeonato nacional, trocou Ken Redfield por outro norte-americano, Steve Worthy, mas ainda assim não conseguiu atingir a sua meta. A expectativa era conseguir pelo menos uma vaga na semi-final. A caminhada começou promissora, e na 1ª rodada o Flamengo conseguiu uma imponente vitória por 111 x 94 sobre o Franca em pleno Ginásio Pedrocão. E nos dois primeiros jogos em casa, no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, venceu ao COC/Ribeirão Preto (113 x 98) e ao Corinthians (111 x 86). Mas apesar do otimismo inicial, o projeto voltou a fracassar: chegou às quartas de final mais uma vez, não obtendo o objetivo traçado. O torneio reuniu 14 equipes, na 1ª Fase teve 26 jogos, nos quais o Flamengo venceu 13 e perdeu 13. Frustrada a diretoria decidiu encerrar o projeto ainda antes do fim, demitindo Ary Vidal, e colocando o ex-jogador Peixotinho para comandar à equipe na reta final. Nas quartas, o time pegou pela frente o poderosíssimo COC/Ribeirão Preto, que era treinado por Guerrinha, e que tinha um quinteto fantástico, sobretudo pela presença do ex-jogador da NBA, ex-Los Angeles Lakers, Wes Mattews, mas fortíssimo também pelo tiro certeiro do outro norte-americano, Jeffty Connely, além de Zanon, Vanderlei Mazzuchini, Janjão e Josuel. Mas o time rubro-negro vendeu caro a derrota. Após deixar a série melhor de três empatada em 1-1, caiu no jogo decisivo, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, por apenas um ponto de diferença, numa partida só decidida nos segundos finais, com derrota rubro-negra por 78 x 79. Aquele timaço do técnico Guerrinha acabaria perdendo a final para o Franca, do técnico Hélio Rubens.
1998 - 8º lugar na Liga Nacional
Time: Marc Brown, Fernando Minucci, Steve Worthy, Olivia e Gema
Téc: Ary Vidal
Téc: Ary Vidal
Banco: Dedé Barbosa e Macetão
Campanha: 111 x 94 Franca (f) / 99 x 113 Rio Claro (f) / 113 x 98 Ribeirão Preto (c) / 111 x 86 Corinthians (c) / 99 x 80 Joinville (f) / 77 x 73 Londrina (f) / 91 x 89 Pinheiros (f) / 101 x 112 Barueri (c) / 76 x 85 Palmeiras (c) / 79 x 67 Minas (c) / 89 x 100 Mogi (f) / 75 x 85 Tijuca (n) / 106 x 115 Vasco (n) / 72 x 88 Franca (c) / 91 x 99 Rio Claro (c) / 90 x 100 Ribeirão Preto (f) / 68 x 69 Corinthians (f) / 93 x 98 Joinville (c) / 106 x 80 Londrina (c) / 101 x 81 Pinheiros (c) / 121 x 123 Barueri (f) / 91 x 82 Palmeiras (f) / 87 x 86 Minas (f) / 88 x 86 Mogi (c) / 91 x 71 Tijuca (n) / 96 x 101 Vasco (n) / Quartas: 76 x 93 Ribeirão Preto (c) / 97 x 93 Ribeirão Preto (f) / 78 x 79 Ribeirão Preto (f)
Buscando evoluir um pouco mais na temporada de 1998/99 frente ao trabalho das anteriores, o Flamengo tentou uma nova contratação massiva ousada, com as que havia feito nas temporadas de 1984/85 com Nilo, Carioquinha, Marcelo Vido, Filloy e Marquinhos, e de 1988/89 com Maury, Cadum, Paulinho Villas Boas, Pipoka e Gérson Victalino(ainda que os dois últimos não tivessem efetivamente jogado pelo clube daquela vez). Pois bem, desta vez um deles iria efetivamente jogar pelo clube. Depois do fracasso na temporada 1997/98, o clube não desistiu, desmontou o time, dispensando-o inteiro, e remontou ainda mais forte, com quatro contratações de peso: chegaram à Gávea, para vestir rubro-negro, quatro jogadores de Seleção Brasileira, tendo sido contratado o trio Ratto, Caio Cazziolatto e Pipoka, do Mogi, principais nomes da equipe campeã paulista de 1996 por aquele clube, e mais o ala Vanderlei Mazzuchini. O técnico escolhido foi Zé Boquinha, que tinha dirigido aquele time da temporada 88/89, e que era o único não ligado ao basquete carioca a haver treinado o Flamengo até então na história.
A peça final foi a escolha dos norte-americanos Kendrick Warren e Askia Jones, este último que veio a ser o principal pontuador da equipe que se sagrou campeã carioca de 98, com uma vitória fantástica por 3-2 na série final sobre o Vasco, do técnico Alberto Bial, que tinha a Charles Byrd, Demétrius Ferracciú, Rogério Klafke e ao dominicano Jose Vargas. Entretanto, após a conquista, Askia Jones não ficou para a Liga Nacional, aceitando proposta do basquete venezuelano, para onde foi e onde ficou muitos anos, tendo vindo a naturalizar-se e a defender à Seleção da Venezuela. Para a competição nacional, ele foi substituído com a contratação do também norte-americano Marlon Anderson, que estava jogando pelo Rio Claro. O objetivo - embora todos dissessem que o time tinha condições de ser campeão brasileiro - era, mais uma vez, conseguir ao menos a classificação para a semi-final. A meta parecia que seria alcançada quando a equipe terminou a 1ª Fase em 4º lugar, tendo vencido 18 de seus 26 jogos. Avançou assim às quartas de final para enfrentar ao Franca, que era o então bi-campeão nacional, mas havia perdido três de seus principais jogadores para o Vasco (aqueles derrotados na final do Carioca de 98 pelo Flamengo: Demétrius, Rogério e Vargas). Apesar de haver terminado em 5º lugar, com 4 vitórias a menos do que o time rubro-negro, a formação francana ainda era forte, com Helinho, Chuí e Sandro Varejão. Embora tivesse feito melhor campanha, o time rubro-negro, na Fase Regular, havia perdido para o Franca nos dois jogos de confronto direto. E voltou a ser no mata-mata, fechada a série em 3-1 em favor do adversário, ruindo assim mais uma vez o sonho flamenguista. Aquele time do Franca acabaria vindo a se tornar tri-campeão nacional.
1999 - 5º lugar na Liga Nacional
Time: Ratto, Caio Cazziolato, Vanderlei Mazzuchini, Kendrick Warren e Pipoka
Téc: Zé Boquinha
Téc: Zé Boquinha
Banco: Alberto, Marlon Anderson, Tonico e Marcelão
Campanha: 95 x 105 Barueri (f) / 84 x 82 Pinheiros (f) / 89 x 87 Ulbra (c) / 124 x 74 Corinthians de Santa Cruz do Sul (c) / 100 x 82 Londrina (f) / 84 x 89 Franca (c) / 102 x 100 Ribeirão Preto (f) / 80 x 84 Mogi (f) / 81 x 69 Santo André (c) / 84 x 78 Uberlândia (c) / 89 x 88 Botafogo (n) / 83 x 77 Vasco (n) / 92 x 76 Bauru (c) / 87 x 89 Barueri (c) / 103 x 81 Pinheiros (c) / 97 x 94 Ulbra (f) / 74 x 63 Corinthians de Santa Cruz do Sul (f) / 103 x 90 Londrina (c) / 94 x 98 Franca (f) / 85 x 76 Ribeirão Preto (c) / 82 x 80 Mogi (c) / 114 x 105 Santo André (f) / 89 x 93 Uberlândia (f) / 94 x 79 Botafogo (n) / 73 x 82 Vasco (n) / 83 x 88 Bauru (f) / Quartas: 87 x 89 Franca (f) / 74 x 85 Franca (c) / 76 x 67 Franca (c) / 90 x 99 Franca (f)
A obsessão continuava. Apesar da frustração em mais uma vez fracassar em sua meta de ir além das quartas de final, a intenção era seguir crescendo. E desta vez o projeto foi o de manter a base do ano anterior, e reforçá-lo. A ousadia da cartada seguinte foi a de contratar o maior ícone do basquete brasileiro nos Anos 1980 e 1990, o já veterano Oscar Schimdt, maior pontuador da história deste esporte no Brasil, e junto a ele chegou à Gávea a trupe que o acompanhava desde que ele havia regressado do basquete europeu, tendo defendido a Corinthians (Campeão Brasileiro de 1996), Barueri e Mackenzie (Campeão Paulista de 1998). Este pacote contava com o técnico Cláudio Mortari, o norte-americano Robyn Davis, o veterano Paulinho Villas-Boas (que voltava à Gávea, onde havia estado na temporada 1988/89), o armador Duda (que não é o Duda Machado, irmão do Marcelinho) e Josuel, pivô da Seleção Brasileira. Além de manter seus três principais jogadores - Ratto, Caio e Pipoka - e contar um time inteiro novo - Duda, Robyn Davis, Villas-Boas, Oscar e Josuel - sob o comando de um dos técnicos mais experientes do cenário nacional - Mortari - o clube ainda foi atrás de contratar um jogador a mais: Greg Newton, pivô da Seleção do Canadá.
O time largou muito bem, obtendo 6 vitórias consecutivas. No 1º turno, dos 13 jogos que disputou, venceu 10 e perdeu apenas três (fora de casa para Uberlândia e Mogi, e o clássico contra o Botafogo, que tinha a Marcelinho Machado). No 2º turno, perdeu fora de casa para Casa Branca e Bauru, voltou a perder para Uberlândia e Mogi (desta vez jogando em casa), e perdeu o clássico para o Vasco. Terminou a Fase Regular em 3º lugar, com 18 vitórias e 8 derrotas nas 26 partidas disputadas. No mata-mata, sofreu nas quartas de final após perder o terceiro jogo da série, em casa, para o Casa Branca, mas conseguiu virar e fechar a série em 3-2 a seu favor. Na semi-final, enfrentou ao Uberlândia, para quem havia perdido duas vezes na 1ª fase. O time do técnico Carioquinha contava com dois norte-americanos que tinham passado pela Gávea, Marc Brown e Ken Redfield. Desta vez, porém, passou sem sustos, vencendo duas vezes como visitante, fechando a série em 3-0 e se habilitando para encarar ao Vasco na finalíssima. O sonho do título nunca havia estado tão próximo!
Mas o time foi vice-campeão brasileiro, perdendo a final para os vascaínos: "o Flamengo perdeu a série final por 3 a 1 para um timaço do Vasco, que tinha Helinho, Charles Byrd, Demétrius, Rogério Klafke, Sandro Varejão e o dominicano Jose Vargas, sob o comando técnico do experiente Hélio Rubens, tricampeão brasileiro com o Franca em 1997/98/99 e bicampeão com o Vasco em 2000/01. Hélio foi, portanto, cinco vezes consecutivas campeão da Liga Nacional, título que já havia conquistado outras três vezes com o Franca (1990, 1991 e 1993) e que voltou a vencer com o Uberlândia, de Minas Gerais, em 2004. Aquele time do Flamengo não foi batido, portanto, por qualquer um; aquele time vascaíno era sensacional. Tanto que, além de bicampeão da Liga Nacional, foi bicampeão do Campeonato Sul-Americano de Clubes (1998/99), bicampeão da Liga Sul-Americana (1999/2000) e ainda foi vice-campeão do McDonalds Open de 1999, indo à final depois de vencer ao campeão europeu, o Zalgiris Kaunas, da Lituânia, e só tendo sido vencido na final pelo San Antonio Spurs, da NBA". (A NAÇÃO, pg. 187)
2000 - Vice-Campeão da Liga Nacional
Time: Ratto, Robyn Davis, Oscar Schmidt, Pipoka e Josuel
Téc: Cláudio Mortari
Téc: Cláudio Mortari
Banco: Duda, Caio Cazziolato, Paulinho Villas-Boas e Greg Newton
Campanha: 83 x 70 Casa Branca (c) / 115 x 111 Vasco Barueri (f) / 108 x 97 Hebraica (f) / 119 x 108 Ipiranga (c) / 82 x 80 Corínthians de Santa Cruz do Sul (c) / 96 x 91 Franca (c) / 103 x 122 Uberlândia (f) / 105 x 92 Ribeirão Preto (f) / 86 x 113 Mogi (f) / 107 x 100 Bauru (c) / 123 x 113 Londrina (c) / 102 x 92 Vasco (n) / 102 x 108 Botafogo (n) / 91 x 96 Casa Branca (f) / 106 x 102 Vasco Barueri (c) / 90 x 84 Hebraica (c) / 105 x 93 Ipiranga (f) / 99 x 89 Corínthians de Santa Cruz do Sul (f) / 127 x 128 Uberlândia (c) / 113 x 101 Franca (f) / 94 x 86 Ribeirão Preto (c) / 93 x 104 Mogi (c) / 92 x 98 Bauru (f) / 92 x 79 Londrina (f) / 102 x 110 Vasco (n) / 95 x 85 Botafogo (n) / Quartas: 87 x 89 Casa Branca (f) / 99 x 80 Casa Branca (c) / 77 x 82 Casa Branca (c) / 83 x 78 Casa Branca (f) / 127 x 104 Casa Branca (c) / Semi-final: 90 x 79 Uberlândia (c) / 107 x 102 Uberlândia (f) / 108 x 101 Uberlândia (f) / Final: 105 x 114 Vasco / 88 x 108 Vasco / 115 x 103 Vasco / 103 x 110 Vasco
Após a frustração da derrota para o Vasco, o Flamengo seguiu tentando organizar projetos fortes, capazes de lhe colocar na ponta do cenário nacional, mas seu desempenho na principal competição nacional em 2001, 2002 e 2003 foi de resultados bastante medianos, sempre parando nas quartas de final. Em 2001 perdeu a série de quartas para o Franca por 3-1. Em 2002, foi varrido, eliminado por 3-0 pelo COC/Ribeirão Preto. Em 2003, foi novamente varrido, caindo por 3-0 para o Minas Tênis Clube.
2001 - 7º lugar na Liga Nacional
Time: Ratto, Robyn Davis, Oscar Schmidt, Pipoka e Josuel
Téc: Cláudio Mortari
Téc: Cláudio Mortari
Banco: Ricardinho, Caio Cazziolato e Olívia
2002 - 8º lugar na Liga Nacional
Time: Ratto, Dedé Barbosa, Oscar Schmidt, Aylton e Janjão
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Time: Ratto, Dedé Barbosa, Oscar Schmidt, Aylton e Janjão
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Banco: Olivinha, Léo Figueiró e Olívia
2003 - 7º lugar na Liga Nacional
Time: Ricardinho, Alberto, Oscar Schmidt, Olivinha e Gema
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Time: Ricardinho, Alberto, Oscar Schmidt, Olivinha e Gema
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Sexto jogador: Olívia
Até que em 2004, com um time renovado, o Flamengo surpreendeu. A diretoria apostou na volta de um treinador veterano, mas de bastante história no basquete rubro-negro: Emmanuel Bonfim, técnico 7 vezes campeão carioca em 1980, 1981 e 1983 com o Vasco, em 1985 1986 foi bi com o Flamengo, em 1989 com o Vasco e em 1990 com o Flamengo. O treinador fez um excelente trabalho! Além de velhos conhecidos como o norte-americano Marc Brown e a dupla de pivôs Olívia e Gema, reforçou-se com Leandro Salgueiro, do Vasco, Adriano, do Araraquara e Charles Lopes, do Limeira.
O Flamengo foi o líder do campeonato da 1ª rodada do Turno até a 4ª rodada do Returno. Terminou a 1ª Fase em 2º lugar. Aquele representava o melhor desempenho rubro-negro na fase regular na história do Campeonato Nacional de Basquete. Nas quartas de final, venceu sem sustos ao time de Ribeirão Preto com uma varrida de 3-0 na série. Já a semi-final, contra o Ajax, de Goiás, foi bem mais dura. Mas pior, foi bastante confusa. O time rubro-negro tinha a série em 2-1 a seu favor. No quarto jogo o árbitro havia validado uma cesta de três pontos no segundo final que dava a vitória ao Flamengo, que então fecharia a série em 3 a 1. Pressionado por dirigentes do Ajax no vestiário, voltou à quadra e anulou a cesta, levando a série ao quinto jogo. O campeonato se paralisou. Só depois de uma posição da Justiça Desportiva realizou-se a quinta partida, que o Flamengo venceu (97 x 85 em casa). Avançou assim à final, na qual acabou atropelado pelo Uberlândia, que descansava para a final longe da confusão. O time mineiro, como o Vasco em 2000, era comandado pelo técnico Hélio Rubens, e fechou a série com uma varrida de 3-0 a seu favor.
2004 - Vice-Campeão da Liga Nacional
Time: Marc Brown, Leandro Salgueiro, Olivinha, Mãozão e Gema
Time: Marc Brown, Leandro Salgueiro, Olivinha, Mãozão e Gema
Téc: Emmanuel Bonfim
Banco: Alberto, Duda Machado e Olívia
Campanha: 74 x 69 Paulistano (c) / 86 x 73 Ulbra (c) / 89 x 78 Londrina (c) / 103 x 86 URB (c) / 91 x 84 Brasília (c) / 76 x 81 Ribeirão Preto (f) / 95 x 94 Franca (f) / 112 x 103 Ajax (c) / 92 x 84 Corinthians-Mogi (c) / 87 x 68 Tijuca (n) / 72 x 66 Automóvel Clube de Campos (c) / 89 x 72 Araraquara (f) / 90 x 84 Casa Branca (f) / 71 x 90 Uberlândia (c) / 70 x 86 Minas (c) / 84 x 66 Ulbra (f) / 72 x 73 Paulistano (f) / 74 x 76 Corinthians-Mogi (f) / 93 x 84 Londrina (f) / 76 x 77 URB (f) / 114 x 87 Ribeirão Preto (c) / 96 x 85 Franca (c) / 92 x 87 Casa Branca (c) / 77 x 69 Uberlândia (f) / 86 x 85 Ajax (f) / 89 x 84 Brasília (f) / 76 x 69 Tijuca (n) / 66 x 73 Automóvel Clube de Campos (f) / 99 x 88 Minas (f) / 95 x 82 Araraquara (c) / Quartas: 91 x 84 Ribeirão Preto (f) / 76 x 72 Ribeirão Preto (c) / 97 x 85 Ribeirão Preto (c) / Semi-final: 85 x 83 Ajax (f) / 75 x 95 Ajax (c) / 110 x 101 Ajax (c) / 76 x 78 Ajax (f) / 97 x 85 Ajax (c) / Final: 69 x 80 Uberlândia (c) / 74 x 112 Uberlândia (f) / 66 x 81 Uberlândia (f)
Campanha: 74 x 69 Paulistano (c) / 86 x 73 Ulbra (c) / 89 x 78 Londrina (c) / 103 x 86 URB (c) / 91 x 84 Brasília (c) / 76 x 81 Ribeirão Preto (f) / 95 x 94 Franca (f) / 112 x 103 Ajax (c) / 92 x 84 Corinthians-Mogi (c) / 87 x 68 Tijuca (n) / 72 x 66 Automóvel Clube de Campos (c) / 89 x 72 Araraquara (f) / 90 x 84 Casa Branca (f) / 71 x 90 Uberlândia (c) / 70 x 86 Minas (c) / 84 x 66 Ulbra (f) / 72 x 73 Paulistano (f) / 74 x 76 Corinthians-Mogi (f) / 93 x 84 Londrina (f) / 76 x 77 URB (f) / 114 x 87 Ribeirão Preto (c) / 96 x 85 Franca (c) / 92 x 87 Casa Branca (c) / 77 x 69 Uberlândia (f) / 86 x 85 Ajax (f) / 89 x 84 Brasília (f) / 76 x 69 Tijuca (n) / 66 x 73 Automóvel Clube de Campos (f) / 99 x 88 Minas (f) / 95 x 82 Araraquara (c) / Quartas: 91 x 84 Ribeirão Preto (f) / 76 x 72 Ribeirão Preto (c) / 97 x 85 Ribeirão Preto (c) / Semi-final: 85 x 83 Ajax (f) / 75 x 95 Ajax (c) / 110 x 101 Ajax (c) / 76 x 78 Ajax (f) / 97 x 85 Ajax (c) / Final: 69 x 80 Uberlândia (c) / 74 x 112 Uberlândia (f) / 66 x 81 Uberlândia (f)
Após tanta confusão e muita reclamação contra a arbitragem nacional, a diretoria rubro-negra se frustrou e, desapontada, decidiu desistir do investimento no basquete masculino. Temporariamente o sonho do título nacional foi deixado de lado, e poderia nunca ter se realizado, pois o basquete rubro-negro chegou a ser pela primeira vez em sua história encerrado, ficando de fora do Campeonato Carioca de 2004, o primeiro na história do esporte na cidade a não ter tido a participação de nenhum dos quatro mais tradicionais clubes de futebol do Rio de Janeiro: nem Vasco, Fluminense e Botafogo, nem o Flamengo, participaram da competição naquele ano. Felizmente, em 2005, como tinha conquistado o direito de disputar a Liga Sul-Americana daquele ano, a diretoria decidiu remontar o time, reiniciando seu projeto de basquete inicialmente em base bem mais modestas. Felizmente, pois já a partir de 2005 o FlaBasquete iniciaria uma série infindável de títulos consecutivos do Campeonato Carioca, e viria a ser várias vezes Campeão Brasileiro (realizando, enfim, a seu sonho), Campeão Sul-Americano, das Américas e Mundial (indo muito além do que sonhava), vivendo a Era de Ouro do Basquete Rubro-Negro. Ainda mais teve a honra de haver sido convidado para jogos contra franquias da NBA.
O Ídolo Veterano: OSCAR SCHMIDT
O maior ícone da história do basquete brasileiro, Oscar Daniel Bezerra Schmidt, o "Mão Santa", nasceu em Natal, no Rio Grande do Norte, em 16 de fevereiro de 1958. Ele chegou ao Flamengo já veteraníssimo, tendo feito sua estreia com a camisa rubro-negra em 8 de setembro de 1999, portanto, quando já tinha 41 anos. Ainda assim encontrou tempo para fazer história, tendo ficado na Gávea durante 4 temporadas: 1999-2000, 2000-2001, 2001-2002 e 2002-2003.
Carreira: 1974-78 Palmeiras (SP), 1979-82 Sirio (SP), 1983-90 Caserta (Itália), 1990-93 Pavia (Itália), 1993-95 Valladollid (Espanha), 1995-97 Corinthians (SP), 1997-98 Bandeirantes Barueri (SP), 1998-99 Mackenzie (SP) e 1999-2003 Flamengo.
Sua história no esporte retrata o tamanho de Oscar para o basquete do país. Pela Seleção Brasileira ele foi 6 vezes aos Jogos Olímpicos: 1980, 1984, 1988, 1992 e 1996; e foi 4 vezes ao Campeonato Mundial: 1978, 1982, 1986 e 1990. Seu ápice com a Seleção Brasileira, entretanto, foi a Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis em 1987, quando o Brasil derrotou os Estados Unidos na final por 120 a 115, naquela que foi a primeira derrota de um time norte-americano de basquete em seu próprio território. Em Campeonatos Mundiais, das quatro vezes em que disputou, em três foi eleito para o quinteto ideal do torneio, repetindo o feito - de entrar no Quinteto Ideal do Mundial - antes conseguido pelos brasileiros Algodão, Wlamir Marques, Amaury Pasos, Menon e Ubiratan. No quinteto ideal de 78 foi eleito ao lado dos iugoslavos Dalipagic, Kicanovic e Cosic, e do pivô soviético Tkachenko. No Mundial de 86, foi eleito junto ao iugoslavo Drazen Petrovic, aos soviéticos Tikhonenko e Arvydas Sabonis, e ao lendário norte-americano David Robinson. No Mundial de 90, o quinteto ideal teve, além de Oscar, ao porto-riquenho Fico López, ao norte-americano Kenny Anderson, e aos iugoslavos Tony Kukoc e Vlade Divac. Um seletíssimos grupo de monstros sagrados da história do basquete mundial.
Por clubes, Oscar foi Campeão Mundial de 1979 com o time do Sirio, quando jogando no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, bateu na final à equipe do Bosnia Sarajevo, da Iugoslávia. Na Liga Nacional, foi o maior pontuador por 8 temporadas consecutivas, de 1996 a 2003, metade delas jogando com a camisa do Flamengo.
Quando ele chegou no basquete Flamengo, encontrou um grupo que já havia sido o Campeão Carioca de 1998. Naquele campeonato, o Vasco - de Charles Byrd, Demetrius Ferracciú, Rogério Klafle e Jose Vargas - havia vencido ao time rubro-negro no turno (83 x 90) e no returno (77 x 82), e era favoritíssimo quando os dois clubes se reencontraram na final para uma melhor de cinco jogos. O Flamengo foi derrotado no primeiro (72 x 75) mas não se entregou e venceu o segundo por 114 x 106. Quando perdeu o terceiro jogo (89 x 93), parecia que o título seria cruzmaltino. Mas, com muita garra, o time rubro-negro venceu à quarta partida 106 x 96, e à quinta por 93 x 82, sagrando-se campeão! No jogo do título, 20 pontos de Askia Jones, 18 de Kendrick Warren, 17 para Ratto e para Caio Cazziolato, e 16 de Vanderlei. Porém logo após o título a equipe perdeu o herói da conquista: o norte-americano Askia Jones rumou para o basquete da Venezuela, e sem ele o time ficou com um 5º lugar no Campeonato Nacional, atrás do então time de Oscar, o Mackenzie Barueri, que terminou na 3ª posição.
1998 - Campeão Carioca
Time: Ratto, Caio Cazziolato, Askia Jones, Kendrick Warren e Pipoka
Téc: Zé Boquinha
Banco: Alberto, Almir Gerônimo, Vanderlei Mazzuchini e Marcelão
Decepcionada com o desempenho abaixo do esperado no Campeonato Nacional de 1998, a diretoria rubro-negro buscou reformular a todo o trabalho que estava sendo feito. Foram mantidos apenas três jogadores para a temporada de 1999/2000: Ratto, Caio Cazziolato e Pipoka. E foi contratado todo o "Projeto Oscar Schimdt". Com ele, chegavam o treinador Cláudio Mortari (campeão mundial de clubes juntos a Oscar pelo Sirio, em 1979), e um grupo de jogadores do Barueri, cujos principais nomes eram o pivô da Seleção Brasileira Josuel, o norte-americano Robyn Davis, e o veterano Paulinho Villas-Boas. Era fundamental ter um grupo adaptado a um estilo de jogo com Oscar em quadra, sobretudo um treinador, pois com mais de 40 anos, Oscar não marcava mais, e compensava a debilidade defensiva com o certeiro arremesso da linha de três pontos, que fazia com que sua produção ofensiva fosse a de conversão de 30 a 40 pontos por partida. Para concluir o elenco, foi contratado o pivô canadense Greg Newton. Com esta equipe, o Flamengo aspirava o bi-campeonato carioca e brigar pelo título nacional.
A estreia de Oscar com a camisa rubro-negra foi no ginásio do Club Municipal, na rua Haddock Lobo, na Tijuca.
A estreia de OSCAR:
08/09/1999 - FLAMENGO 114 x 56 Municipal
Local: Club Municipal, na Tijuca, Rio de Janeiro
Time: Ratto (6), Caio Cazziolato (15), Robyn Davis (17), Oscar (31 pontos) e Josuel (8), Duda (3), Bento (11), Bruno Mortari (9), Paulinho Villas-Boas (8), Pipoka (2) e Alex (4). Téc: Cláudio Mortari.
A campanha no 1º turno foi muito boa, com muitas vitórias obtidas com grande facilidade - 114 x 56 Municipal, 123 x 68 Comary, 114 x 80 Fluminense, 133 x 81 Hebraica e 108 x 78 Olaria - até o primeiro grande desafio, quando na penúltima rodada o time rubro-negro foi derrotado pelo Botafogo, do técnico Emmanuel Bonfim, e com um quinteto formado por Arnaldinho, Marcelinho Machado, Farofa, Fábio Pira e Marcelão. Vitória alvi-negra por 115 x 111. Para se redimir, na última rodada venceu ao Vasco por 110 x 104. Aliás, no 2º turno também venceria à forte equipe cruzmaltima, treinada pelo portorriquenho Flor Meléndez, e que tinha a Charles Byrd, Demétrius Ferracciú, Helinho, Alexey, Rogério Klafke, Aylton, Sandro Varejão e Jose Vargas. Era um timaço o cruzmaltino.
No returno, o jogo mais apertado foi novamente contra o time botafoguense, com o Flamengo tendo vencido a seus sete jogos: 122 x 76 Municipal, 104 x 73 Comary, 93 x 71 Fluminense, 122 x 70 Hebraica, 112 x 66 Olaria, 113 x 110 Botafogo e 108 x 93 Vasco. Embalado, e com a melhor campanha, o time chegou às semi-finias para enfrentar ao Fluminense, que era treinado por Alberto Bial, e que tinha como principal jogador ao norte-americano Keith Nelson, além de nomes como Ricardinho e Espiga. Varrida rubro-negra por 3-0, com vitórias por 78 x 76, 90 x 82 e 104 x 99. Na final, o adversário foi o Botafogo, de Marcelinho Machado e Arnaldinho, que na outra semi-final conseguiu um heroico 3-2 sobre o Vasco. O time rubro-negro era bem superior, e provou isto com uma varrida por 3-0, sem muita dificuldade, ao conseguir vitórias por 100 x 89, 98 x 95 e 106 x 96.
1999 - Bi-campeão Carioca
Time: Ratto, Caio Cazziolato, Robyn Davis, Oscar Scmidt e Josuel
Téc: Cláudio Mortari
Banco: Duda, Paulinho Villas-Boas, Pipoka e Greg Newton
O principal objetivo da temporada, entretanto, era ser campeão nacional, e este título escapou, e justamente para o seu maior rival. O Vasco, após cair na semi-final do Estadual, contratou ao técnico Hélio Rubens, e manteve o mesmo elenco. O treinador mudou a cara da equipe. Flamengo e Vasco fizeram grandes campanhas e chegaram para fazer a final no Ginásio do Maracanãzinho. O 1º jogo, em 23 de junho de 2000, terminou com vitória cruzmaltina, na prorrogação, por 114 x 105. Parece que o time rubro-negro jogou no seu limite para tentar vencer ao primeiro jogo, porque na segunda partida, dois dias depois da primeira, o Vasco teve mais facilidade, vencendo por 108 x 88. A recuperação rubro-negra, para evitar uma varrida, aconteceu no terceiro jogo, no qual o time rubro-negro venceu por 115 x 103, dois dias depois do segundo duelo, diante de 7.780 pagantes no Maracanãzinho, e com 44 pontos marcados por Oscar, e com Robyn Davis tendo uma atuação defensiva majestosa para anular a Rogério Klafke, o principal pontuador vascaíno. A série, no entanto, foi fechada pelo Vasco em 30 de junho, quando venceu por 110 x 103, na prorrogação, após um empate em 91 x 91 no tempo normal, fechando em 3-1 e consolidando o seu título nacional.
No Carioca de 2000, o time sofreu uma nova derrota para o Vasco, desta vez na semi-final, com os cruzmaltinos acabando campeões, depois de bater ao Botafogo na final. Em 2001, o Vasco foi bi-campeão e o Flamengo ficou com o vice-campeonato. Embora sem obter títulos dentro de quadra em 2000 e 2001, a imagem de Oscar Schmidt, o ídolo nacional, mesmo que fosse um jogador já com 43 anos, mantinha o projeto adiante.
Aconteceu então o último título da carreira de Oscar Schmidt, o do Campeonato Carioca de 2002, e de forma surpreendente, sobre o Automóvel Clube de Campos, que com um investimento maior era o favorito para levar a taça. O Flamengo vivia a maior crise financeira de sua história após o colapso da parceria com a gigante de marketing suíça ISL. A consequência para o basquete foi um forte desinvestimento na formação do elenco. O Vasco também havia colapsado financeiramente, e após ser bi-campeão brasileiro em 2000 e 2001, havia acabado com sua equipe de basquete. Assim, o maior investimento dentre as equipes que disputaram o Carioca de 2002 era o feito pelo Automóvel Clube Fluminense, da cidade de Campos, norte do estado do Rio. O time era treinado por Cláudio Mortari, e tinha um quinteto com Danilo, Leandro Salgueiro, Paulinho Cheidde, Keith Nelson e Evandro.
2002 - Campeão Carioca
Time: Ricardinho, Alberto, Oscar Schmidt, Gema e Marcelão
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Banco: André Brazzolin, Alexey Carvalho, Olivinha e Olívia
No 1º turno, o Flamengo sofreu apenas uma derrota nos sete jogos que disputou: 103 x 93 Botafogo, 120 x 58 Jequiá, 88 x 94 Automóvel Clube, 114 x 73 Comary, 108 x 56 Macaé, 125 x 49 Caxias e 104 x 80 Vasco. No returno, novamente sofreu uma única derrota, e mais uma vez frente ao franco favorito ao título: 105 x 78 Comary, 96 x 80 Botafogo, 130 x 132 Automóvel Clube, 113 x 93 Macaé e 62 x 52 Vasco. A semi-final era melhor de três, e o time rubro-negro venceu duas vezes ao Botafogo (99 x 94 e 97 x 77) e avançou para fazer a final contra a equipe campista. O título parecia distante, mas com muita raça a equipe rubro-negra conseguiu se impor. Venceu à primeira partida no Ginásio do Tijuca Tênis Clube por 104 x 97, mas perdeu a segunda em Campos por 84 x 98. No terceiro jogo, na casa do adversário, conseguiu uma vitória por 106 x 102, e voltou para o Rio de Janeiro dependendo de uma vitória em casa para ser o campeão. Novamente no Ginásio do Tijuca, o Flamengo foi derrotado por 98 x 100 para o Automóvel Clube, impedindo o título rubro-negro, que a esta altura parecia pouco provável de ser concretizado. Porém, em Campos, o time venceu por 111 x 93, e com heroísmo deu a Oscar Schmidt o último título de sua carreira.






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