sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Passo a passo da caminhada do Flamengo no Brasileirão 2020: as decisões da 36ª à 38ª rodada

A hora de decidir o Campeonato Brasileiro de 2020! Uma sequência de batalhas épicas!

O desempenho final frente à Meta do Blog A NAÇÃO:


O Desempenho Histórico:

Campanha inferior às de 2018 e 2019, vice-campeão no primeiro e campeão por antecipação no segundo. Ainda assim, campeão de 2020! 


A HISTÓRIA NO BRASILEIRÃO 2020


Passo a passo da 1ª à 5ª Rodada


Passo a passo da 6ª à 10ª Rodada


Passo a passo da 11ª à 15ª Rodada


Passo a passo da 16ª à 20ª Rodada


Passo a passo da 21ª à 25ª Rodada


Passo a passo da 26ª à 30ª Rodada


Passo a passo da 31ª à 35ª Rodada


36ª Rodada - 14/02/2021 - Flamengo 2 x 1 Corinthians

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Willian Arão (9'1T), Léo Natel (19'1T) e Gabriel Barbosa (9'2T)

Mais uma vez o Flamengo esteve perto, mas não conseguiu assumir a liderança do Brasileiro 2020. Fez sua parte, vencendo o Corinthians, mas precisava que o Vasco, desesperado para fugir do rebaixamento à Série B, tirasse ponto do Internacional em São Januário. Perdia por 1 a 0, e teve um pênalti a seu favor aos 40 minutos do 2º tempo, mas o centroavante argentino Germán Cano chutou bisonhamente para fora. Nos acréscimos ainda tomou o segundo gol.

O Flamengo fez sua parte. Dominou amplamente o início de jogo, conseguiu um gol em cruzamento de falta escorado de cabeça por Arão para as redes, mas no primeiro ataque da equipe paulista, Arão falhou, e o empate aconteceu. Melhor, mas sem conseguir ameaçar, saiu para o intervalo com o empate. No início da segunda etapa, "achou" um novo gol: Bruno Henrique chutou, Cássio espalmou, Éverton Ribeiro cruzou para o meio e Gabigol, a frente da linha de zagueiros, mas atrás da linha da bola, empurrou para as redes, marcando o tento que garantiu os três pontos rubro-negros.

No domingo seguinte, Flamengo e Internacional se enfrentavam no Maracanã pela penúltima rodada. Uma decisão. A vitória rubro-negra colocava o Flamengo na liderança a uma rodada do fim, e uma vitória colorada lhe garantiria matematicamente o título. O São Paulo, por ter um jogo a menos (clássico contra o Palmeiras) ainda tinha chances matemáticas, precisava vencer seus três jogos e o Inter não poderia vencer nenhum dos dois que lhes restava. Era a hora da arrancada para o Flamengo voltar a gritar "É campeão!".

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla, Rodrigo Caio, Willian Arão e Filipe Luís; Gérson (Vitinho), Diego (Gustavo Henrique) Arrascaeta (Michael) e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique (Pepê) e Gabriel Barbosa (Pedro).

Téc: Rogério Ceni

Corinthians: Cássio, Fágner, Bruno Méndez, Gil e Fábio Santos; Xavier (Ramiro), Victor Cantillo (Luan), Ángelo Araos (Jô) e Romulo Otero (Roni); Gustavo Mosquito (Gabriel Pereira) e Léo Natel.

Téc: Vágner Mancini


37ª Rodada - 21/02/2021 - Flamengo 2 x 1 Internacional

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Edenílson (11'1T), Arrascaeta (28'1T) e Gabriel Barbosa (17'2T)

Jogo decisivo! Nos dias antecedentes o noticiário todo girando em torno da presença ou não de Rodinei em campo. O lateral-direito vinculado contratualmente ao Flamengo e cedido por empréstimo ao Inter, só entraria em campo, de acordo com uma cláusula do contrato de cessão, se o clube rubro-negro recebesse R$ 1 milhão. E eis que um empresário de agronegócio de Cuiabá se disponibilizou em providenciar por conta própria, de seu bolso, a quantia que garantiu a presença em campo do lateral. Em campo, se vencesse o Inter sairia do Rio de Janeiro campeão, já o Flamengo precisava da vitória para assumir a ponta pela primeira vez em todo o campeonato, repetindo 2009, quando só assumiu a liderança pela primeira vez ao fim da 37ª rodada, tendo naquela oportunidade se sagrado campeão e deixado o próprio Internacional com o vice.

A bola rolou e o Flamengo tomou conta do jogo nos momentos iniciais, porém, na primeira vez que foi ao ataque, aos 10 minutos, num cruzamento na área, Gustavo Henrique puxou a camisa do atacante Yuri Alberto para impedi-lo de chegar à bola, o árbitro viu e marcou a penalidade, que Edenílson cobrou com perfeição, no ângulo, para dar a vantagem aos colorados. O time rubro-negro dominava, mas não conseguia chegar com perigo. Na primeira vez que conseguiu furar a defesa, Bruno Henrique levou vantagem sobre Rodinei, foi ao fundo e cruzou, encontrando Arrascaeta entrando por trás da zaga para escorar de mancinho a bola que atravessou a área diagonalmente, tocou na trave e entrou, como numa tacada de sinuca. Tudo igual no placar.

Antes do intervalo, quase que os colorados marcaram de novo, Rodinei penetrou e chutou, a bola desviou em Gustavo Henrique e explodiu na forquilha da trave. Um lance de muita sorte do time rubro-negro, pois por centímetros a história teria sido mudada. O lateral estava predestinado a ser ator principal da partida. Na volta do segundo tempo, ele domina mal uma bola fácil, que lhe escapa, sobrando para Filipe Luís, que se adianta e se prepara para ir em direção ao ataque. Na tentativa de retomar a posse, Rodinei crava as travas da chuteira lateralmente no tornozelo do lateral-esquerdo rubro-negro. O árbitro assinala a falta, e é chamado pela arbitragem de vídeo para revisar o lance no monitor, para avaliar a possibilidade de uma expulsão, a qual ele acaba confirmando. Com quase todo o 2º tempo por jogar, o Flamengo passa a ter um homem a mais em campo. E Rogério Ceni é ousado, apostando alto, e imediatamente lançando ao centroavante Pedro no lugar do lateral-direito Isla. Enfim, Ceni se mostrava convencido de que BH, Pedro e Gabigol podiam sim jogar juntos, como todos clamavam, e enfim mostrando verdadeira vontade de ganhar o jogo! Como sempre disse o deus Zico: "o medo de perder não pode tirar a vontade de vencer!". Rogério Ceni enfim provava ter a determinação de campeão e de quem pensa grande! Méritos para o treinador que não sucumbiu à sua teimosia, soube escutar e soube ter personalidade para rever seus conceitos!

Aos 17 minutos, Bruno Henrique toca para Arrascaeta e ele faz um lançamento magistral no meio dos zagueiros, com perfeição, deixando Gabigol frente a frente à decisão. E o homem de personalidade diferenciada e com caráter de protagonista de momentos decisivos toca para o gol. A bola teria encaixado nas mãos do goleiro Marcelo Lomba, não tivesse levemente desviado na perna do zagueiro, tirando as chances do goleiro. De mansinho, ela foi rolando para a lateral da rede. Mengão 2 a 1!

O jogo continuou disputadíssimo e acirradíssimo, mas sem chances claras de lado a lado. Nos minutos finais, o Inter se lançou em desespero ao ataque e o Flamengo aproveitou bem em contra-ataques. Pedro roubou, driblou o goleiro e fez o terceiro que, inicialmente validado pelo juiz, no entanto, logo foi chamado pela arbitragem de vídeo para rever a jogada no monitor e apontar falta de Pedro. Logo depois, novamente o centroavante, à base de muita luta, roubou uma bola e deixou BH frente a frente ao goleiro para marcar o terceiro, mas ele mandou por cima, numa chance claríssima de ampliar a vantagem. Mas não precisou de mais. Uma virada de epopeia. Uma vitória gigante. E enfim a liderança. Num campeonato em que tinha plenas condições de já o ter conquistado havia muito, o Flamengo enfim assumia a ponta, e ainda precisaria sofrer na última rodada contra o São Paulo no Morumbi para obter o título. E em paralelo o Inter enfrentaria ao Corinthians em Porto Alegre. Um empate rubro-negro com vitória colorada deixaria ambos empatados, mas com o título sendo colorado no saldo de gols. Cada um precisava vencer e ver o outro perder.

Ao fim do jogo, a choradeira generalizada pela expulsão do jogador do milhão. Curiosamente o jogador colorado que vai às câmeras de TV desabafar (Rodrigo Dourado) - no tradicional, patético e vergonhoso vitimismo brasileiro - sobre uma conspiração em favor de um título rubro-negro, foi justamente aquele que uma semana antes marcou um gol em posição de clamoroso impedimento não anulado por uma suposta descalibragem da tecnologia de vídeo que não possibilitou uma revisão da jogada (o Flamengo já poderia ter assumido a liderança na 36ª rodada, não fosse este erro). À noite, todos os debates esportivos da televisão mostravam uma indignação do massivo jornalismo paulista em favor de alguém que não respeitavam como uma ameaça à sua hegemonia nacional (o Internacional) e contra aquele que pelo tamanho de sua torcida intrometera-se na festa de títulos paulistana (o Flamengo). Adicionalmente, a Rede Globo (também com massiva presença de jornalistas paulistas) que perdera os direitos de transmissão do Carioca de 2021 para a TV Record, demonstrava-se especialmente incomodada com o risco de não ter ao campeão brasileiro na sua grade de transmissões dos Estaduais. Horas seguidas de uma chuva de acusações, e entre muitas, várias sendo opiniões irresponsáveis e vexatórias de jogadores e dirigentes, demonstrando falta de caráter e canalhices, as quais num país minimamente sério não passariam impunes. Mas numa bagunça chamada Brasil, irresponsabilidade é premiada e não reprimida. Era hora de passar por cima de tudo e entrar em campo para vencer a batalha que ainda faltava...

Decisão não é para ser jogada, decisão é para ser vencida! Para o São Paulo, o Flamengo sofreu seus piores momentos daquela turbulenta temporada de 2020 que terminava já por meados do fim de fevereiro de 2021. O ídolo sãopaulino Rogério Ceni, depois de haver se tornado treinador, nunca havia vencido ao clube do qual se tornara ídolo. E fora eliminado pelo São Paulo duas vezes na Copa do Brasil, nas oitavas de final a frente do Fortaleza, e nas quartas de final já a frente do Flamengo. Nenhum sãopaulino queria ver o Flamengo sair campeão do Morumbi. O tricolor paulista estava atravessado na garganta tanto de todos os rubro-negros como de seu treinador. Não era hora de jogar, era hora de vencer! Pelo octacampeonato nacional, pelo raríssimo segundo título brasileiro consecutivo. Era hora dos grandes mostraram que haviam vivido para deixar seus nomes na história! Tudo se definir numa quinta-feira à noite!

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla (Pedro), Rodrigo Caio (Natan), Gustavo Henrique e Filipe Luís; Gérson, Diego (João Gomes), Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabriel Barbosa (João Lucas).

Téc: Rogério Ceni

Inter: Marcelo Lomba, Rodinei, Zé Gabriel, Lucas Ribeiro e Moisés; Rodrigo Dourado (Johnny), Edenílson, Praxedes (Heitor), Patrick (Maurício) e Caio Vidal (Thiago Galhardo); Yuri Alberto (Peglow).

Téc: Abel Braga


38ª Rodada - 25/02/2021 - Flamengo 1 x 2 São Paulo

Local: Morumbi, São Paulo (Público: 0; em função da pandemia de coronavírus)

Gols: Luciano (45+3'1T), Bruno Henrique (5'2T) e Pablo (13'2T)

Título com derrota tem um gosto estranho e diferente. Mas com e emoção que a reta final do Brasileirão 2020, o mais emocionante da história dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro, ainda teve um sabor especial. Como tudo que envolve o Flamengo, sempre, uma atmosfera totalmente diferenciada. Como uma decisão que não tem que ser jogada, tem que ser vencida, num campeonato de pontos corridos o único a ser feito é terminar a corrida com mais pontos que os rivais. Ao fim, o Flamengo perdeu para o São Paulo no Morumbi, mas o Internacional não saiu de um empate sem gols diante do Corinthians no Beira-Rio, e a tabela final apontava o Flamengo, campeão, com 71 pontos, seguido pelo Inter, vice-campeão, com 70 pontos!

O Flamengo entrou em campo dependendo apenas de si. Enfrentou a um São Paulo que lutava para garantir a última vaga brasileira direto na fase de grupos da Libertadores 2021, e que para isto precisava da vitória. E que entrava em campo debilitado nas laterais, com o espanhol Juanfran tendo pedido antecipação de seu desligamento por fim de contrato na véspera da partida, não estando pelo lado direito, e na lateral-esquerda estando sem os suspensos Reinaldo e Léo, tendo que improvisar o volante Welington na posição.

O time sãopaulino modificou sua escalação e entrou em campo com três zagueiros. Jogou o primeiro tempo recuado, dando o pleno domínio da bola à equipe rubro-negra. Num contra-ataque reclamou de um pênalti, revisado pela arbitragem de vídeo e não assinalado (jogada que se iniciou com um domínio com o braço de Daniel Alves no seu campo de defesa, também não marcado), mas além disto não havia dado nenhum chute a gol até o último lance da primeira etapa. O Flamengo também não conseguia criar, num jogo amarrado e tecnicamente chato, mas, por razões óbvias, de emoção à flor da pele. No último ato, Éverton Ribeiro fez falta sobre Tchê Tchê dentro da meia-lua. Luciano bateu forte, aproveitando a barreira mal armada por Hugo Souza, que mal posicionado tampouco conseguiu defender, e foi assim que o time rubro-negro foi para o intervalo em desvantagem.

Em Porto Alegre, num 1º tempo tecnicamente muito ruim de lado a lado, mas também com emoções à flor da pele, a arbitragem de vídeo revisou um toque de mão a favor do Inter dentro da área, no qual o juiz marcou a penalidade, e a decisão foi revisada, sob a interpretação que o jogador alvi-negro, Ramiro, ao dar o carrinho para o corte tinha o braço apoiado no chão. O Inter ainda fez um gol, corretamente anulado, com Yuri Alberto em inquestionável posição de impedimento quando passe foi dado. Fim de primeiro tempo, e apesar da derrota, o título estava sendo rubro-negro.

No 2º tempo, o zagueiro Gustavo Henrique escorou um escanteio de cabeça para o meio da pequena área, que Bruno Henrique só teve o trabalho de resvalar, e logo aos cinco minutos o jogo estava empatado. Mas a chama novamente acesa pela possibilidade de vitória ficou muito pouco tempo queimando, pois num recuo de Gustavo Henrique para o goleiro Hugo Souza, este falhou na reposição com os pés servindo a Daniel Alves no meio da intermediária. Ele dominou no peito e, com incrível precisão, deu um passe açucarado para Pablo entrar frente a frente ao goleiro rubro-negro, tocar por baixo dele, e colocar ao tricolor paulista novamente em vantagem. Mas o tempo passava rápido, os minutos corriam, e o título continuava sendo rubro-negro, pois o Inter, um pouco melhor em campo na segunda etapa, perdia chances impressionantes e não conseguia marcar. Aos 43 minutos do 2º tempo, cruzamento para a área do Corinthians e o goleiro subiu soberano para defender. A bola estava em suas mãos, mas o centroavante colorado Abel Hernández deu uma cabeçada em seu braço e ele soltou. Edenílson empurrou o rebote para as redes, mas o árbitro corretamente anulou a jogada, marcando a falta inquestionável sobre o goleiro.

Em São Paulo a partida terminou com derrota do Flamengo (a quarta no ano para o tricolor paulista). Os jogadores rubro-negros correram então para acompanhar os minutos finais de Porto Alegre nas telinhas de seus aparelhos de telefone celular. Aos 51 minutos (para matar um do coração!) a bola é cruzada na área do Corinthians e Edenílson, livre na pequena área, marca o gol... desespero rubro-negro... euforia colorada... mas na lateral do campo o auxiliar, impávido, está com a bandeirinha levantada assinalando impedimento, para desespero dos jogadores do Internacional, que partem para cima dele para uma quase agressão. A câmera lateral de TV não deixa dúvida, o jogador estava bastante adiantado no momento do passe, o gol é anulado pelo impedimento, e a arbitragem de vídeo sequer chama para revisão, dado que o impedimento era clamoroso. Fim de jogo? Ainda não, aos 52 minutos ainda houve tempo para um cruzamento na área sobrar para o zagueiro Lucas Ribeiro, que dá um toque por cima, numa claríssima oportunidade de quase-gol. Que sufoco! Depois disto, porém, o árbitro enfim ergue o braço, apitando o fim de jogo. Explosão rubro-negra Brasil a fora! Flamengo bi-campeão brasileiro consecutivo! Flamengo oito vezes campeão do Brasil! Octa!!

Ficha Técnica:

Fla: Hugo Souza, Isla (Matheuzinho), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique e Filipe Luis; Gérson, Diego (João Gomes), Arrascaeta e Éverton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabriel Barbosa (Pedro).

Téc: Rogério Ceni

São Paulo: Tiago Volpi, Igor Vinícius (Galeano), Diego Costa, Robert Arboleda, Bruno Alves e Welington (Gabriel Sara); Luan (Hernanes), Tchê Tchê e Daniel Alves; Luciano (Igor Gomes) e Pablo (Santiago Tréllez).

Téc: Marcos Vizolli



Veja mais: METAS PARA o BI... METAS PARA O OCTA... a meta traçada aqui no Blog A NAÇÃO para que o Flamengo fosse o Campeão Brasileiro de 2020



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