sábado, 28 de janeiro de 2012

Olivia e Olivinha no Flamengo

Dois jogadores que vivem momentos opostos de suas carreiras durante a temporada 2011-12 da Liga Nacional de Basquete e que tiveram em comum sólidas passagens pelo basquete da Gávea. Um é hoje veterano e passou longos anos no basquetebol rubro-negro, e é pivô no time do Tijuca Tênis Clube. O outro atingiu o auge de sua carreira primeiro no Pinheiros e depois no Flamengo, onde recebeu o apelido de "Deus da Raça" e foi Campeão de Tudo! São eles: Olívia e Olivinha.


OLÍVIA
Carreira: 1992-95 Sirio (SP), 1995-98 Flamengo, 1998-99 Mackenzie (SP), 1999-00 Ribeirão Preto (SP), 2000-04 Flamengo, 2004 Beijing Ducks (China), 2005 Corinthians/Mogi (SP), 2005-07 Flamengo, 2007 Provincial Osorno (Chile), 2008 Barreteros de Zacatecas (México), 2008-09 Joinville (SC) e 2010-12 Tijuca TC (RJ)

OLIVINHA
Carreira: 2001 Grajaú Country (RJ), 2002-04 Flamengo, 2004-05 Corinthians/Mogi (SP), 2005-06 Telemar (RJ), 2006-07 Flamengo, 2007-08 Barreteros de Zacatecas (México), 2008-09 Uberlândia (MG), 2009-12 Pinheiros (SP), e 2012-2023 Flamengo

Para conhecer mais da passagem deles pelo Flamengo, é só visitar os posts: Tri-campeão Carioca 1994-1995-1996, Oscar Schmidt no Flamengo e O Sonho com a Liga Nacional.






quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A morte de Gilberto Cardoso

Em 25 de novembro de 1955, o Jornal dos Sports trazia matéria: “Começa a final: reabre-se o maior ginásio do mundo para a pugna entre os mais ferrenhos rivais dos últimos tempos do desporto da cesta. O tetracampeão obterá revanche ou o Sírio confirmará seu recente triunfo? Invulgar expectativa em torno da peleja”.


Àquela altura, por maior que fosse a expectativa, ninguém poderia ter idéia do tamanho e intensidade das emoções que estavam por acontecer naquela noite.

No dia seguinte, 26 de novembro, a primeira página do Jornal dos Sports destacava em letras garrafais: “Emoção da vitória fulminou Gilberto Cardoso” seguida pela nota: “morreu esta madrugada o presidente do Flamengo. Hoje será o sepultamento. O corpo sairá às 17h da sede do Flamengo para o Cemitério São João Batista”.

No interior do jornal, os pormenores dos intensos acontecimentos daquela noite: “Notável e dramática vitória do Flamengo. Nos últimos segundos a conta de Guguta ditou o score de 45 x 44”.

Eis a descrição do jogo: “A vitória do Flamengo tornou-se mais expressiva porque foi valorizada pela dificuldade com que se definiu o empolgante confronto. Desfez-se, portanto, posto que sem qualquer desprestígio para o Sírio, a chocante impressão que causara o êxito obtido pelo team de Ruy de Freitas no derradeiro prélio, quando os 63 x 46 dessa jornada tornou imperativa a nova série”.




As descrições dos segundos finais demonstra os contornos de dramaticidade daquele jogo: “após César haver colocado o Sírio a frente com 44 x 43, Olivieri teve o direito de tentar dois lances livres, perdendo ambos. Faltavam nove segundos. Foi quando o Flamengo arrojou-se num esforço supremo do qual resultou a sensacional cesta de Guguta”.

Após o erro do segundo lance-livre, que mantinha o Flamengo no jogo, Algodão pegou a bola e a lançou para Alfredo da Motta no meio da quadra, ele deu um passe para Arthur, que a lançou com um gancho. A bola bateu no aro, e então apareceu a mão salvadora de Guguta para dar um tapa para dentro da cesta. O lance sacramentou o placar de 45 x 44.


Os números daquela final, jogada em 25/11/1955:

Flamengo: Algodão (10), Guguta (16), Zé Mário (0), Artur (12), Walter (6), Godinho (0) e Alfredo da Motta (1).

Sírio e Libanês: Ardelin (3), Caco (6), Vinagre (4), Olivieri (15), César (16) e Álvaro (0).


Ainda ditando as páginas do Jornal dos Sports: “As vibrações chegaram ao transbordamento quando nos derradeiros segundos surgiu a cesta que seria a do espetacular triunfo. Daí saiu o grande presidente, sozinho, em seu próprio carro, mas batido pelo estado emocional em que se encontrava, não logrou passar do ponto da Avenida Presidente Vargas defrente do ‘Última Hora’. Conduzido ao pronto-socorro, foi medicado, mas logo sofreu crise mais séria. Os recursos da ciência foram em vão. Chegara o instante fatal. E o Flamengo sofreu todo o peso da dolorosa e inesperada perda”.







quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Todos os Jogos do Flamengo na Altitude

Para começar a relatar as experiências rubro-negras jogando em ar rarefeito, vale a pena uma breve descrição geográfica para servir de parâmetro: o Cristo Redentor, no Corcovado, está a 710 metros acima do nível do mar, e os pontos mais altos da cidade do Rio de Janeiro estão na Floresta da Tijuca, sendo eles o Pico da Tijuca, a 1.022 m de altitude, e o Bico do Papagaio, a 975 m (um está ao lado do outro); no estado do Rio de Janeiro, o ponto mais alto é o Pico das Agulhas Negras, no Parque Nacional de Itatiaia, em Resende, que está a 2.792 metros acima do nível do mar, o quinto cume mais alto do Brasil; o ponto mais alto do país é o Pico da Neblina, no norte do Amazonas, que está a 2.994m de altitude. Dada a aula de geografia, vamos passar ao futebol.

Antes, porém, vale reforçar que os maiores efeitos do ar rarefeito sobre o corpo começam a ser observados acima dos 2.000 metros de altitude. A oxigenação do sangue é afetada, aumentando a frequência cardíaca, acelerando o coração e exigindo um aumento do esforço para respirar. Estes são os efeitos da biologia... Complementada a aula de geografia, com um resumo da biologia, tudo pronto para se falar de futebol.

Um exemplo inquestionável do quanto é difícil enfrentar a altitude pode ser constatado observando o histórico de confrontos da Seleção Brasileira contra a Bolívia. Na primeira década do Século XXI, o Brasil sofreu duas derrotas nas três partidas que jogou em La Paz, sofrendo mais uma vez com os efeitos da altitude. O histórico na altitude era impressionante: considerando apenas partidas da seleção principal, sem considerar equipes sub-23, o Brasil jogou a 3.650 metros de altitude seis vezes até 2009, só venceu uma única vez (2 x 1 em 1981); perdeu por 2 x 1 em 1979, por 2 x 0 em 1993, por 3 x 1 em 2001, empatou em 1 x 1 em 2005, e perdeu por 2 x 1 em 2009. A comparação de desempenho frente ao histórico de confrontos é impressionante. Até 2009, Brasil e Bolívia se enfrentaram 26 vezes, com 18 vitórias do Brasil, 3 empates, e 5 vitórias da Bolívia (a seleção olímpica jogou mais oito jogos, com 7 vitórias do Brasil e 1 empate). Ou seja, excluindo os jogos em La Paz, o confronto mostra 18 vitórias do Brasil, 2 empates e 1 vitória da Bolívia (num jogo no qual a Seleção Brasileira estava completamente desconfigurada, em 1963). É a prova do quão a altitude é um diferencial num jogo de futebol.

A história de jogos do Flamengo na altitude começou em 7 de junho de 1952, com uma goleada por 7 x 4 sobre o Combinado de Arequipa, no Peru, cidade que está a 2.335m de altitude. Foi um jogo amistoso, numa altitude relativamente baixa frente aos pontos mais altos onde se pratica futebol na América do Sul, mas pela quantidade de gols sofridos para um adversário que seguramente era tecnicamente muito inferior, pode-se imaginar que os jogadores sentiram os efeitos. A confirmação do quanto sentiram, veio cinco dias depois, quando jogando em Bogotá, a 2.640m acima do nível do mar, o time rubro-negro tomou de 4 a 1 para o time colombiano Millonarios, em novo jogo amistoso.

Em 11 de fevereiro de 1962 houve um empate na Cidade do México, a 2.250 metros, por 2 x 2 contra a Seleção do México, em mais um jogo amistoso. O Flamengo voltaria ao Estádio Azteca em junho de 1985 para dois jogos, com derrotas por 2 a 1 para o Tecos de Guadalajara e por 2 a 0 para o Cruz Azul. Em agosto de 1987, mais dois amistosos, com novamente duas derrotas: 1 a 0 para o Cruz Azul e 3 a 0 para o América do México. Jogando na Cidade do México, entre 1962 e 1987, o Flamengo disputou 5 jogos: 1 empate e 4 derrotas.

Mas coltando à América do Sul e à ordem cronológica, em 10 de abril de 1966, em mais um amistoso, o Flamengo foi ainda mais alto, jogando em Quito, no Equador, a 2.800m de altitude, e vencendo ao Emelec por 2 x 1.

O jogo seguinte na altitude foi o primeiro oficial e não amistoso, na Libertadores de 1981. O Flamengo foi a Cochabamba, na Bolívia, a 2.570m, e venceu ao Jorge Wilsterman por 2 x 1.

Na Libertadores de 1983, um time rubro-negro jogou pela primeira vez acima dos três mil metros. O time foi até La Paz, na Bolívia, e perdeu para o Bolivar por 3 x 1 a 3.640 metros acima do mar.

Depois disto, uma nova experiência em altitude só veio a acontecer em 2002, em Manizales, na Colômbia, a meros 2.150m. O time perdeu para o Once Caldas por 1 a 0. Nada comparada à experiência seguinte, vivida em 14 de fevereiro de 2007, quando a camisa rubro-negra jogou a 4.100m na cidade de Potosi, na Bolívia, obtendo um heróico empate por 2 x 2, após o time estar por dois tentos atrás no placar. Os jogadores passaram mal durante o jogo e precisaram receber atendimento com cilindros de oxigênio.

A aventura rubro-negra em Potosi em 2007:



Na Libertadores de 2008, dois jogos na altitude e duas vitórias. Primeiro em Cuzco, no Peru, a 3.400m, por 3 a 0 sobre o Cienciano, depois na Cidade do México, a 2.250m, por 4 a 2 sobre o América do México. Esta foi a primeira vez na história que a camisa rubro-negra foi jogar na capital do México e conseguiu obter uma vitória!

Na Libertadores de 2012, o Flamengo voltou a enfrentar um adversário acima dos 4 mil metros de altitude, tendo ido mais uma vez a Potosi. Desta vez saiu com derrota perante o Real Potosi (1 x 2).

Dois anos depois, e mais dois confrontos pela Libertadores bem acima do nível do mar: primeiro em altitude relativamente baixa, em León, no México, que está a 1.800 metros acima do nível do mar (derrota para o time da casa, que tinha o mesmo nome da cidade,por 2 x 1), e depois em La Paz, na Bolívia, acima dos 3.600 metros, onde foi derrotado por 1 x 0 pelo Bolivar.

Na Libertadores 2018, o time rubro-negro foi a Bogotá (2.640m) onde obteve um empate sem gols diante do Independiente Santa Fé.

No ano seguinte, a estreia na principal competição continental foi em Oruro, na Bolívia, a 3.735 metros acima do mar. E o Flamengo venceu, por 1 x 0, obtendo sua segunda vitória na história acima dos 3 mil metros.


O histórico total mostra a dificuldade de se jogar na altitude:

Acima dos 2 mil metros de altitude, o Flamengo jogou 18 vezes, sendo 6 vitórias (duas em amistosos), 3 empates (um em amistoso) e 9 derrotas (cinco em amistosos).

Em partidas pela Libertadores, portanto, foram 10 vezes, com um desempenho relativamente bom perante as condições: 4 vitórias (1981, 2x em 2008 e 2019), 2 empates (2007 e 2018) e 4 derrotas (1983, 2002, 2012 e 2014).

Acima dos 3 mil metros de altitude, foram 6 vezes, com: 2 vitórias (2008 e 2019), 1 empate (2007) e 3 derrotas (1983, 2012 e 2014).

Entre 2 mil e 3 mil, portanto, em jogos válidos pela Libertadores, foram 4 partidas disputadas, tendo obtido: 2 vitórias (1981 e 2008), 1 empate (2018), e 1 derrota (2002).

Acima dos 4 mil metros de altitude, foram 2 vezes, com : 1 empate (2007) e 1 derrota (2012).

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Veja também: História do Flamengo na Copa Libertadores da América




Flamengo na Libertadores de 2010


A Campanha:
1ª fase
24/02/10 - 2 x 0 Universidad Católica, no Maracanã
10/03/10 - 3 x 1 Caracas, no Estádio Centenário de Caracas, na Venezuela
17/03/10 - 1 x 2 Universidad do Chile, no Estádio Monumental de Santiago do Chile
07/04/10 - 2 x 2 Universidad do Chile, no Maracanã
14/04/10 - 0 x 2 Universidad Católica, em San Carlos de Apoquindo, em Santiago do Chile
21/04/10 - 3 x 2 Caracas, no Maracanã
Oitavas
28/04/10 - 1 x 0 Corinthians, no Maracanã
05/05/10 - 1 x 2 Corinthians, no Pacaembu
Quartas
12/05/10 - 2 x 3 Universidad do Chile, no Maracanã
20/05/10 - 2 x 1 Universidad do Chile, no Santa Laura, em Santiago do Chile




1ª FASE

O Flamengo se classificou à Libertadores 2010 como campeão brasileiro de 2009. Tendo mantido a base campeã e se reforçado com a contratação do centroavante Vágner Love, o clube apostava pesadamente na luta pelo segundo título sul-americano. Com um tripé dianteiro formado por Petkovic, Adriano e Vágner Love, aspirava-se o título.

O time rubro-negro caiu no Grupo 8, ao lado dos chilenos Universidad de Chile, campeão nacional, e Universidad Católica, clube de melhor campanha na soma dos dois campeonatos então disputados anualmente no Chile. A Católica vinha de eliminar ao Colón, da Argentina, na fase Pré-Libertadores. O quarto integrante do grupo era o Caracas, campeão venezuelano. Duas equipes avançavam à fase de play-offs.

O Flamengo fez sua estreia contra a Universidad Católica, no Maracanã. Venceu bem, por 2 x 0, com gols de Leonardo Moura e Adriano. No outro jogo da rodada, em Viña del Mar, o Universidad de Chile bateu ao Caracas por 1 x 0.

Na 2ª rodada, o Flamengo viajou à Venezuela, onde venceu ao Caracas por 3 x 1, com dois gols do centroavante Vágner Love e um do lateral-esquerdo Rodrigo Alvim. Com seis pontos em dois jogos, a impressão era que a classificação viria sem sustos. Em Santiago, o clássico chileno entre as duas universidades terminou empatado em 2 x 2. O time rubro-negro saltava assim à liderança.

Seguiam-se então dois duelos seguidos contra a vice-líder do grupo, Universidad de Chile. Pela 3ª rodada, em Santiago, o time rubro-negro foi derrotado por 2 x 1 (gol rubro-negro marcado por Rodrigo Alvim). No outro jogo da rodada, Católica e Caracas empataram sem gols na capital venezuelana. Assim, La U era a líder do grupo ao fim do turno, com 7 pontos, seguida pelo Flamengo, em segundo, com 6 pontos. A Universidad Católica tinha 2 pontos, e o Caracas tinha apenas 1. A classificação se mostrava muito bem encaminhada.

Pela 4ª rodada, no Maracanã, o Flamengo recebeu o líder. Era sua oportunidade de saltar à primeira colocação. Com gols de Michael e Leonardo Moura, o ataque funcionou, mas a defesa não. O time rubro-negro saiu atrás, virou, mas cedeu o empate nos acréscimos da etapa final: 2 x 2. Os chilenos, liderados pelas qualidades técnicas de seu camisa 10, o argentino, Montillo, mostravam o quão duros de ser batidos eram. No outro jogo, Católica e Caracas voltaram a empatar, agora por 1 x 1, e desta vez em Santiago. A classificação seguia muitíssimo bem encaminhada.

Na 5ª rodada, o Flamengo viajou a Santiago mais uma vez, e na capital chilena foi mais uma vez derrotado, perdendo por 2 x 0 para a Universidad Católica. Já a Universidad de Chle foi à Venezuela e venceu por 3 x 1, garantindo-se matematicamente como primeira colocada do grupo. La U tinha 11 pontos, contra 7 pontos do Flamengo, 6 pontos da Católica, e 2 pontos do Caracas. O duelo na última rodada era contra o lanterna e em pleno Maracanã. Difícil pensar numa improvável eliminação.

Foi sofrido. O time rubro-negro saiu atrás no começo do jogo, mas logo após o gol, precisou de apenas dois minutos para virar o placar, com gols de Ronaldo Angelim e Michael. Na metade do 2º tempo, entretanto, cedeu o empate. Acordou, desacomodou-se, e pouco depois conseguiu seu terceiro gol, através do zagueiro David Bráz. Com um suado 3 x 2, garantiu sua classificação.

Enquanto isto, a mesma noite, em Santiago do Chile, as universidades empataram sem gols. No fim, Universidad de Chile com 12 pontos, Flamengo com 10, Universidad Católica com 7 e Caracas com 2. O Flamengo se classificou com a 16ª campanha entre todos os participantes, o pior entre os classificados, enfrentaria então o Corinthians, equipe de melhor campanha entre todos os participantes da Fase de Grupos.

MATA-MATA

O Flamengo fazia uma campanha muito aquém da esperada com o trio ofensivo Pet, Adriano e Love. Já os corinthianos vinham em fase exuberante. O primeiro duelo entre os clubes com as duas maiores torcidas do Brasil aconteceu no Maracanã. Vitória rubro-negra por 1 x 0, com gol marcado pelo Imperador, Adriano, que até ali vinha tendo atuações bastante discretas.

Jogo de volta no Pacaembu em São Paulo. Corinthianos extasiados com seu camisa 9, Ronaldo Fenômeno, e ainda mais empolgados com o placar de 2 x 0 a seu favor o fim do 1º tempo. A fatura parecia liquidada para o Flamengo. No início da etapa final, porém, quem brilhou foi o camisa 9 rubro-negro, Vágner Love descontou, e pelo gol marcado fora de casa a vantagem com aquele placar era rubro-negra. O time segurou o resultado até o apito final e avançou às quartas, fase da Libertadores à qual não chegava desde 1993.

E seu adversário seria o Universidad de Chile, com quem já havia duelado, sem conseguir obter vantagem, na 1ª fase. Primeiro confronto no Maracanã, seria a hora de construir uma vantagem para decidir o confronto. Porém, logo aos 4 minutos o zagueiro Victorino pôs o time chileno a frente. Aos 24, Olarra ampliou. Antes do intervalo, Adriano descontou. Logo aos 2 minutos do 2º tempo, porém, Álvaro Fernández fez o terceiro gol chileno. O lateral-esquerdo Juan ainda descontou, mas o time não teve força para reagir, em pleno Rio de Janeiro: Universidade de Chile 3 x 2 Flamengo.

Em Santiago, só uma vitória por dois gols de vantagem daria a classificação ao Flamengo. O time decidiu acordar e partiu para o ataque. No fim do 1º tempo, Vágner Love abriu o marcador. Aos 27 minutos da etapa final, o sonho da classificação foi dificultado, Wálter Montillo balançou as redes rubro-negras. Seis minutos depois, Adriano desempatou. O Flamengo voltava à luta, ainda faltavam doze minutos mais acréscimos para tentar a sonhada classificação à semi-final. Mas não. Vitória fora de casa por 2 x 1, mas o gosto amargo da eliminação na garganta.

Na semi-final, a Universidad de Chile acabou eliminada pelo Chivas Guadalajara, do México. Após um empate em 1 x 1 no México, os chilenos acabaram derrotados por 2 x 0 em Santiago. O duelo só realçava a excelente oportunidade que o Flamengo perdeu de chegar mais uma vez a uma final de Libertadores. Na outra semi-final, o Internacional eliminou ao São Paulo, indo à final, na qual superou aos mexicanos, conquistando seu primeiro título sul-americano.

Flamengo na Libertadores de 2008


A Campanha:
1ª fase
13/02/08 - 0 x 0 Coronel Bolognesi, em Tacna, no Peru
27/02/08 - 2 x 1 Cienciano, no Maracanã
06/03/08 - 0 x 3 Nacional, no Estádio Parque Central, em Montevidéu
19/03/08 - 2 x 0 Nacional, no Maracanã
09/04/08 - 3 x 0 Cienciano, em Cuzco, no Peru
23/04/08 - 2 x 0 Coronel Bolognesi, no Maracanã
Oitavas
30/04/08 - 4 x 2 América, no Estádio Azteca, em México DF
07/05/08 - 0 x 3 América, no Maracanã



1ª FASE

Como 3º colocado do Campeonato Brasileiro 2007, ano de uma arrancada histórica, na qual o Flamengo ascendeu meteoricamente da Zona de Rebaixamento à Zona de Classificação à Libertadores. O clube chegava ao torneio continental pelo segundo ano consecutivo. Caiu no Grupo 4, junto ao Nacional, vencedor do torneio classificatório no Uruguai (Liguilla), ao Coronel Bolognesi, campeão peruano, e ao Cienciano, dono na melhor campanha na soma dos dois torneios anuais disputados no Peru. O Cienciano vinha de uma classificação na Pré-Libertadores sobre o uruguaio Montevideo Wanderers, vice-campeão do torneio classificatório.

Na 1ª rodada, o Flamengo foi a Tacna, no Peru, e não saiu de um empate sem gols frente ao Coronel Bolognesi, deixando sua torcida preocupada com o desempenho rubro-negro na competição. No outro jogo da rodada, também no Peru, na altitude de Cuzco, o Cienciano venceu ao Nacional por 2 x 1, assumindo a dianteira do grupo.

Na 2ª rodada, o time rubro-negro recebeu ao Cienciano no Maracanã, onde venceu por 2 x 1, com gols de Souza e Marcinho. Mais uma vez o desempenho ficou abaixo do esperado, imaginava-se que se conseguiria uma vitória mais fácil do que esta sobre o time peruano. Mas o que mais importava era que os três pontos estavam conquistados. Em Tacna, o Nacional venceu o Bolognesi por 1 x 0. Mesmo não jogando bem, com 4 pontos, o Flamengo era o líder do grupo.

Na 3ª rodada foi hora de ir a Montevidéu jogar contra o Nacional, e enfrentar a tradicional catimba uruguaia. O Flamengo sucumbiu com inapeláveis 3 x 0. No Peru, num duelo nacional, o Cienciano venceu ao Coronel Bolgnesi por 1 x 0. A situação rubro-negra não era assim nada confortável. O Nacional liderava o grupo com 6 pontos, o Cienciano aparecia em segundo com os mesmos 6 pontos, o Flamengo era o 3º com 4 pontos, e o Coronel Bolognesi, em último, tinha apenas 1 ponto, conquistado exatamente sobre o time rubro-negro.

O jogo de volta contra o Nacional no Rio de Janeiro era, assim, uma verdadeira decisão. Foi o atacante Marcinho quem apareceu chamando a responsabilidade e decidindo o jogo com dois gols. Vitória rubro-negra por 2 x 0, para diminuir a ansiedade em relação às possibilidades de classificação. Uma semana depois, Cienciano e Bolognesi empatavam sem gols no Peru. Com 7 pontos, o Flamengo dividia a liderança do grupo com o Cienciano. O Nacional, na cola, tinha 6.

Na 5ª rodada, o time enfrentava a temível altitude de Cuzco, e um resultado ruim poderia voltar a deixar a classificação ameaçada. Mas o time não tomou conhecimento doar rarefeito, venceu por 3 x 0, gols de Renato Augusto, Toró e do lateral-esquerdo Juan, deixando a classificação matematicamente assegurada.

No outro jogo da rodada, o Nacional, em Montevidéu, venceu o frágil Coronel Bolognesi por 1 x 0. O Flamengo tinha 10 pontos, o Nacional tinha 9 e o Cienciano tinha 7. Os dois adversários diretos se enfrentavam em Montevidéu, garantindo ao Flamengo estar entre os dois primeiros que avançavam às oitavas de final. Mas o time lutava por tentar obter a melhor campanha geral da fase classificatória.

Na 6ª rodada, no Maracanã, o time rubro-negro recebeu o já eliminado Coronel Bolognesi. A expectativa da torcida era por uma goleada, que não se materializou. O jogo se arrastou num empate sem gols quase até o final, quando o goleiro Bruno foi ao ataque para cobrar uma falta. Cobrança precisa, majestosa, e bola na rede: gol de goleiro no Maracanã! Nos minutos finais, Obina ainda ampliou. No outro jogo da rodada, na capital uruguaia, o Nacional venceu ao Cienciano por 3 x 1, garantindo a outra vaga do grupo.

Surpreendentemente, com uma arrancada no returno, o Flamengo conseguiu obter a segunda melhor campanha na 1ª fase entre todos os participantes da Libertadores, atrás apenas do Fluminense, e isto, em teoria, dava-lhe a vantagem de enfrentar um adversário supostamente mais fraco no início da fase play-off.

MATA-MATA

Nas oitavas de final, o adversário rubro-negro era o América do México. Pela frente, mais uma vez,um duelo na altitude, ainda que a capital mexicana tivesse um efeito mais ameno de ar rarefeito.

No 1º confronto, na Cidade do México, o Flamengo venceu ao América com autoridade, conseguindo inapeláveis 4 x 2 no placar, com gols marcados por Marcinho, duas vezes, Diego Tardelli e Leonardo Moura. Era uma confortável vantagem para o jogo de volta no Maracanã, pois só uma derrota por três gols eliminaria o time rubro-negro. Uma derrota assim era algo aparentemente impensável.

O Flamengo estava envolvido ao mesmo tempo com a final do Campeonato Carioca. Na quarta-feira anterior ao primeiro confronto, havia vencido ao Botafogo por 1 x 0 no primeiro jogo da final. Voltou da viagem ao México, e bateu ao Botafogo por 3 x 1 no segundo jogo, garantindo o título carioca. Embebedado pela vitória, e ainda tendo que despedir-se do técnico Joel Santana, que aceitava a proposta para assumir como treinador da Seleção da África do Sul, o Flamengo fez festa para receber o América no Maracanã. Afinal, a classificação estava praticamente assegurada. Faltou combinar isto com o adversário!

Com gols do paraguaio Cabañas, aos 20 minutos, e de Esqueda, aos 38, o 1º tempo terminou com um super-descontável placar de 2 x 0 a favor do América. Mas ainda faltava um gol para os mexicanos conseguirem uma histórica classificação. Estádio lotado, pressão intimidadora, um gol rubro-negro deixaria a situação praticamente irreversível. Porém, aos 32 minutos do 2º tempo, quem balançou as redes foi o paraguaio Cabañas. O impensável se materializava: América do México 3 x 0 Flamengo.

O América estava longe de ser um time fraco. Tanto que na sequência eliminou ao Santos nas quartas de final, vencendo por 2 x 0 no Estádio Azteca e perdendo por 1 x 0 no Estádio da Vila Belmiro. Acabou caindo na semi-final para a LDU de Quito, do Equador, clube campeão daquela edição da Libertadores ao vencer ao Fluminense na final.

Nos Anos 1980, o Flamengo foi uma vez campeão e caiu duas vezes na semi-final. Teve uma eliminação na 1ª fase, porém num contexto difícil, pois só avançava o vencedor do grupo, e a vaga ficou om o Grêmio, no ano que este veio a ser o campeão. Nos Anos 1990, duas eliminações nas quartas de final, logo, descia-se um degrau frente ao desempenho na década anterior. Desta vez, nos Anos 2000, além da vexatória eliminação na 1ª fase em 2002, que poderia ser considerado um ponto fora da curva, o Flamengo acumulava duas eliminações nas oitavas de final, logo, descia-se mais um degrau no desempenho histórico no principal torneio do continente.



quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Camisas Imortalizadas no Basquete


No principal centro de basquete mundial, os Estados Unidos, existe a tradição de se imortalizar a camisa dos grandes jogadores que defendem os times da Associação Nacional de Basquete (National Basketball Association, NBA). O número da camisa imortalizada nunca mais é utilizado novamente por nenhum outro jogador. Felizmente a tradição no Brasil é diferente. Mas e se fosse a mesma, qual seriam os números imortalizados no basquete do Flamengo?

É bastante difícil eleger os maiores da história do basquete rubro-negro frente a tantos grandes jogadores que passaram pela Gávea. Alguns foram preponderantes na história do basquete brasileiro e jogaram no clube, mas tiveram passagens curtas pela Gávea. Por outro lado, certos nomes que não construíram uma longa história na Seleção, defenderam o vermelho e o preto da Gávea por mais de uma década.

Affonso Évora, Algodão, Godinho, Alfredo da Motta, Mário Hermes, Tião Gimenez, Gedeão, Fernando Bro Bro, Waldyr Boccardo, César Sebba, Gabriel, Pedrinho, Peixotinho, Sérgio Macarrão, Paulão Abdalla, Carioquinha, Marquinhos Abdalla, Nilo Guimarães, Marcelo Vido, Maury, Cadum, Paulinho Villas-Boas, Olívia, Gema, Alexey, Fernando Minucci, Caio Cazziolatto, Ratto, Pipoka, Josuel, Oscar Schmidt, Olivinha, Marcelinho Machado, Rafael Araújo "Baby" e Leandrinho Barbosa.

Qual seria o critério para se escolher quais deles foram os maiores? Mais tempo vestindo o manto rubro-negro? Mais títulos conquistados? Empatia com a torcida? Tentando misturar um pouco disto tudo, a lista abaixo apresenta seis símbolos da história do basquete da Gávea:


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Flamengo na Libertadores de 2007


A Campanha:
1ª fase
14/02/07 - 2 x 2 Real Potosi, no Mario Mercado, em Potosi, na Bolívia
21/02/07 - 3 x 1 Maracaibo, no Maracanã
14/03/07 - 1 x 0 Paraná, no Dorival de Brito, em Curitiba
21/03/07 - 1 x 0 Paraná, no Maracanã
04/04/07 - 2 x 1 Maracaibo, em Maracaibo, na Venezuela
18/04/07 - 1 x 0 Real Potosi, no Maracanã
Oitavas
02/05/07 - 0 x 3 Defensor, no Estádio Centenário, em Montevidéu
09/05/07 - 2 x 0 Defensor, no Maracanã



1ª FASE

O Flamengo chegava para disputar a Copa Libertadores da América pela oitava vez em sua história como campeão da Copa do Brasil de 2006. Caiu no Grupo 5, que era considerado um grupo relativamente fácil. Mas na participação anterior, em 2002, o grupo também era considerado fácil e o time rubro-negro terminara numa vexatória última colocação. Além do Flamengo, o grupo tinha ao Paraná Clube, quinto colocado no Campeonato Brasileiro anterior, e que eliminara na Pré-Libertadores ao Cobreloa, vice-campeão chileno e seu histórico rival da final de 81, além do vice-campeão boliviano, o Real Potosi, e do campeão venezuelano, o União Maracaibo. O único receio rubro-negro era a altitude da cidade de Potosi na Bolívia.

E foi exatamente pelo seu maior desafio na 1ª fase, que começou a campanha rubro-negra. O time viajou a Potosi com tubos de oxigênio na bagagem, para deixar na beira do campo para ser usado por seus jogadores se necessário. Ainda fez toda uma preparação tecnológica nas semanas anteriores à estreia para preparar o organismo de seus jogadores para enfrentar o ar rarefeito. E o time encontrou seu gás extra. Saiu perdendo por 2 x 0, mas conseguiu buscar um heroico empate, com gols dos atacantes Roni e Obina. No outro jogo, na Venezuela, o Paraná bateu ao Maracaibo por 4 x 2.

Na 2ª rodada, o Flamengo recebeu aos venezuelanos no Maracanã, e não encontrou dificuldades, vencendo por 3 x 1, com gols de Renato Abreu, Souza e Obina. Em Curitiba, na mesma noite, o Paraná venceu ao Real Potosi por 2 x 0. Aparentemente os brasileiros não teriam dificuldade para avançar com as duas vagas do grupo, confirmando seus respectivos favoritismos. Faltava definir quem avançaria em primeiro e segundo lugares. E os dois definiriam isto nos dois confrontos seguintes.

Primeiro o Flamengo foi a Curitiba, onde conseguiu uma importante vitória como visitante por 1 x 0, com gol marcado pelo meia Renato Abreu. No outro jogo do grupo, bolivianos e venezuelanos empataram por 1 x 1 em Maracaibo.

Depois o Flamengo recebeu o Paraná no Rio de Janeiro, e no Maracanã repetiu a vitória por 1 x 0, desta vez com gol marcado pelo centroavante Souza. No outro jogo, na altitude de Potosi, um novo empate de 2 x 2 entre os adversários dos brasileiros no grupo.

Ao fim da 4ª rodada, o Flamengo era líder com folga do grupo, com 10 pontos, contra 6 pontos do Paraná Clube, 3 pontos do Real Potosi e 2 pontos do Maracaibo. O time rubro-negro já estava matematicamente classifica por antecipação, lutava agora por fazer a melhor dentre todas as campanhas na 1ª fase, o que lhe daria a vantagem de fazer todos os jogos de vola em casa no mata-mata.

N 5ª rodada, o Flamengo foi à Venezuela e obteve uma vitória por 2 x 1 sobre o Maracaibo, com gols dos meias Renato Abreu e Renato Augusto. Já o Paraná não resistiu à altitude, perdendo por 3 x 1 para o Real Potosi, e deixando para definir sua classificação só na última rodada. O Flamengo, com 13 pontos, sobrava!

Na última rodada, no Maracanã o time rubro-negro conseguiu uma vitória magra e modesta por 1 x 0 sobre o Real Potosi, por 1 x 0, gol de Souza, numa noite na qual todos esperavam uma goleada. Em Curitiba, os paranaenses venceram ao Maracaibo por 2 x 1. Assim, o Flamengo terminou com incríveis 16 pontos, contra 9 pontos do segundo colocado Paraná, 6 pontos do Real Potosi, e 2 pontos do União Maracaibo. O Flamengo terminou com a 2ª melhor campanha dentre todos os participantes da Libertadores, atrás apenas do Santos, o que em teoria lhe daria um adversário mais fraco nas oitavas.

MATA-MATA

O adversário rubro-negro nas oitavas de final foi o uruguaio Defensor Sporting. um time m teoria de menor expressão do que Peñarol e Nacional de Montevidéu, mas que fazia parte da tradicional escola uruguaia, de jogo defensivo truncado e sistemas ofensivos precisos.

O confronto aconteceria junto à final do Campeonato Carioca. No domingo, Flamengo e Botafogo empataram em 2 x 2 a primeira partida da final. Na quarta tinha jogo em Montevidéu.

A vantagem que o Flamengo em teoria tinha ruiu rápido. O Flamengo sofreu um gol logo aos 5 minutos do 1º tempo, depois levou outro aos 3 minutos do 2º tempo. O tiro derradeiro foi levado aos 30 minutos da etapa final. Com a vitória do Defensor por 3 x 0, a situação ficava muito difícil de ser revertida.   

A torcida lotou o Maracanã no jogo de volta e incentivou incansavelmente durante os noventa minutos, ainda mais inflamada porque no domingo anterior o time voltara a empatar em 2 x 2 com o Botafogo, e vencendo na disputa de pênaltis, conquistando o título de campeão carioca.

Era fundamental não sofrer gol, ou a missão ficaria quase impossível. O camisa 11 rubro-negro Renato Abreu foi o grande nome da partida no Maracanã, marcando dois gols e tendo uma atuação exuberante. O Flamengo conseguiu marcar no início do jogo, como planejava. Ampliou no início da etapa final, tendo tido todo o 2º tempo para conseguir o terceiro gol, que levaria a disputa às penalidades. Lutou muito, mas não conseguiu. Saiu de campo aplaudido por sua torcida, que voltava a ver um time minimamente competitivo numa disputa de Libertadores, mas que não fora capaz de ir além das oitavas de final. A vitória por 2 x 0 foi insuficiente.

O Defensor Sporting acabou eliminado nas quartas de final pelo Grêmio, na disputa por pênaltis, após dois resultados iguais. Grêmio que por sua vez cairia na semi-final para o Santos de Diego e Robinho, que por sua vez perderia a final para o Boca Juniors de Juan Roman Riquelme.


Fichas Técnicas: Flamengo na Libertadores de 2007


Flamengo na Libertadores de 2002

O desempenho rubro-negro na Taça Libertadores de 2002 foi um grande vexame. O time do Flamengo acabou, vexatoriamente, em último lugar de seu grupo.

A Campanha:
1ª fase
06/02/02 - 0 x 1 Once Caldas, em Palo Grande, Manizales, na Colômbia
14/02/02 - 1 x 3 Universidad Católica, no Maracanã
27/02/02 - 4 x 1 Once Caldas, no Maracanã
06/03/02 - 0 x 0 Olimpia, no Maracanã
13/03/02 - 1 x 2 Universidad Católica, em San Carlos de Apoquindo, em Santiago do Chile
10/04/02 - 0 x 2 Olimpia, no Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai


1ª FASE

O Flamengo chegou à Libertadores de 2002 como campeão da Copa dos Campeões Regionais de 2001, num momento no qual o clube se deparava com o início de uma das mais graves, senão a maior, crise financeira de sua história. O time era jovem e pouco experiente, formado sobretudo por garotos recém ascendidos das divisões de base. Esta inexperiência cobrou seu preço.

O time caiu no Grupo 8, que era considerado um grupo relativamente fácil. A fórmula da competição havia mudado em relação às participações anteriores, desta vez os dois primeiros colocados avançavam à fase de play-offs. O grupo rubro-negra tinha o tradicional Olimpia, campeão de um torneio extra classificatório à Libertadores, o Universidad Católica, campeão chileno, e o pouco conhecido Once Caldas, campeão colombiano, que fazia tão só sua segunda participação na história da LIbertadores (e que dois anos depois, em 2004, viria a se tornar o campeão da competição).

O time fez sua estreia como visitante, indo a Manizales enfrentar o Once Caldas. E já começou mal, sofrendo uma derrota por 1 x 0. A coisa ficou ainda pior após a segunda partida. Antes mesmo de que o outro jogo da 1ª rodada fosse disputado, o Flamengo recebeu ao Universidad Católica no Maracanã, onde sofreu uma implacável derrota por 3 x 1 (gol rubro-negro marcado por Felipe Melo).

Nos jogos seguintes, o Olimpia venceu primeiro ao Once Caldas por 3 x 2 em Assunção, e depois conseguiu uma vitória sobre a Universidad Católica por 1 x 0 em Santiago. Com todas as equipes tendo disputado duas partidas, a situação do grupo era a seguinte: o Olimpia liderava com 6 pontos, seguido por Universidad Católica e Once Caldas com 3. O Flamengo tinha 0 pontos.

Na continuação, antes mesmo de enfrentar pela primeira vez ao Olimpia, o Flamengo recebeu ao Once Caldas no Maracanã, quando ameaçou uma reação, conseguindo uma goleada por 4 x 1, com dois gols marcados pelo meia Juninho Paulista, um pelo zagueiro Fernando e outro pelo atacante Roma.

O jogo seguinte foi contra o líder do grupo, Olimpia, no Maracanã. Era uma partida fundamental para as aspirações de classificação rubro-negra. já que ali se encerrava a participação do clube como mandante na fase de grupos. Era fundamental vencer se quisesse seguir aspirando a classificação, mas o time não saiu de um empate sem gols diante dos paraguaios.

A situação ia se desenhando cada vez mais dramática. Em Manizales, o Once Caldas venceu à Católica por 3 x 0. E o jogo seguinte rubro-negro era diante do agora lanterna Universidad Católica em Santigo. O Flamengo, que já havia sido derrotado pelos chilenos no Rio de Janeiro, voltou a ser derrotado fora de casa, desta vez por 2 x 1 (gol rubro-negro outra vez marcado por Felipe Melo).

Agora o Olimpia liderava o grupo com 7 pontos, contra 6 de Once Caldas e Universidad Católica e 4 do Flamengo, que já estava virtualmente eliminado, dado que só tinha mais uma partida a fazer. A eliminação matematicamente veio quando o Once Caldas venceu ao Olimpia por 2 x 1 na Colômbia.

Na sequência, Olimpia e Católica empataram por 1 x 1 em Assunção. O Once Caldas tinha 9 pontos, o Olimpia tinha 8, a Universidad Católica tinha 7 e o Flamengo era o lanterna com 4. Briga acirrada pelas duas vagas do grupo, mas com o time rubro-negro fora, com uma campanha vexatória.

Na última rodada, o Flamengo foi a Assunção e perdeu por 2 x 0 para o Olimpia. Na sua pior campanha em Libertadores, o time sofreu quatro derrotas, conseguiu um empate e uma vitória, marcou 6 gols e sofreu 9. Uma campanha ridícula!

Com 11 pontos, o Olimpia garantiu matematicamente sua classificação. No último jogo do grupo, a Universidad Católica venceu ao Once Caldas por 3 x 1 em Santiago, saltando a 10 pontos e conseguindo sua classificação em 2º lugar.

Nas suas seis primeiras participações em Libertadores, o Flamengo havia sido uma vez campeão, três vezes eliminado pelo campeão, uma vez eliminado pelo vice-campeão, e uma vez por um semi-finalista. Nesta edição, um dos algozes do Flamengo acabou sendo o campeão (Olimpia), e o outro, a Universidad Católica, acabou eliminado logo nas oitavas de final, pelo brasileiro São Caetano, que acabaria vindo a ser o vice-campeão daquela Libertadores.




segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Decacampeonato 1951-1960

Kanela e Algodão foram os grandes símbolos dos 10 títulos cariocas consecutivos conquistados pelo basquete do Flamengo. A série teria sido ainda maior se a turma da Gávea, bicampeã de 1948-49, não tivesse perdido o título de 1950 para a Associação Atlética Grajaú (que anois depois passou a se chamar Grajaú Country Club). O time do Grajaú era liderado dentro de quadra por Ruy de Freitas, armador que jogou pela Seleção Brasileira, e era o craque do time. Kanela jamais perdôou seus comandados por este vice-campeonato. Mas seus comandados não o desapontaram nos anos subsequentes; em 51 deixando o Botafogo com o vice. e, 52 o vice foi o Fluminense, entre 1953 e 56 o vice-campeonato ficou com o Sirio e Libanês, clube da Tijuca (errata: clube do bairro de Botafogo), em 57 foi o Vasco, em 58 e 59 por duas vezes seguida o Fluminense, e em 60, na campanha do deca, a segunda colocação foi do time do Tijuca Tênis Clube. A base do time vinha fazendo história desde 1948, e foi sendo reposta, primeiro com a chegada de Jamil Gedeão, do Recife, de Pernambuco (também jogador do time de basquete da Aeronáutica), depois de Augusto Vasconcellos, o "Guguta", do Icaraí, de Niterói (clube de onde já haviam chegado Tião Gimenez e Mário Hermes), e na segunda metade com as contratações de Fernando Bro Bro ao Vasco, de Waldyr Boccardo ao Botafogo, e de Otto Nóbrega ao Fluminense.

Logo no início dos Anos 1950, o scratch rubro-negro já despontava como grande sensação da cidade. Já no Campeonato Carioca de 1952 o time do Flamengo sobrava entre as demais equipes do cenário da cidade. Assim narrava a edição de 1º de janeiro de 1953 do Jornal dos Sports fazendo uma Retrospectivas dos Grandes Momentos Esportivos do Rio de Janeiro em 1952: "Por força dos resultados obtidos, pode-se estabelecer na contagem de 64 x 27 a média por que foram derrotadosos demais gremios cariocas, cujos marcadores reais foram os seguintes: 54 pontos de diferença sobre o Carioca (73 x 19), 66 sobre o Mackenzie (82 x 16), 30 sobre o Riachuelo (66 x 36), 35 sobre a Atlética (60 x 25), 23 sobre o Grajaú (61 x 38), 38 sobre o Tijuca (75 x 37), 30 sobre o Botafogo (51 x 21), 50 sobre o Vasco (75 x 25), 51 sobre o América (78 x 27), 15 sobre o Fluminense (48 x 33), e 17 sobre o Sirio (42 x 25)".


No ano seguinte, a campanha do título invicto naquele ano de 53 teve os seguintes jogos: 54 x 33 Riachuelo / 66 x 52 Sírio e Libanês / 108 x 32 Carioca / 61 x 31 Grajaú Tênis Clube / 57 x 35 Sampaio / 57 x 39 A.A. Grajaú / 62 x 50 América / 60 x 41 Fluminense / 55 x 26 Tijuca Tênis Clube / 63 x 40 Vasco / 65 x 38 Botafogo / 65 x 32 Riachuelo / 67 x 66 Sírio e Libanês / 77 x 35 Carioca / 56 x 36 Grajaú Tênis Clube / 67 x 30 Sampaio / 61 x 41 A.A. Grajaú / 65 x 58 América / 65 x 53 Fluminense / 32 x 27 Tijuca Tênis Clube / 48 x 33 Vasco / 53 x 37 Botafogo.

Revista Esporte Ilustrado de 1953


As Equipes Ano a Ano do DecaCampeonato Rubro-Negro:

1951
Time: Algodão, Godinho, Alfredo da Motta, Gedeão e Affonso Évora
Téc: Kanela
Banco: Tião Gimenez e Mário Hermes

1952
Time: Algodão, Arthur Ayres, Alfredo da Motta, Gedeão e Zé Mário
Téc: Kanela
Banco: Godinho, Tião Gimenez e Mário Hermes

1953
Time: Algodão, Arthur Ayres, Alfredo da Motta, Guguta e Zé Mário
Téc: Kanela
Banco: Godinho

1954
Time: Algodão, Arthur Ayres, Alfredo da Motta, Guguta e Zé Mário
Téc: Kanela
Banco: Godinho

1955
Time: Algodão, Arthur Ayres, Godinho, Guguta e Zé Mário
Téc: Kanela
Banco: Alfredo da Motta e Válter de Almeida

1956
Time: Algodão, Arthur Ayres, Fernando Bro Bro, Guguta e Válter de Almeida
Téc: Kanela
Banco: Alfredo da Motta, Willi Pecher e Otto Nóbrega

1957
Time: Algodão, Godinho, Fernando Bro Bro, Otto Nóbrega e Willi Pecher
Téc: Kanela
Banco: Robert Zagury, Válter de Almeida e Zé Coqueiro

1958
Time: Algodão, Barone, Fernando Bro Bro, Otto Nóbrega e Zé Coqueiro
Téc: Kanela
Banco: Válter de Almeida

1959
Time: Algodão, Barone, Fernando Bro Bro, Otto Nóbrega e Waldyr Boccardo
Téc: Kanela
Banco: Paulinho

1960
Time: Algodão, Barone, Fernando Bro Bro, Mical e Waldyr Boccardo
Téc: Kanela
Banco: Paulinho


O momento mais marcante da histórica sequência rubro-negra se deu numa tragédia: "As emoções que esta geração de basquete proporcionou acabaram por incluir um mártir na história do clube. Na final do Campeonato Carioca de 1955, entre o Flamengo e o Sírio-Libanês, uma cesta do jogador Guguta, no último segundo, do meio da quadra, deu a vitória e o título para o Flamengo, com um placar de 45 a 44. O presidente Gilberto Cardoso passou mal diante de tanta emoção e teve de ser levado às pressas a um hospital, onde não resistiu e faleceu". (A NAÇÃO, pg. 182)

O técnico do Sírio e Libanês era Ruy de Freitas, e nas palavras dele é narrada a cesta decisiva e histórica que deu o pentacampeonato ao Flamengo e causou o infarto fulminante que matou o presidente rubro-negro Gilberto Cardoso: "Na histórica partida de 1955, além da sorte do Flamengo, nós desconfiamos que o cronômetro não correu. Faltavam 7 segundos, o Sírio tinha dois lances livres e o Olivieri perdeu os dois; o Algodão pegou a bola, jogou para o Alfredo no meio da quadra; o Alfredo pegou a bola, bateu devagar, atravessou a quadra, balançou o corpo e deu para o Arthur, que enganchou; a bola não entrou, veio o Guguta, deu um tapa e fez a cesta. Tudo isso faltando 7 segundos. Até hoje fica a interrogação: parou ou não o cronômetro?".

O jogo que garantiu a conquista do Deca-Campeonato aconteceu em 25 de novembro de 1960, uma vitória por 63 x 42 sobre o Tijuca Tênis Clube (placar do 1º tempo: 22 x 14) que assegurou o título com uma rodada de antecipação, Na histórica partida daquela os sessenta e três pontos rubro-negros foram marcados: Barone (15), Waldyr Boccardo (12), Algodão (11), Paulinho (11), Mical (8) e Fernando Bro Bro (6). Félix, Sérgio, Acácio, Zeca e Eduardo não pontuaram.

Jornal dos Sports de 26/11/1960

Entre 1948 e 1964, a hegemonia do Flamengo no basquete carioca foi extrema. Em 17 edições do Campeonato Carioca neste período, o Flamengo sagrou-se campeão em 14 oportunidades. O último deste títulos, em 64, saiu com uma cesta de Coqueiro nos últimos segundos de jogo, num time cujo principal jogador era Waldyr Boccardo, e que revelou o goiano César Sebba, jogador que viria a jogar na Seleção Brasileira e que marcou uma época do basquete do Rio de Janeiro, tendo sido campeão carioca em 64 com o Flamengo, em 65 pelo Vasco, tri-campeão em 66, 67 e 68 pelo Botafogo e bi-campeão em 70 e 71 pelo Fluminense. Sebba ainda foi Campeão da Taça Brasil de 67 com o Botafogo e de 73 com o Vila Nova, de Goiás (time cujo treinador era Kanela). O curioso, é que depois de tantos títulos, o Flamengo enfrentou após o campeonato de 64 a maior sequências sem títulos no basquete de sua história, só voltando a ser campeão em 1975.


Flamengo e Corinthians foram as duas grandes potências nacionais do basquete na década de 50. Enquanto o Flamengo faturou o Deca entre 1951 e 1960, o Corinthians foi Hepta paulista de 1950 a 1956. O basquete paulista era dominado por Corinthians, Palmeiras e Espéria. Na capital, só em 1959 o time do Sirio emergiu e mudou a rotina da divisão entre os três do título do Campeonato Paulista da Capital. Mas o interior de São Paulo começava a construir sua tradição no basquete, o time de XV de Piracicaba, cujo principal jogador era Wlamir Marques, foi tetra-campeão do Campeonato Paulista do Interior entre 1957 e 1960, e conseguiu vencer por duas vezes o Campeonato Paulista, em 57 e 60.




domingo, 15 de janeiro de 2012

Flamengo na Libertadores de 1993

A Campanha:
1ª fase
10/02/93 - 0 x 0 Internacional, no Beira-Rio, em Porto Alegre
16/02/93 - 1 x 2 América de Cali, no Pascoal Guerrero, em Cali, na Colômbia
19/02/93 - 1 x 0 Nacional de Medellin, no Atanazio Girardot, em Medellin, Colômbia
02/03/93 - 1 x 3 América de Cali, no Maracanã
10/03/93 - 3 x 1 Internacional, no Maracanã
19/03/93 - 3 x 1 Nacional de Medellin, no Maracanã
Oitavas
07/04/93 - 8 x 2 Minerven, no Maracanã
14/04/93 - 1 x 0 Minerven, em Puerto Ordaz, na Venezuela
Quartas
21/04/93 - 1 x 1 São Paulo, no Maracanã
28/04/93 - 0 x 2 São Paulo, no Morumbi


"Em 1993, o Flamengo se deparou com um carrasco em competições sul-americanas: o São Paulo. E logo o maior time são-paulino na história do clube. No primeiro semestre, disputando, absurdamente, ao mesmo tempo Campeonato Carioca, Copa do Brasil e Taça Libertadores da América, havia um acúmulo de partidas em espaços curtos de tempo. Na Libertadores, o grupo do Flamengo era difícil, tinha Internacional, América de Cali e Nacional de Medellin. (...) o Flamengo empatou uma e venceu outra frente ao Inter, venceu duas vezes o Atlético Nacional e perdeu duas vezes, em Cali e no Maracanã, para o América. Mesmo com as derrotas, terminou em primeiro no grupo. Nem precisava ter vencido o grupo, pois o torneio já não era mais como nos anos 80, quando só o vencedor do grupo passava adiante. Ainda assim, tanto em 1991 quanto em 1993, o Flamengo fechou a primeira fase na liderança de seu grupo. (...) Depois de atropelar os venezuelanos nas oitavas de final, o Flamengo encarou o São Paulo nas quartas de final. Acabou eliminado por aquele que detinha o título da Libertadores e que, naquele ano, acabou conquistando o bicampeonato. Empate em 1 a 1 no primeiro jogo, no Maracanã, e vitória são-paulina por 2 a 0 no Morumbi" (A NAÇÃO, pg 166).


1ª FASE

O Flamengo se classificou para sua sexta participação na Libertadores como campeão brasileiro de 1992. Caiu no Grupo 4, ao lado do Internacional, campeão da Copa do Brasil, do América de Cali, campeão colombiano, e do Nacional de Medellin, vice-campeão colombiano. Assim como dois anos antes, dos quatro clubes do grupo, três avançavam à fase mata-mata.

Fez sua estreia enfrentando ao Internacional no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Num jogo nervoso, as duas equipes não balançaram as redes, terminando num empate sem gols. No outro jogo da 1ª rodada, em Cali, o América perdeu por 3 x 0 para o Atlético Nacional.

Na sequência, o Flamengo viajou à Colômbia. Primeiro foi a Cali, de onde saiu derrotado por 2 x 1 pelo América (gol rubro-negro marcado pelo centroavante Nilson). Na sequência foi a Medellin, numa situação desconfortável após a derrota em Cali. Porém, graças a um gol de Renato Gaúcho, que roubou a bola do goleiro René Higuita quando este tentou sair jogando com os pés, o time rubro-negro conseguiu uma importante vitória por 1 x 0 sobre o Nacional.

Na classificação, Flamengo liderava com 3 pontos, América de Cali e Atlético Nacional tinham 2 e o Internacional tinha 1. Foi a vez então do América viajar ao Brasil. No Rio de Janeiro, conseguiu uma importante vitória por 3 x 1 sobre o Flamengo (gol rubro-negro marcado mais uma vez por Nilson), e em Porto Alegre empatou em 1 x 1 com o Internacional. Com 5 pontos, saltou à liderança. Assim como o Flamengo, já tinha quatro partidas disputadas. A situação rubro-negra não era nada confortável, principalmente porque o Internacional só havia jogado duas vezes.

A quinta partida do Flamengo era contra o Internacional, no Maracanã. Sem uma vitória, a eliminação era uma realidade! Mas Marquinhos, Paulo Nunes e Marcelinho Carioca marcaram, e o time rubro-negro conseguiu uma importante vitória por 3 x 1. Enquanto isso, em Medellin, o Nacional bateu o América de Cali por 3 x 2.

Agora, Flamengo e América tinham 5 pontos, só restando uma partida para cada um. O Atlético Nacional tinha 4 pontos, mas ainda jogaria duas vezes. O Internacional tinha 2 pontos, mas ainda lhe restava três partidas a fazer.

O Nacional de Medellin então viajou o Brasil para seus dois duelos como visitante. Na primeira parada, em Porto Alegre, conseguiu uma importante vitória por 1 x 0 sobre o Internacional. Resultado fundamental para o Flamengo, desde que o time rubro-negro vencesse o confronto no Maracanã. A vitória selaria a classificação rubro-negra, restando definir a posição final. Com gols de Júnior, Wilson Gottardo e Nélio, o Flamengo venceu por 3 x 1.

O Flamengo, com 7 pontos, acomodava-se na liderança. O Nacional tinha 6 pontos, o América tinha 5 e o Internacional tinha 2. A situação colorada era dificílima. Restava aos gaúchos viajar à Colômbia para seus dois duelos finais. Suas chances foram enterradas quando o time colorado foi derrotado por 4 x 2 pelo América, em Cali. Com este resultado, os três classificados estavam definidos.

Na última partida do grupo, uma vitória do Atlético Nacional colocava o Flamengo em 3º lugar, uma vitória do Internacional deixava o Flamengo na 2ª posição, e um empate no jogo provocaria um tríplice empate entre Flamengo, América e Nacional com 7 pontos, mas pelos critérios de desempate, o Flamengo ficaria com o 1º lugar. O jogo terminou num empate sem gols. O Flamengo terminou em primeiro, e América e Atlético Nacional tiveram que definir a segunda posição num jogo extra, já que empatavam em todos os critérios de desempate. O América venceu esta partida por 4 x 2.

MATA-MATA

Nas oitavas de final, o Flamengo enfrentou ao Minerven, da Venezuela. A fatura foi liquidada no primeiro confronto, no Maracanã. O 1º tempo terminou 4 x 0, gols de Wilson Gottardo, Marcelinho Carioca, Gaúcho e Nélio. No 2º tempo, aos 14 o zagueiro Wilson Gottardo fez o quinto, aos 30 o volante Marquinhos fez o sexto, aos 32 o meia Djalminha fez o sétimo, e aos 36 o centroavante Nilson fez o oitavo. Faltando nove minutos para o fim, o Flamengo vencia por 8 x 0. A torcida sonhava com o placar chegando a dois dígitos. Ao invés disto, os venezuelanos marcaram aos 44 e aos 45, e o placar definitivo ficou 8 x 2.

No jogo de volta, em Puerto Ordaz, com um gol do centroavante Gaúcho, o Flamengo venceu por 1 x 0. Avançou para cruzar com o São Paulo nas quartas de final.

No 1º jogo, no Maracanã, um empate em 1 x 1, gol rubro-negro feito por Nélio. Seria dificílima uma classificação no Morumbi. E o Flamengo de fato não conseguiu. Saiu derrotado por 2 x 0, e foi mais uma vez eliminado pelo time que veio a ser o campeão. Nas fases seguintes, o São Paulo bateu ao Cerro Porteño, do Paraguai, na semi-final, e à Universidad Católica, do Chile, na final, sagrando-se bi-campeão, já que havia faturado seu primeiro título continental no ano anterior.


Fichas Técnicas: Flamengo na Libertadores de 1993


Flamengo na Libertadores de 1991

A Campanha:
1ª fase
20/02/91 - 1 x 1 Corinthians, em Cuiabá
26/02/91 - 2 x 2 Bella Vista, no Estádio Centenário, em Montevidéu
01/03/91 - 1 x 0 Nacional, no Estádio Centenário, em Montevidéu
20/03/91 - 2 x 0 Corinthians, no Pacaembu
26/03/91 - 1 x 1 Bella Vista, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília
02/04/91 - 4 x 0 Nacional, no Maracanã
Oitavas
18/04/91 - 3 x 2 Tachira, em San Cristobal, na Venezuela
24/04/91 - 5 x 0 Tachira, no Maracanã
Quartas
01/05/91 - 2 x 1 Boca Juniors, no Maracanã
08/05/91 - 0 x 3 Boca Juniors, em La Bombonera, em Buenos Aires


"Na Libertadores, o grupo na primeira fase era difícil: Flamengo, Corinthians, e os uruguaios Nacional e Bella Vista. Mas o Flamengo terminou como primeiro do grupo. Empatou com o Corinthians jogando em Cuiabá (mando de campo rubro-negro) e depois venceu por 2 a 0 dentro do Pacaembu. Empatou duas vezes com o Bella Vista e venceu duas vezes o Nacional de Montevidéu, sendo a segunda uma convincente goleada por 4 a 0 no Maracanã. Nas oitavas de final, o Flamengo atropelou o frágil Deportivo Táchira, da Venezuela. O adversário nas quartas era o Boca Juniors, do meia Diego Latorre e do atacante Gabriel Batistuta. O rubro-negro venceu a primeira partida por 2 a 1 no Maracanã, mas sua torcida foi para casa nesse dia temerosa, pois sabia-se que a vantagem era pouca para ir a La Bombonera na partida de volta. A coisa lá ficou ainda mais complicada quando o árbitro logo no início marcou um pênalti para o Boca, sem que jamais se tenha entendido exatamente o que foi marcado naquela jogada. Mas o fato é que se fez 1 a 0. Foi o começo da queda. O jogo acabou Boca 3 a 0. Na semifinal, os argentinos acabaram batidos pelo Colo-Colo, que seria campeão, levando o troféu pela primeira vez na história para o Chile" (A NAÇÃO, pg. 159)


1ª FASE

Após seis anos de ausência, o Flamengo se classificou para sua 5ª participação na Copa Libertadores como campeão da Copa do Brasil de 1990. Caiu no Grupo 3, ao lado do Corinthians, campeão brasileiro, do Nacional, campeão uruguaio, e do Bella Vista, vice-campeão uruguaio. A regra agora era outra na 1ª fase, três equipes por grupo avançavam à fase de play-offs. Assim, era difícil pensar numa eliminação, ainda que o grupo fosse difícil.

Na 1ª rodada, o Flamengo, como mandante, levou o duelo contra o Corinthians para Cuiabá, no Mato Grosso, buscando retorno financeiro adicional. O time rubro-negro não teve uma grande atuação, mas saiu com um empate, graças ao gol marcado pelo jovem Marcelinho Carioca, futuro ídolo da torcida corinthiana. No outro jogo, em Montevidéu, o Nacional bateu ao Bella Vista por 3 x 0, saltando a frente no grupo.

Na sequência, o Flamengo foi a Montevidéu. No primeiro encontro, não saiu de um empate contra o Bella Vista, uma equipe de menor tradição no futebol uruguaio. O jogo terminou 2 x 2, com os gols rubro-negros marcados pelo meia Toninho e pelo veterano Júnior. O resultado deixou desconfianças sobre o futuro rubro-negro na competição.

Mas no embate seguinte, o Flamengo recuperou a moral, vencendo o campeão uruguaio por 1 x 0 dentro da capital uruguaia, gol marcado pelo meia-atacante Nélio. O resultado fazia os flamenguistas respirarem mais aliviados, afinal se classificavam três equipes para as oitavas de final.

Foi a vez então do Corinthians viajar a Montevidéu. Primeiro, empatou por 1 x 1 frente ao Bella Vista, e depois repetiu o placar diante do Nacional. Com isto, o Flamengo se tornou o líder do grupo ao fim do turno, com 4 pontos. Em segundo vinha o Corinthians com 3 pontos, após três empates, empatado com o Nacional, que também tinha 3 pontos. Em último estava o Bella Vista, com 2 pontos. Tudo embolado.

Na 4ª rodada, o Nacional voltou a marcar 3 x 0 em cima do Bella Vista. O Flamengo tinha um jogo difícil, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, diante do Corinthians. O time rubro-negro fez uma grande partida e venceu por 2 x 0, com gols marcados pelo zagueiro Rogério Lourenço e pelo centroavante Gaúcho. Líder com 6 pontos, via o Nacional com 5, o Corinthians com 3 e o Bella Vista com 2, a classificação parecia estar bem próxima.

Foi a vez do Bella Vista viajar ao Brasil. O Flamengo mais uma vez vendeu seu mando de campo, realizando a partida no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Quinto jogo rubro-negro na competição e nenhuma atuação no Rio de Janeiro. Até que ponto isto atrapalhava o time tecnicamente. Bom, o Flamengo era o líder. Mas diante do limitado Bella Vista voltou a não ir além de um empate (gol rubro-negro feito por Marcelinho Carioca.

Já o Corinthians não perdoou os uruguaios, em São Paulo goleou ao Bella Vista por 4 x 1, selando sua classificação e de tabela a dos demais, já que o último colocado, Bella Vista, com apenas 3 pontos, já não jogaria mais. O Flamengo tinha 7 pontos, Corinthians e Nacional tinham 5 cada.

Restava a viagem do Nacional ao Brasil, a qual definiria a posição dos três no grupo. O Flamengo enfim atuou no Maracanã, e entrava em campo diante de sua torcida para selar a 1ª colocação. Com dois gols de Gaúcho, e gols de Marcelinho Carioca e Alcindo, o time rubro-negro goleou e selou sua liderança: Flamengo 4 x 0 Nacional.

No último jogo do grupo, Corinthians e Nacional não saíram do zero a zero em São Paulo. Assim, o Flamengo fechou a fase com 9 pontos, contra 6 pontos de Corinthians (2º) e Nacional (3º).

MATA-MATA

O duelo nas oitavas de final foi contra o Deportivo Táchira, da Venezuela. O primeiro confronto foi em San Cristobal. Não foi tão fácil quanto a torcida rubro-negra esperava, mas o Flamengo venceu por 3 x 2, três gols marcados pelo centroavante Gaúcho. O jogo de volta foi no Maracanã, e bastando um empate. Gaúcho, Marquinhos, Marcelinho Carioca duas vezes e Zinho construíram a vitória rubro-negra por 5 x 0.

A parada nas quartas de final seria duríssima,pela frente o Boca Juniors, com jogo de ida no Maracanã e jogo de volta diante d temida pressão do Estádio de La Bombonera. No Rio de Janeiro, o Flamengo planejava conseguir ao menos uma vantagem de dois gols para o jogo de volta. Conseguiu construí-la, com gols de Marquinhos e Gaúcho. Mas logo após o segundo gol, viu os argentinos diminuírem, com gol do centroavante Gabriel Batistuta. De fato foi pouco, em Buenos Aires, o meia Diego Latorre marcou duas vezes e Batistuta também fez o seu. Boca 3 x 0, Flamengo eliminado.

O Boca Juniors avançou à semi-final, na qual foi derrotado pelo Colo Colo, do Chile, que na final ateu ao Olimpia, do Paraguai, e se sagrou campeão sul-americano pela primeira vez em sua história. Era a primeira vez que o Flamengo era eliminado por uma equipe não finalista da Libertadores. Em suas participações anteriores, em 1981 ele próprio foi campeão, nos dois anos seguintes foi eliminado pelo campeão - o Peñarol em 1982 e o Grêmio em 1983 - e em sua quarta participação caiu diante do vice-campeão Grêmio.


Fichas Técnicas: Flamengo na Libertadores de 1991


sábado, 14 de janeiro de 2012

Oscar Schmidt


O maior ícone da história do basquete brasileiro, Oscar Daniel Bezerra Schmidt, o "Mão Santa", nas ceu em Natal, no Rio Grande do Norte, em 16 de fevereiro de 1958. Ele chegou ao Flamengo já veteraníssimo, tendo feito sua estreia com a camisa rubro-negra em 8 de setembro de 1999, portanto, quando já tinha 41 anos. Ainda assim encontrou tempo para fazer história, tendo ficado na Gávea durante 4 temporadas: 1999-2000, 2000-2001, 2001-2002 e 2002-03.

Carreira: 1974-78 Palmeiras (SP), 1979-82 Sirio (SP), 1983-90 Caserta (Itália), 1990-93 Pavia (Itália), 1993-95 Valladollid (Espanha), 1995-97 Corinthians (SP), 1997-98 Bandeirantes Barueri (SP), 1998-99 Mackenzie (SP) e 1999-03 Flamengo.


Sua história no esporte retratata o tamanho de Oscar para o basquete do país. Pela Seleção Brasileira ele foi 6 vezes aos Jogos Olímpicos: 1980, 1984, 1988, 1992 e 1996; e foi 4 vezes ao Campeonato Mundial: 1978, 1982, 1986 e 1990. Seu ápice com a Seleção Brasileira, entretanto, foi a Medalha de Ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis em 1987, quando o Brasil derrotou os Estados Unidos na final por 120 a 115, naquela que foi a primeira derrota de um time norte-americano de basquete em seu próprio território. Em Campeonatos Mundiais, das quatro vezes em que disputou, em três foi eleito para o quinteto ideal do torneio, repetindo o feito - de entrar no Quinteto Ideal do Mundial - antes conseguido pelos brasileiros Algodão, Wlamir Marques, Amaury Pasos, Menon e Ubiratan. No quinteto ideal de 78 foi eleito ao lado dos iugoslavos Dalipagic, Kicanovic e Cosic, e do pivô soviético Tkachenko. No Mundial de 86, foi eleito junto ao iugoslavo Drazen Petrovic, aos soviéticos Tikhonenko e Arvydas Sabonis e ao norte-americano David Robinson. No Mundial de 90, o quinteto ideal teve, além de Oscar, ao porto-riquenho Fico López, ao norte-americano Kenny Anderson e aos iugoslavos Tony Kukoc e Vlade Divac. Um seletíssimos grupo de monstros sagrados da história do basquete mundial.

Por clubes, Oscar foi Campeão Mundial de 1979 com o time do Sirio, quando jogando no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, bateu na final à equipe do Bosnia Sarajevo, da Iugoslávia. Na Liga Nacional, foi o maior pontuador por 8 temporadas consecutivas, de 1996 a 2003, metade delas jogando com a camisa do Flamengo.




Quando ele chegou no basquete Flamengo, encontrou um grupo que já havia sido o Campeão Carioca de 1998. Naquele campeonato, o Vasco - de Charles Byrd, Demetrius Ferracciú, Rogério Klafle e Jose Vargas - havia vencido ao time rubro-negro no turno (83 x 90) e no returno (77 x 82), e era favoritíssimo quando os dois clubes se reencontraram na final, uma melhor de cinco jogos. O Flamengo foi derrotado no primeiro (72 x 75) mas não se entregou e venceu o segundo por 114 x 106. Quando perdeu o terceiro jogo (89 x 93), parecia que o título seria cruzmaltino. Mas, com muita garra, o time rubro-negro venceu à quarta partida 106 x 96, e à quinta por 93 x 82, sagrando-se campeão. No jogo do título, 20 pontos de Askia Jones, 18 de Kendrick Warren, 17 de Ratto e de Caio Cazziolato, e 16 de Vanderlei. Logo após o título, a equipe perdeu o heroi da conquista, o norte-americano Askia Jones rumou para o basquete da Venezuela, e sem ele o time ficou com um 5º lugar no Campeonato Nacional, atrás do então time de Oscar, o Mackenzie Barueri, que terminou na 3ª posição.


1998 - Campeão Carioca
Time: Ratto, Caio Cazziolato, Askia Jones, Kendrick Warren e Pipoka
Téc: Zé Boquinha
Banco: Alberto, Almir Gerônimo, Vanderlei Mazzuchini e Marcelão


Decepcionada com o desempenho abaixo do esperado no Campeonato Nacional de 1998, a diretoria rubro-negro buscou reformular a todo o trabalho que estava sendo feito. Foram mantidos apenas três jogadores para a temporada de 1999/2000: Ratto, Caio Cazziolato e Pipoka. E foi contratado todo o "Projeto Oscar Schimdt". Com ele, chegavam o treinador Cláudio Mortari (campeão mundial de clubes juntos a Oscar pelo Sirio, em 1979), e um grupo de jogadores do Barueri, cujos principais nomes eram o pivô da Seleção Brasileira Josuel, o norte-americano Robyn Davis, e o veterano Paulinho Villas-Boas. Era fundamental ter um grupo adaptado a um estilo de jogo com Oscar em quadra, sobretudo um treinador, pois com mais de 40 anos, Oscar não marcava mais, e compensava a debilidade defensiva com o certeiro arremesso da linha de três pontos, que fazia com que sua produção ofensiva fosse a de converção de 30 a 40 pontos por partida. Para concluir o elenco, foi contratado o pivô canadense Greg Newton. Com esta equipe, o Flamengo aspirava o bi-campeonato carioca e brigar pelo título nacional.

A estréia de Oscar com a camisa rubro-negra foi no ginásio do Club Municipal, na rua Haddock Lobo, na Tijuca.

A estréia de OSCAR:
08/09/1999 - FLAMENGO  114  x  56  Municipal
Local: Club Municipal, na Tijuca, Rio de Janeiro
Time: Ratto (6), Caio Cazziolato (15), Robyn Davis (17), Oscar (31 pontos) e Josuel (8), Duda (3), Bento (11), Bruno Mortari (9), Paulinho Villas-Boas (8), Pipoka (2) e Alex (4). Téc: Cláudio Mortari.


A campanha no 1º turno foi muito boa, com muitas vitórias obtidas com grande facilidade - 114 x 56 Municipal, 123 x 68 Comary, 114 x 80 Fluminense, 133 x 81 Hebraica e 108 x 78  Olaria - até o primeiro grande desafio, quando na penúltima rodada o time rubro-negro foi derrotado pelo Botafogo, do técnico Emmanuel Bonfim, e com um quinteto formado por Arnaldinho, Marcelinho Machado, Farofa, Fábio Pira e Marcelão; vitória alvi-negra por 115 x 111. Para se redimir, na última rodada venceu ao Vasco por 110 x 104. Aliás, no 2º turno também venceria à forte equipe cruzmaltima, treinada pelo portorriquenho Flor Meléndez, e que tinha a Carles Byrd, Demétrius Ferracciú, Helinho, Alexey, Rogério Klafke, Aylton, Sandro Varejão e Jose Vargas. Um timaço. 

No returno, o jogo mais apertado foi novamente contra o time botafoguense, com o Flamengo tendo vencido a seus sete jogos: 122 x 76 Municipal, 104 x 73 Comary, 93 x 71 Fluminense, 122 x 70 Hebraica, 112 x 66 Olaria, 113 x 110 Botafogo e 108 x 93 Vasco. Embalado, e com a melhor campanha, o time chegou às semi-finias para enfrentar ao Fluminense, que era treinado por Alberto Bial, e que tinha como principal jogador ao norte-americano Keith Nelson, além de nomes como Ricardinho e Espiga. Varrida rubro-negra por 3-0, com vitórias por 78 x 76, 90 x 82 e 104 x 99. Na final, o adversário foi o Botafogo, de Marcelinho Machado e Arnaldinho, que na outra semi-final conseguiu um heróico 3-2 sobre o Vasco. O time rubro-negro era bem superior, e provou isto com uma varrida por 3-0, sem muita dificuldade, ao conseguir vitórias por 100 x 89, 98 x 95 e 106 x 96.


1999 - Bi-campeão Carioca
Time: Ratto, Caio Cazziolato, Robyn Davis, Oscar Scmidt e Josuel
Téc: Cláudio Mortari
Banco: Duda, Paulinho Villas-Boas, Pipoka e Greg Newton


O principal objetivo da temporada, entretanto, era ser campeão nacional, e este título escapou, e justamente para o seu maior rival. O Vasco, após cair na semi-final do Estadual, contraou ao técnico Hélio Rubens, e manteve o mesmo elenco. O treinador mudou a cara da equipe. Flamengo e Vasco fizeram grandes campanhas e chegaram para fazer a final no Ginásio do Maracanãzinho. O 1º jogo, em 23 de junho de 2000, terminou com vitória cruzmaltina, na prorrogação, por 114 x 105. Parece que o time rubro-negro jogou no seu limite para tentar vencer ao primeiro jogo, porque na segunda partida, dois dias depois da primeira, o Vasco teve mais facilidade, vencendo por 108 x 88. A recuperação rubro-negra, para evitar uma varrida, aconteceu no terceiro jogo, no qual o time rubro-negro venceu por 115 x 103, dois dias depois do segundo duelo, diante de 7.780 pagantes no Maracanãzinho, e com 44 pontos marcados por Oscar, e com Robyn Davis tendo uma majestosa defensiva para anular a Rogério Klafke, o principal pontuador vascaíno. A série, no entanto, foi fechada pelo Vasco em 30 de junho, quando venceu por 110 x 103, na prorrogação, após um empate em 91 x 91 no tempo normal, fechando em 3-1 e consolidando seu título nacional.

No Carioca de 2000, o time sofreu uma nova derrota para o Vasco, desta vez na semi-final, com os cruzmaltinos acabando campeões, depois de bater ao Botafogo na final. Em 2001, o Vasco foi bi-campeão e o Flamengo ficou com o vice-campeonato. Embora sem obter títulos dentro de quadra em 2000 e 2001, a imagem de Oscar Schmidt, o ídolo nacional, mesmo que fosse um jogador já com 43 anos, mantinha o projeto adiante.

Veio então o último título da carreira de Oscar Schmidt, o do Campeonato Carioca de 2002, e de forma surpreendente, sobre o Automóvel Clube de Campos, que com um investimento maior era o favorito para levar a taça. O Flamengo vivia a maior crise financeira de sua história após o colapso da parceria com a gigante de marketing suíça ISL. A consequência para o basquete foi um forte desinvestimento na formação do elenco. O Vasco também havia colapsado financeiramente, e após ser bi-campeão brasileiro em 2000 e 2001, havia acabado com sua equipe de basquete. Assim, o maior investimento dentre as equipes que disputaram o Carioca de 2002 era o feito pelo Automóvel Clube Fluminense, da cidade de Campos, norte do estado do Rio. O time era treinado por Cláudio Mortari, e tinha um quinteto com Danilo, Leandro Salgueiro, Paulinho Cheidde, Keith Nelson e Evandro.


2002 - Campeão Carioca
Time: Ricardinho, Alberto, Oscar Schmidt, Gema e Marcelão
Téc: Miguel Ângelo da Luz
Banco: André Brazzolin, Alexey, Olivinha e Olívia


No 1º turno, o Flamengo sofreu apenas uma derrota nos sete jogos que disputou: 103 x 93 Botafogo, 120 x 58 Jequiá, 88 x 94 Automóvel Clube, 114 x 73 Comary, 108 x 56 Macaé, 125 x 49 Caxias e 104 x 80. No returno, novamente sofreu uma única derrota, e mais uma vez frente ao franco favorito ao título: 105 x 78 Comary, 96 x 80 Botafogo, 130 x 132 Automóvel Clube, 113 x 93 Macaé e 62 x 52 Vasco. A semi-final era melhor de três, e o time rubro-negro venceu duas vezes ao Botafogo (99 x 94 e 97 x 77), avançando para fazer a final contra a equipe campista. O título parecia distante, mas com muita raça a equipe rubro-negra conseguiu se impor. Venceu à primeira partida no Ginásio do Tijuca Tênis Clube por 104 x 97, mas perdeu a segunda em Campos por 84 x 98. No terceiro jogo, na casa do adversário, conseguiu uma vitória por 106 x 102, e voltou para o Rio de Janeiro dependendo de uma vitória em casa para ser o campeão. Novamente no Ginásio do Tijuca, o Flamengo foi derrotado por 98 x 100 para o Automóvel Clube, impedindo o título rubro-negro, que a esta altura parecia pouco provável de ser concretizado. Porém, em Campos, o time venceu por 111 x 93, e com heroismo deu a Oscar Schmidt o último título de sua carreira.