quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Os Compromissos de Rodolfo Landim e a Plataforma 2019-2021 para o Flamengo


O Blog A NAÇÃO colocou aqui a Plataforma de Gestão 2019-2021 para a Presidência do Flamengo, com 7 pontos e 7 diretrizes. Em cima disto, foi feita aqui a Avaliação de Discursos dos dois principais candidatos, Rodolfo Landim e Ricardo Lomba. Passada a eleição e concretizada a vitória de Rodolfo Landim, o novo exercício é se debruçar sobre os Compromissos de Gestão publicados pelo presidente eleito e distribuído aos sócios do clube, buscando as principais promessas (compromissos) relacionados a cada uma das 7 Diretrizes colocadas na Plataforma proposta por este blog. Eis as 7 Diretrizes e os Compromissos de Landim relacionados às mesmas:


1. FUTEBOL PROFISSIONAL FORTE

1.1 - TÉCNICO: o Flamengo precisa de um técnico cascudo e experiente, com perfil vencedor no futebol brasileiro.

Quesito atendido. Já na largada foi definido Abel Braga como novo treinador. Campeão da Libertadores com o Internacional e Campeão Brasileiro com o Fluminense, um nome que consta nos melhores desempenhos relativos de treinadores nas últimas edições do Campeonato Brasileiro.

1.2 - INVESTIMENTO: não é mais tempo para a mega contratação, o que é necessário agora são vários investimentos médios em jogadores que encorpem o elenco e não cheguem necessariamente para serem titulares.

A cobrança maior sai do discurso do candidato derrotado no pleito presidencial, Ricardo Lomba, que como VP de Futebol em 2018 estava totalmente por dentro da situação do futebol rubro-negro, Lomba definiu de forma perfeita durante a campanha a necessidade: "O importante: nós poderemos fazer contratações agora na janela do início do ano, coisa que não podíamos fazer por fluxo de caixa, não tinha dinheiro, e fazíamos as contratações sempre no meio do ano. A gente vai poder ter a oportunidade de contratar no início do ano, fazer pré-temporada com elenco completo, o que nos credencia a ter expectativa de maior sucesso nos campeonatos".

1.3 - PLANEJAMENTO: o que o Flamengo precisa mais que qualquer coisa neste momento é um grande título que consolide o momento de estabilidade financeira e maior capacidade de investimento.

Na entrevista de sua apresentação, Abel Braga deu um sinal claro do foco num correto planejamento para o futebol: "Quero ganhar o máximo que eu puder. Priorizar sempre o próximo jogo. Estrategicamente foi cometido um erro em 2017 quando se colocou uma equipe titular em todos os campeonatos. Não suporta. Ninguém prepara um time para 80 jogos. Nesse início de repente não vai ter um time titular. Vamos ter que rodar. Senão não tem treino".



2. FUTEBOL DE BASE COM ALTO INVESTIMENTO

O Flamengo adotou durante a Gestão 2016-2018 uma estratégia bastante acertada de contratar revelações Sub-20 em outros clubes formadores. Com um CT exclusivo para a base, investimento em potenciais jóias, e um trabalho forte de peneirar talentos nas categorias Sub-15 e Sub-17, os resultados virão. Entre 2016 e 2018, o Flamengo foi duas vezes Campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, e pela primeira vez em sua história chegou à semi-final do Brasileiro Sub-20. O rumo está certo, há apenas que intensificar o trabalho, e definir esta como uma das principais diretrizes do Departamento de Futebol.

Compromisso de Gestão R. Landim: "Estabelecer metas específicas para os profissionais da Base, focando na formação de talentos para o profissional (jogadores, técnicos e profissionais esportivos) que possam implementar de forma efetiva a Filosofia Única de Jogo Flamengo e não no resultado de curto prazo na Base".



3. USO DO MARACANÃ

O Maracanã não é e nunca será a casa unicamente do Flamengo. Isto não quer dizer que o Flamengo deva partir para uma estratégia de não jogar nunca mais no Maracaná e focar apenas num estádio seu. Que seja negociado com o "dono" do estádio um pacote de jogos por ano a serem disputados no estádio, visando utilizá-lo apenas para partidas com potencial de público superior a 50 mil pagantes.

Compromissos de Gestão R. Landim: "Desenvolver o projeto de ocupação dos estádios “Flamengo 40.000”. Isto significa que trabalharemos a precificação dos ingressos de forma que o público pagante em todos os jogos do Flamengo no Maracanã seja de, no mínimo, 40.000 torcedores". + "Promover ações durante as partidas com o objetivo de incrementar o faturamento e gerar novas parcerias comerciais. Para isso, seremos agressivos na renegociação com o Consórcio Maracanã e qualquer outro estádio utilizado pelo Flamengo para o amplo acesso às ações comerciais durante o pré e pós-jogo".



4. CONSTRUÇÃO DO ESTÁDIO DO FLAMENGO

O Flamengo precisa de um estádio para chamar de seu. Não serve soluções para menos de 25 mil pagantes. É necessária uma casa própria com capacidade para um público de 40 a 50 mil torcedores. Politicamente já está claríssimo que não há qualquer intenção de se deixar que o Flamengo tenha seu estádio nos limites do município do Rio de Janeiro, ou aparecerão pontes, estradas, ruas, planos de reordenamento público cruzando o terreno escolhido. Que se olhe para algum município da Baixada Fluminense, qualquer um deles entenderá a importância para os cofres da Prefeitura de um investimento desta magnitude nos seus limites (fora desta hipótese, o conluio de corrupção entre Governo do Estado, do Município do Rio e do "dono" do Maracanã jogará pesado em evitar a todo custo a concretização deste projeto). Chega de se iludir! O Flamengo pode ter três estádios: jogos para mais de 50 mil no Maracanã, jogos num estádio próprio para menos de 50 mil, e jogos com expectativa de receber menos de 15 mil sendo realizados em Volta Redonda.

Compromisso de Gestão R. Landim: "O Maracanã como principal alternativa para o Flamengo. Caso não seja viável a customização do estádio à identidade visual do Flamengo, o controle operacional deste pelo Clube e tudo isso dentro de uma estrutura de custos que seja competitiva com a dos estádios dos nossos principais adversários, não ficaremos reféns do Maracanã. Como alternativa para uma possível negociação, realizaremos estudo de viabilidade e buscaremos parceiros no mercado para a construção de um estádio próprio".

Compromisso de Gestão R. Landim: "Estádio José Bastos Padilha (Gávea): reforma da arquibancada, atendendo todas as necessidades de segurança, conforto e acessibilidade para o associado. Manter o alto padrão do campo de futebol do Clube, com a constante manutenção do gramado, e estudar a melhor utilização dos espaços do Departamento de Futebol na sede. Avaliar a adição de locais extras utilizando-se de arquibancadas provisórias para visitantes caso essa solução se mostre esportiva e economicamente interessante para jogos de pequeno porte e base".



5. ESPORTES OLÍMPICOS COMPETITIVOS

A diretriz usada entre 2013 e 2018 foi corretíssima: só manter esportes olímpicos que tenham capacidade de buscar patrocínio suficiente para mantê-lo (a famosa auto-sustentabilidade). O principal esporte olímpico foi o basquete, que já tem uma trajetória consolidada de protagonismo no Brasil e na América do Sul. Que assim siga por muitos anos mais! O Flamengo precisa ser mais agressivo na captação de recursos para viabilizar o vôlei e a natação, levando o clube a brigar na ponta, no cenário nacional e continental, da mesma forma que faz o basquete. Assim foi erguida a história rubro-negra, como maior potência poli-desportiva do Brasil, e assim deve ser.

Compromissos de Gestão R. Landim

5.1 - "Aprimorar o Projeto CUIDAR, que irá nortear a ação dos Esportes Olímpicos".

5.2 - "Ter um setor especifico nas áreas de Marketing e Comunicação para divulgação do dia a dia dos esportes olímpicos".

5.3 - "Natação/Polo Aquático: O Flamengo novamente como um dos líderes no cenário esportivo nacional, colocando nossas equipes entre as 3 melhores do país".

5.4 - "Ginástica Artística: O Flamengo como a melhor equipe do Brasil e um dos principais fornecedores de atletas olímpicos na categoria".

5.5 - "Vôlei: time adulto (tanto no feminino quanto no masculino) participando da Liga Nacional e estando entre as equipes que efetivamente têm condições de brigar pelo campeonato".

5.6 - "Basquete: Voltar a ser campeão do NBB e das Américas".



6. CONCLUSÃO DO MUSEU DO FLAMENGO

O FlaMemória tem que ser expandido, tem que virar Museu do Flamengo, e tornar-se um dos principais pontos turísticos de visitação da cidade do Rio de Janeiro. O Museu do Boca Juniors é um ponto de referência em Buenos Aires. Ter um museu, além de ser uma celebração da história do clube, é um investimento na marca e exposição internacional, dado que o Rio de Janeiro ainda é o principal ponto turístico no recebimento de estrangeiros que chegam ao Brasil.

Compromisso de Gestão R. Landim: "Realizar o acompanhamento do contrato para ampliação e modernização do Projeto Fla Memória, utilizando a área existente no primeiro e segundo andar para a criação de um espaço de grande porte, se possível a partir da Lei de Incentivo a Cultura, somada a patrocínios de empresas e doações privadas de grandes rubro-negros. Para a ampliação esperada do Fla Memória, serão alocados recursos para a captação adicional do acervo do Patrimônio Histórico. Investiremos em tecnologia para restauração, preservação, arquivo, catalogação e conservação do nosso acervo".



7. MANUTENÇÃO DA REDUÇÃO DAS DÍVIDAS

Fazer grandes investimentos e pagar para reduzir a dívida. O Flamengo já consegue fazer os dois! E manter um viés de austeridade é fundamental para manter o Flamengo, a longo prazo, na ponta do futebol brasileiro. A meta rubro-negra deveria ser manter sua dívida abaixo de R$ 200 milhões. É possível, não há porque ser diferente, principalmente por se estar num país que cobra os juros mais altos do mundo sobre o endividamento. Reduzir dívida, significa liberar recursos usados com encargos para que possam ser utilizados em ainda mais investimentos.

Compromisso de Gestão R. Landim: "Manter o patrimônio líquido do Flamengo positivo. No planejamento orçamentário de longo prazo, apresentaremos metas consistentes de desavalancagem (redução dos passivos e endividamento) de forma consistente e compatível com o programa de investimentos".










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